domingo, 31 de outubro de 2021

O fim do Verão e o início da Longa Noite - as celebrações de Inverno


As nossas raízes encontram-se profundas nas sombras das eras passadas onde a relação com a Natureza marcava os ciclos da Vida e da Morte.

Assim, por estes dias comemora-se uma festividade que estará relacionada com uma outra que noutros países - onde a cultura Celta permanece viva - recebe a designação de Samhain (Irlanda), Samhuinn (Escócia), Hop tu Naa (Ilha de Man), Calan Gaeaf (País de Gales), Kalan Gwav (Cornualha) e Kalan Goañv (Escócia), tendo vínculos entre todas as variantes atlânticas da festividade.

David Outeiro, refere que "Durante as datas ao redor do 1 de Novembro, os celtas acudiam a celebração duma das grandes óenach. Este tipo de festejos consistiam em grandes assembleias religiosas, políticas e rituais que tinham lugar num território fronteiriço e com presença de tumbas. É por isso habitual que nos territórios de celebração haja grande quantidade de túmulos megalíticos posto que para os celtas era necessário lembrar os devanceiros e recriarem as façanhas dos tempos míticos nos que teve lugar a génese do seu povo. Como não podia ser doutro jeito, na Galiza contamos com muitas evidências da celebração deste tipo de festejos por causa da existência de múltiplos encraves que cumprem ditas características. Também existem epígrafes que mostram esta tradição, tal é caso de "Coso Oenaego". Acreditava-se que neste tempo e nestes lugares, o mundo do Sidh, o Além irlandês é que se abria. Esta abertura permitia que os espíritos que habitavam o mundo inferior, o dos túmulos, saíssem ao exterior e pudessem interagir com o mundo dos vivos. Na Galiza temos o seu equivalente no mundo da Mouramia, o mundo inferior dos mouros. Tal e como apontamos noutro artigo, o termo que designa a esta mágica gente, poderia provir da voz celta MWROS que designa aos mortos.

(...)

A celebração herdeira do Sámonios na Galiza é o Magosto ou Magusto. Com respeito a presença do termo Sámonios na antiga Galiza, Tomás Rodríguez comenta:

'Assim e tudo convêm saber que na Galiza temos o topónimo do mosteiro de Samos, antigo "Sámanos" (documentado), que segundo os filólogos provém do céltico e significa "reunião, junta de gentes, assembleia". Tem a mesma raiz que Samhain ou que o galo Sámonios (documentado no Calendário de Coligny), que se refere ao mês no que começa a metade escura do ano, quando as portas estão abertas para mortos e vivos, que se misturam numa grande festa documentada ainda nos séculos iniciais do cristianismo medieval, e cristianizada como Todos-Os-Santos e Fieis Defuntos'

Segundo afirma o Tomás, o termo Sámanos podemo-lo achar em documentos do ano 785 em Samos: /"monasterii samonensis"//, //"ad dominos de casa de Sámanos"/entre outros. Esta data pagã seria cristianizada, portanto, com o nome de Todos-Os-Santos (1 de novembro) no S IX e o dia seguinte no S XII como Dia de Defuntos. A pesar disto, na Galiza sobreviveu com o nome profano de Magosto. O José Manuel Barbosa num artigo por ele publicado em 2004 diz ao respeito do termo:

'Ao nome de Magusto têm-se-lhe dado várias origens etimológicas. Dentre elas a de “MAGNUS USTUS” que vem significar algo assim como “grande fogueira”, donde MAGNUS é grande e USTUS, queimado, ardido, em particípio passado do verbo “Uro”, arder, queimar. Pode ter umha certa lógica mas nós quereríamos propor outra desde aqui que tem a ver com as palavras “MAGUS” feiticeiro, bruxo, mago e “USTUS”. A maioria das palavras em galego-português provêm do acusativo latino que neste caso seria “MAGUM USTUM” donde seria mais fácil explicar a deriva para “Magusto”, e mesmo em dativo “MAGO USTO” literalmente “…ao ou para o mago queimado”.

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (31 de Outubro a 8 de Novembro)

 


Os dias do frio estão a chegar.

sábado, 30 de outubro de 2021

Paisagens da Peneda-Gerês (MXCVI) - Cando e Rocalva

 


O abrigo pastoril do Cando torna-se minúsculo perante a imensidão dos espaços graníticos da Serra do Gerês encimados pela Meda de Rocalva.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Paisagens da Peneda-Gerês (MXCV) - Vale de Teixeira e a Corga do Arieiro

 


Vindos do Curral da Lomba do Vidoeiro para o Vale de Teixeira, a imensa Corga do Arieiro, Serra do Gerês, surge-nos guardada pelo colosso do Camalhão (Cambalhão).

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Caminhadas guiadas da GVT em Novembro de 2021

 


Organizado pela associação Gerês Viver Turismo, este programa conta com o apoio da Câmara Municipal de Terras de Bouro, sendo operacionalizado por quatro empresas de animação turística do concelho, dotadas de guias especializados e conhecedores do território.

Durante 12 meses são 134, os dias com caminhadas, correspondendo por isso a uma excelente oportunidade para estar no Gerês de um modo diferente.

Veja aqui como pode participar.

No mês de Novembro de 2021 terão lugar as seguintes caminhadas guiadas:

- dia 6: Trilho dos Moinhos (Equidesafios)

- dia 13: Trilho de Cecelo (Geresmont)

- dia 20: Dia Mundial da Criança (Parque de Campismo de Cerdeira)

- dia 27: Trilho de Porto Santo (Equicampo)

Nota histórica sobre a mineração associada às Minas dos Carris

 


Ainda em resultado das disputas relacionadas com os primeiros anos de exploração das concessões mineiras em Carris e para consolidar o seu domínio sobre toda a área mineira do volfrâmio, a Sociedade Mineira dos Castelos Lda. requer a concessão de várias minas já registadas em 1941, tais como a mina do Salto do Lobo II (registo n.º 282 – Carris, a 19 de Maio de 1941 na Câmara Municipal de Montalegre – Processo 867-M), Carris II (registo n.º 296, a 6 de Junho de 1941 na Câmara Municipal de Montalegre - Processo 868-M) e Garganta das Negras (registo n.º 299, a 16 de Junho de 1941 na Câmara Municipal de Montalegre - Processo 869-M).

Ainda em 1943, a Sociedade Mineira dos Castelos Lda. demonstra interesse em obter outras concessões mineiras localizadas na vizinhança do Salto do Lobo. Uma dessas concessões é a Corga das Negras n.º 1 cujos direitos são endossados a Artur Gonçalves Pereira a 3 de Junho, que por sua vez endossa os direitos à Sociedade Mineira dos Castelos Lda. a 8 de Junho. A 5 de Julho é então solicitado o alvará de concessão para a mina da Corga das Negras n.º 1 e no mesmo dia é proposto o Eng. de Minas Francisco da Silva Pinto como Director Técnico.

Outras empresas ambicionam o volfrâmio daquela zona e com esse intuito a Sociedade Mineira de Cadeiró, Lda. vai requerer a concessão da mina de volfrâmio denominada "Carris de Cima" tendo por base o registo mineiro n.º 302 feito na Câmara Municipal de Montalegre a 21 de Junho de 1941  (Processo 1:172-M). Este registo seria mais tarde anulado. Da mesma forma, Aníbal Pereira da Silva endossa todos os direitos da concessão Lamalonga n.º 1 à Sociedade Mineira dos Castelos Lda. a 8 de Junho.

De facto, a Serra do Gerês é literalmente passada a pente fino em busca dos minérios que a indústria de guerra mais ambicionava, o volfrâmio e o molibdénio. Numa verdadeira campanha em busca desses minérios, a Sociedade Mineira dos Castelos irá requerer dezenas de concessões mineiras com a apresentação de um igual número de manifestos mineiros com 27 registos a 23 de Março, 54 registos a 24 de Março e 51 registos a 5 de Abril. Estes registos resultaram em pequenas explorações espalhadas pelo maciço central da Serra do Gerês e das quais ainda hoje se podem encontrar vestígios, tais como as explorações da Lomba de Pau, Cova da Porca (actual Torrinheira), Arrocela e Lamas de Homem.

Nas fotografias em cima: a fotografia da esquerda mostra os restos da exploração de volfrâmio realizada na Lomba de Pau não muito longe do marco triangulado com o mesmo nome, fotografada a 20 de Março de 2012. A fotografia central mostra a exploração mineira da Cova da Porca (actual Torrinheira) fotografada a 5 de Outubro de 2012. É provável que a exploração da Cova da Porca tenha ocorrido ainda antes da exploração da mina de Cidadelhe a poucas centenas de metros. Por fim, a exploração de Lamas de Homem fotografada a 19 de Junho de 2010 terá sido certamente realizada pela Sociedade Mineira dos Castelos.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (28 de Outubro a 5 de Novembro)

 


Como é habitual todos os anos, inicio hoje a publicação da previsão meteorológica para Nevosa / Carris tendo surgido a primeira previsão de queda de neve associada à frente fria que irá visitar o território nacional nos próximos dias.

Assim, e apesar de há alguns atrás terem surgido verdadeiras previsões de um dilúvio a descer o Vale do Alto Homem, os valores que surgem são muito mais baixos.

Destaque para a previsão da possibilidade de queda de neve (1 cm) nos dias 2 e 3 de Novembro. O céu limpo deverá voltar a 4 de Novembro.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Trilhos seculares - Ao Cabeço de Redondelo pelas encostas do Campo do Gerês

 


Nesta caminhada de cerca de 9 km saí do Campo do Gerês e caminhei pelas encostas sobranceiras à albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas tirando partido dos velhos carreiros de montanha que se vão mantendo acessíveis e que nos proporcionam uma magnífica perspectiva da vertente Sul da Serra Amarela e de parte da Serra do Gerês.

A parte inicial do percurso tira partido do traçado do Trilho da Águia do Sarilhão até à sua chegada junto do velho posto de observação da Fraga do Sarilhão. Aqui, e vindo do centro da aldeia do Campo do Gerês e após passar entre o Parque de Campismo de Cerdeira, o percurso que fiz flecte à direita, subindo uma corga que nos vai levar às encostas do Redondelo. O carreiro vai exigir algum esforço para ultrapassar a Fraga do Sarilhão e a Fraga de Cima, entrando mais adiante no Covelo. Em pouco tempo chegamos aos fraguedos do Cabeço de Redondelo e a paisagem é ímpar, abrangendo a face Sul da Serra Amarela e o contraforte das Eiras e Cruz do Touro, na Serra do Gerês. O caminho mariolado vai-nos levar depois para o Curral de Gamil e daqui desci para a parte superior das Vitoreiras, seguindo depois para o carreiro que desce pelo Penedo Rachado para as imediações de Gorvelhe, regressando ao Campo do Gerês.












Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Adiamento do 'Trilho do Medronheiro'

 


A Associação Vezeira - Fafião anunciou o adiamento da X.ª edição do 'Trilho do Medronheiro' devido às previsões meteorológicas adversas para o dia 30 de Outubro.

É com enorme tristeza da nossa parte que somos obrigados a adiar o nosso evento de dia 30 de Outubro para dia 6 de Novembro. Já organizamos no passado este evento com alguma chuva, mas a tempestade que está prevista para este final de semana, e que acompanhamos com especial cuidado, não nos dá outra hipótese senão adiar. Com o intuito de não estarmos a falhar nas nossas previsões, bem como para podermos ter alguma imagem para o que se possa suceder na semana que virá a seguir, esperamos para lhe enviar esta notificação. Por unanimidade a Associação resolveu passar este evento para a semana seguinte dada alguma certeza que o tempo estará bom.

Pedimos desculpa pelo sucedido e pedimos desta forma que nos possa assegurar ou não a sua presença para o dia 6 de Novembro através do nosso email associacaovezeira@gmail.com ou do contacto 276 009 140.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Trilho das Bruxas 2021 - Lendas e mistérios do Gerês (adiado)

 


Devido à previsão de más condições meteorológicas para o dia 30 de Outubro de 2021, o evento Trilho das Bruxas 2021 - Lendas e mistérios do Gerês, foi adiado para o dia 6 de Novembro.

Com as inscrições já encerradas, e com organização da responsabilidade da Associação Gerês Viver Turismo, a 6ª Edição do Trilho das Bruxas incluiu uma interessante caminhada noturna, onde a aventura é o “ingrediente” principal.

Nesta edição, o Trilho das Bruxas decorre na aldeia de Campo do Gerês, começando na Porta do Parque de Campo do Gerês. Os participantes irão percorrer um trilho em autonomia, com várias surpresas durante o mesmo.

No local do evento irá realizar-se também a “Feirinha das Bruxas”, muita animação, o esconjuro, a típica queimada e o caldo no pote.

Paisagens da Peneda-Gerês (MXCIV) - Nevosa e Garganta das Negras

 


A Garganta das Negras e a Nevosa onde se atinge o ponto mais elevado da Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Paisagens da Peneda-Gerês (MXCIII) - Ponte da Assureira (Castro Laboreiro)

 


A Ponte da Assureira, Castro Laboreiro - Serra da Peneda é um belo exemplo das paisagens bucólicas que nos surpreendem em cenários de fantasia nos dias de Outono.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

domingo, 24 de outubro de 2021

Trilhos lá fora - Subida ao Pico Samelar (Picos de Europa)

 


A subida ao Pico Samelar, no Maciço de Andara - Picos de Europa, é uma caminhada fácil e acessível aos iniciantes da montanha. A caminhada inicia-se no Jitu Escarandi e segue-se em direcção ao Casetón Andara, tanto podendo caminhar pela antiga estrada mineira como pelo fundo do vale (aconselhável). Seguindo pelos restos das explorações mineiras e passando o Collado de Trasmancondi, desce-se para o Colado de Andara e seguindo pelo caminho em direcção ao Collado S. Carlos, passando pela Fonte de La Escalera, seguimos em direcção aos 2.227 metros do Pico Samelar numa subida tranquila.






































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)