sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Notas Históricas (CXLIX) - Curta história das Minas dos Carris

Esta é uma muito resumida história do complexo mineiro dos Carris na Serra do Gerês...

Segundo os dados recolhidos a exploração das minas pode ser dividida em quatro fases distintas. Não tendo em conta as explorações artesanais que podem ter ocorrido antes do estabelecimento da primeira concessão legal, a primeira fase terá início já durante a Segunda Guerra Mundial e a exploração é baseada nos simples trabalhos executados entre 1941 e 1943 onde a exploração é feita em aluvião e muito rudimentar. A segunda fase decorre entre 1943 e 1945 / 1946 levada a cabo por uma empresa portuguesa denominada Sociedade das Minas dos Castelos, Lda. que extrai volfrâmio para ajudar na máquina de guerra nazi através já do alargamento da exploração e da sua iniciação em profundidade.


Alguns dos edifícios que ainda hoje são possíveis de visitar no complexo mineiro, são contemporâneos da fase de exploração pela Sociedade Mineiras dos Castelos.

Após o final dos trabalhos de exploração finda a Segunda Guerra Mundial, a Sociedade Mineira dos Castelos passa a ser dirigida por uma comissão liquidatária nomeada pelo estado português até que em princípios dos anos 50 as concessões são compradas pela Sociedade das Minas do Gerês, Lda. É esta sociedade que vai levar a cabo a terceira fase de exploração mineira ao mesmo tempo que vai dotar o complexo de estruturas mais modernas e avançadas por forma a rentabilizar a extracção mineira. Os trabalhos serão levados a cabo até 1957 / 1958, altura em que a mina é «abandonada» até ao princípio dos anos 70. É aqui que se inicia a quarta e última fase de exploração mineira que se vai prolongar até 1974 / 1975. Uma última tentativa de reactivar as Minas dos Carris nos princípios dos anos 80 não tem sucesso muito em parte devido à implementação do Parque Nacional da Peneda-Gerês, fundado a 8 de Maio de 1971 pelo Decreto-Lei n.º 187/71.

Com o final da exploração todo o complexo foi abandonado e, pouco depois, começaram os actos de vandalismo quando certamente o último guarda abandonou a zona. As pilhagens trataram de desnudar as paredes e tectos das casas que, juntamente com a intempérie do duro Inverno da serra, foram degradando as construções. Mais eficaz que os elementos naturais, a acção do Homem foi destruindo Carris, levando as telhas para melhorar as suas casas, retirando o cobre das ligações eléctricas, as louças, os azulejos e tudo o que se podia aproveitar. Aos poucos e poucos Carris vai desaparecendo da memória.

Fotografia © José Rodrigues de Sousa / Rui C. Barbosa

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