terça-feira, 31 de agosto de 2021

"Jovem gravemente ferido após queda de cinco metros em cascata no Gerês"

 


Notícia do jornal O Minho para ler aqui.

Um jovem de 22 anos ficou gravemente ferido após cair de uma altura de cerca de cinco metros nas Cascastas ..., no Gerês, localidade de Vilar da Veiga, no concelho de Terras de Bouro.

Ao que O MINHO apurou junto de fonte dos Bombeiros de Terras de Bouro, a vítima sofreu um traumatismo crânio encefálico e lesões ao nível do tórax.

Fotografia: Ilustrativa / DR

A Guarda Fiscal na Serra do Gerês



Relembro aqui este artigo que fala da presença da Guarda Fiscal na Serra do Gerês tendo por base o texto do livro "Para que a memória não se apague".

"Para que a memória não se apague" (Dezembro de 2013), é um livro de António Fernando Guimarães que nos permite ter acesso a alguns dados históricos interessantes sobre a Serra do Gerês. O texto a seguir, é uma transcrição de uma parte desse livro que nos fala da presença da Guarda Fiscal nas serranias Geresianas:

"A Secção da Guarda Fiscal do Gerês surge explicitamente como tal, no mapa Aduaneiro de 1885. Comandava os postos fiscais de vigilância e serviços especiais de Vieira do Minho e Terras de Bouro, assim como os postos fiscais de registo habilitados a despacho de São João do Campo e Caldas do Gerês. (...)

O livro "Memórias Geresianas" refere: - "A Secção da Guarda Fiscal do Ger~es foi oficialmente criada pela Carta de Lei de 31 de Março de 1885, publicada no Decreto-lei n.º 4 de 17 de Setembro desse mesmo ano."





Procurei o Diário do Governo do dia 17 de Setembro de 1885 sem encontrar qualquer referência a esta Carta de Lei. Na realidade, a Carta de Lei foi publicada no Diário do Governo n.º 213, de 23 de Setembro de 1885, página 2627.

Após a Reforma Aduaneira de 1894, Diário do Governo n.º 221, Sábado 29 de Setembro - pág. 2620, o corpo fiscal é reforçado e reorganizado, cobrindo todo o País. Era necessário reprimir o crime fiscal e cobrar impostos; por isso, a sua reestruturação.




Por proposta do Ministério da Fazenda, de 30 de Dezembro de 1901, é feita uma Reorganização Aduaneira que altera profundamente a de 1885 e a de 1894, Diário do Governo n.º 295, de 30 de Dezembro de 1901, pág. 3735. Presume-se que a expectativa de cobrança de impostos não atingiu o valor esperado e o Reino tomou medidas para diminuir os gatos com a Guarda Fiscal.

Em 12 de Junho de 1901 é decretada a extinção do comando da Guarda Fiscal que passa a pertencer ao Ministério dos Negócios da Guerra e a desempenhar o papel de polícia fiscal no Ministério dos Negócios da Fazenda.

(...)



Acontece a implantação da República em 1910 e faz-se a primeira reorganização dos serviços da Administração-Geral das Alfandegas, através do Decreto-Lei n.º 1 de 27 de Março de 1911.

A partir de 1911 já aparecem os postos fiscais da raia da Serra do Gerês, desde Cutelo, em Terras de Bouro, até Sirvoselo, em Montalegre, com excepção dos postos de Xertelo, Chelo e Vilarinho das Furnas que são criados mais tarde. Cutelo, S. João do Campo e Vilarinho das Furnas estavam mais vocacionados para a Serra Amarela.



Esta reforma aduaneira assume um carácter provisório por, logo a seguir, se terem nomeado sucessivas comissões de estudo para preparar a grande reforma aduaneira de 1918. Mesmo assim, nota-se um reforço na vigilância da fronteira e tráfego de mercadorias com a criação de muitos Postos Fiscais. Uma das atribuições da Guarda Fiscal, (...), era a primeira linha de defesa da raia, pela sua experiência militar e colocação estratégica ao longo da fronteira. Isso aconteceu nas incursões monárquicas em Chaves, onde a Guarda Fiscal se bateu de uma forma exemplar e merecedora, à data, de muitos louvores e condecorações. Não tenho dúvidas de que a Guarda Fiscal desempenhou um papel fundamental na consolidação dos ideais republicanos. Daí, concluir-se pelo motivo de interesse que mereceu o reforço dos Postos Fiscais por parte da República, para além das taxas aduaneiras que daí podiam advir.

Algumas notas: o mapa apresentado no anexo 7, é referido oposto de "Cabul". Pela pesquisa efectuada não encontramos nenhuma localidade com esse nome. Deduz-se, com a devida reserva, que se trata de um erro de impressão e, sendo assim, temos a criação documentada do Posto da Freguesia de Cabril, em 1911; (...), só o Posto Fiscal da Portela do Homem consta na reforma Aduaneira de 1894, na raia do Gerês. Estranha-se este facto por já existir a Secção da Guarda Fiscal do Gerês e seus postos fiscais; onde aparece, nos mapas, a letra "b)", antecedendo o nome do posto significa que se trata de um posto volante, ou seja, podia mudar de localidade conforma a necessidade do serviço; o Posto Fiscal de Xertelo mudou para Chelo, Sirvoselo para Paradela, Cutelo para Vilarinho da Furna e Pincães para a Vila.

(...)



Pelo Drecreto-Lei n.º 230/93, de 26 de Junho de 1993, a Guarda Fiscal (GF) é extinta como força independente e integrada na Guarda Nacional Republicana (GNR) como brigada Fiscal.

Acabaram-se deste modo todos os Postos Fiscais na raia do Gerês."

Fotografias © Eliseu Seixas Aguiar via blogue picachouriços - guarda fiscal

Paisagens da Peneda-Gerês (MXXVI) - A eterna beleza das árvores

 


A eterna beleza das árvores do Curral de Gamil, Serra do Gerês. 

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Trilhos PNPG - (Regresso ao) Trilho das Silhas dos Ursos

 


Regresso ao Trilho das Silhas dos Ursos.

"o percurso (...) desenvolve-se sobre uma das vertentes do vale da falha do Rio Gerês. Tem por tema a apicultura e a arqueologia rural. O espaço territorial que o trilho percorre é constituído por encostas íngremes e cobertas de matos, linhas de água, pequenos bosques de carvalhos, vidoeiros e azevinhos e prados de altitude gerados por depósitos glaciares, fluviais e de vertente. Neste território é frequente a observação de animais silvestres, em especial aves, sendo a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) a mais comum.

Destacam-se ao longo do percurso dois locais com Silhas. A primeira trata-se de um pequeno muro de pedras, construído no topo de um penedo, cujo interior mantinha os cortiços das abelhas fora do alcance dos ursos (séc. XV/XVI). Enquanto a segunda Silha apresenta-se na forma de um muro circular (séc. XVI/XVII).

No interior das Silhas, dispostos em pequenos socalcos, eram colocados os cortiços das abelhas, de forma circular, feitos em cortiça e cobertos por um pequeno telhado de colmo. A localização e orientação das Silhas é sempre em encostas abrigadas dos ventos e ensolaradas. São construídas perto da água e de vastas extensões de matos e plantas melíferas."










Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MXXV) - Argiope bruennichi

 


Em muitos locais da Serra do Gerês as manhãs despertam com as teias da Argiope bruennichi (aranha-dos-jardins).

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

"Mulher resgatada após queda nas Sete Lagoas do Parque Nacional da Peneda-Gerês"

 

Acidente ocorrido a 29 de Agosto. Notícia d'O Minho para ler aqui.

A vítima, que se lesionou na sétima das Sete Lagoas, em Cabril, no Baixo Barroso, concelho de Montalegre, foi salva pela Equipa de Busca e Resgate em Montanha dos Bombeiros Voluntários de Salto, que envolveram também na ação uma ambulância de socorro tripulada por dois operacionais.

Fotografia: Bombeiros Voluntários de Salto

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

domingo, 29 de agosto de 2021

"Homem em estado grave após queda nas cascatas do Gerês"

 


Notícia d'O Minho para ler aqui.

Um homem com cerca de 50 anos, sofreu vários ferimentos  nos membros inferiores depois de uma queda ocorrida este domingo numa cascata do Parque Nacional Peneda-Gerês.

Fotografia: O Minho

Caminhada a Porta Ruivas

 


A ser promovida por Rui Barbosa - Hiking & Trekking já no dia 4 de Setembro de 2021.

Vagas limitadas!

Mais informações aqui.

Serra do Gerês - De Junceda pelas encostas do Covelo

 


Já várias vezes referi que não são necessárias grandes caminhadas para termos as imensas paisagens da Serra do Gerês. Por vezes, elas estão à distância da soleira da porta e mesmo numa caminhada matinal podemos nos maravilhar com a contraluz da montanha ou a imensidão dos vales.

É isto que acontece quando caminhamos em pouca distância saindo de junto da Casa Florestal de Junceda e seguindo por alguns metros o Trilho das Silhas dos Ursos. Na divisão do percurso, seguimos à esquerda em direcção ao Vale do Meio e Manga da Tojeira para depois ficarmos com a vista sobre o Curral de Gamil lá ao longe por detrás do qual já espreitam as vertentes da Serra Amarela. Antes de iniciar a descida para o Ribeiro da Roda, vamos reparar numa pequena placa de madeira que nos indica a direcção do Pé de Cabril: é neste sentido que temos de seguir.

A muitos que me perguntam se tenho os tracks de gps destes percursos, acabo por responder que a sensação da descoberta desaparece quando passamos mais de metade da caminhada a olhar para o aparelho. Os caminhos estão lá, as mariolas lá estarão e o estudo do mapa antes de iniciarmos o caminho dar-nos-á a sensação da descoberta que se esvai quando seguimos uma rota já traçada por outros. Fazendo a vossa gestão do risco, aventurem-se e descubram a montanha!

Passando então a pequena placa, inicia-se um curta descida até a um pequeno curso de água e depois inicia-se a subida para a Fenteira do Prado que vai antecipar em algumas centenas de metros a chegada ao Prado com o seu abrigo pastoril. Com os seus carvalhos mortos e as paredes graníticas, este prado torna-se muito agradável para um pequeno descanso antes de prosseguirmos em direcção à base dos espigões do Pé de Cabril. O carreiro vai-nos levar a passar por uma laje granítica onde se encontra uma rocha que nos faz lembrar um trono a partir do qual podemos apreciar as vertentes Nascentes do Vale do Rio Gerês. Aqui, já nos surgem os grandes picos geresianos do Pé de Medela, Carris de Maceira, Borrageiro, Pé de Salgueiro e Junco.

O caminho vai-nos levar sem dificuldade na direcção do vale no topo do qual se erguem os dois colossos que forma a parte superior do Pé de Cabril. Aqui, o granito foi-se esculpindo como um trabalho de Hércules que ergueu duas colunas para o céu em honra da magnificência de toda a serra! Aos poucos, aproximámo-nos destes colossos que se agigantam à nossa passagem. A aproximação dá-se numa subida do caminho que nos leva até Onde Cria a Pássara e a uma varanda que nos permite observar a imensidão que se abre a nossos pés e nos leva até à albufeira da Caniçada para os lados de Rio Caldo.

Continuando, vamos então passar de encontro às faces Nascentes do Pé de Cabril sem tentar subir aos seus cumes, descendo na direcção do Curral de Tirolirão para tomar o carreiro que nos levará a passar a Portela do Perro e seguir para o profundo vale do Covelo por onde se desenvolve um carreiro que nos levará ao Covelo de Cima. Daqui, segue-se para o Curral de Gamil e toma-se o traçado do Trilho das Silhas dos Ursos para voltar ao ponto de partida em Junceda.








Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MXXIII) - Albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas

 


A albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas entre a Serra do Gerês e a Serra Amarela.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sábado, 28 de agosto de 2021

Trilhos seculares - Do Arado à Rocalva

 


Há já algum tempo que não visitava o Curral da Rocalva e caminhava pelas magníficas paisagens do Estreito e Pradolã à vista dos Bicos Altos. Esta caminhada serviu para matar saudades!

Saída bem cedo do Arado para evitar a feira diária dos veraneantes da praia que demandam o Parque Nacional em busca de selfies instagramáveis ou a água já pútrida do Rio Arado e urinada do Poço Azul. Seguindo a estrada florestal, passagem pela Malhadoura - com visíveis sinais de noitadas de quem não cuida - e pelo Curral dos Portos a caminho da Tribela. Aqui, segue-se em direcção à Ponte de Servas e subindo em direcção ao Curral de Pinhô, o vislumbro dos colossos que havia de visitar de perto dali a uns «instantes».

Continuando pelo caminho florestal que passa quase na base da Roca de Pinhô, entra-se num bosque que esconde um carreiro que nos leva já perto de Pousada no traçado do Trilho da Vezeira de Fafião. Pousada ficará à nossa esquerda, à medida que vamos entrando numa corga que nos vai conduzir a Pradolã. À nossa direita são já bem visíveis os altos de Bicos Altos que marcam uma paisagem de singular beleza naquelas paragens. Não há que esquecer que estamos em terras de Fafião! Continuando entre a vegetação e vencendo lajes de granito, chegamos ao Curral de Pradolã e à sua fonte que ajuda já a diminuir a sensação de um calor que se vai entranhando na pele.


O caminho vai seguir ao lado de Fontela e mais adiante atinge o magnífico Estreito, um verdadeiro espectáculo da Natureza abrindo-se para o Vale do Rio Laço (à nossa direita) - afundando-se para o Curral da Touça - e para a Corga das Cerdeira (à nossa esquerda) - afundando-se para Entre Águas. O caminho continua para o Curral de Vidoeirinho e a Meda de Rocalva surge já no horizonte próximo. Após uma curta paragem em Vidoeirinho para abastecer de água e refrescar a pele (pois a fonte em Rocalva estaria seca), continua-se o percurso passando o Penedo das Cangas e até chegar a uma das paisagens que são por excelência, verdadeiros símbolos da resiliência dos povos serranos e uma das imagens de marca do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Depois do repasto no Curral de Rocalva, era hora de encetar o regresso passando descendo pela crista inicial do Quinão (ou Quina) do Meio e depois pelo Curral do Cando, seguindo pelo magnífico carreiro que percorre a Encosta do Cando e descendo para o Curral da Arrocela. Aqui, a Fonte da Meda de Arrocela é uma das poucas que vai resistindo aos dias quentes de Verão e a sua água é sempre um alívio para as gargantas já secas e sequiosas do ar quente. Daqui, seguiu-se em direcção ao Curral de Coriscada e, ladeando o Cabeço de Giesteira e os Cabeços de João Seda, chegava-se de novo à estrada florestal que leva ao ponto de partida.





















Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)