quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Uma mentira dita mil vezes não se torna em verdade

 


Existem uma série de publicações na rede que de forma (que eu acredito) seja intencional, levam muitos a serem enganados com o que é escrito.

Nunca me cansarei de apontar esses erros, pois acho que todas as regiões têm a sua particularidade e singularidade, e não pode ser por culpa da ignorância propositada que as informações erradas sejam propagadas.

Chega de chamar 'Gerês' a todo o Parque Nacional da Peneda-Gerês que é constituído por quatro serras distintas (Peneda, Soajo, Amarela e Gerês) além dos dois planaltos que a extremam (Castro Laboreiro e Mourela). 

Assim, pergunto-me se quem escreve estes textos saberá mesmo sobre o que está a escrever? Esta publicação on-line já há muito que nos habituou com textos cheios de erros e este começa logo no título. E já agora, o que é "...lado espanhol do Parque Nacional Peneda Gerês?"

2 comentários:

Fernando Alves disse...

Boa noite caro Rui Barbosa!

Deixe-me começar por dizer-lhe que fui eu que escrevi esse título.

Agradeço a sua correção e aceito-a com todo o desportivismo e humildade.

No entanto, deixe-me esclarecer-lhe que sei muito bem que o PNPG abrange 4 serras e não apenas o Gerês, assim como o Rui Barbosa deve saber que, em todo o país, o parque é conhecido apenas por "Gerês".

Dito isto, compreendo que seja necessário educar as pessoas, sobretudo se somos editores de um meio online lido por alguns milhões de leitores. No entanto, haverá coisas das quais o caro Rui poderá não ter conhecimento suficiente.

Sabia, por exemplo, que se escrever um título com todo o nome oficial do Parque Nacional Peneda Gerês ele fica tão grande que é cortado pelo Google nas pesquisas?

Sabia, por exemplo, que quando alguém pesquisa por cascatas no PNPG, utiliza os termos "cascatas gerês" e não "fechas no Parque Nacional Peneda Gerês"?

E sabia que, por muito que me agradasse educar as pessoas sobre o PNPG, tenho também que pensar que tenho que escrever um artigo que não seja enviado pelo Google para a posição 200 só porque eu resolvi teimar na designação correta e oficial do parque?

O PNPG é conhecido em todo o país como "Gerês". Se isso me agrada? Não. Eu, que vivo muito perto do lado transmontano do parque, preferia que as pessoas o pudessem conhecer melhor, porque conhecendo-o melhor iriam respeitá-lo mais.

Tento, com as minhas publicações, levar pessoas a conhecer as aldeias do parque e as suas tradições. Espero que, quando visitam o parque porque leram um artigo meu, gastem dinheiro nos restaurantes, nas empresas de atividades turísticas, nas casas de turismo rural ou nos comerciantes que vendem produtos da terra.

E espero que esses turistas que vão ao parque porque leram um artigo meu, o respeitem.

Lamento muito se não conseguir meter na cabeça das pessoas que o parque tem 4 serras e não apenas 1.

Muito obrigado!

Fernando Alves

Rui C. Barbosa disse...

Caro Fernando,

Depende do que queremos atingir com os textos que escrevemos: queremos informar ou fazer com que tenham visitas através do Google para fazer render? Eu prefiro informar e não me vergar ao que o Google ou outros motores de busca impõem.

Refere que "em todo o país, o parque é conhecido apenas por "Gerês"". Sim, porque há quem escreva textos a dizer que o PNPG é o 'Gerês' e assim faz com que todo o país chame 'Gerês' ao que não o é.

"Sabia, por exemplo, que se escrever um título", "Sabia, por exemplo, que quando alguém pesquisa por cascatas no PNPG", "E sabia que, por muito que me agradasse educar as pessoas sobre o PNPG," Sim, sei isso tudo e no entanto - porque me interessa mais informar do que facturar - no meu blogue continuo a utilizar os termos correctos.

"Tento, com as minhas publicações, levar pessoas a conhecer as aldeias do parque e as suas tradições. Espero que, quando visitam o parque porque leram um artigo meu, gastem dinheiro nos restaurantes, nas empresas de atividades turísticas, nas casas de turismo rural ou nos comerciantes que vendem produtos da terra." Sim, e consegue-se fazer isso sem adulterar a verdade sobre as aldeias do PNPG e suas tradições, da mesma forma que gastem dinheiro nos produtos e serviços locais.

E é por isso que continuo a apontar estes erros que aos poucos descaracterizam os locais do PNPG e não só, atruibuindo-lhes nomes (ou topónimos) que não existem só por conveniência de quem escreve para que o Google ou outro motor de busca os divulguem.

Lamento é que mesmo sabendo que se comete um erro sobre o que se escreve, se aceite em fazê-lo com todas as consequências que são hoje visíveis: a lenta descaracterização e perda de identidade do PNPG.