terça-feira, 12 de outubro de 2021

A 2ª. de seis caminhadas em 6 dias - ao topo da Serra Amarela

 


A 2.ª de seis caminhadas em 6 dias percorrendo os caminhos até ao topo da Serra Amarela seguindo traçado da GR 34 - Grande Rota da Serra Amarela com início junto da Barragem de Vilarinho das Furnas em direcção às Casarotas.

A costa onde iniciamos a verdadeira trepada não é fácil e põe à prova a capacidade cardíaca logo nos primeiros 2 km do percurso. O Peito de Gemesura não é para desafiar se duvidamos da montanha, pois ela irá, mais cedo ou mais tarde, cobrar o desafio.

Subindo em curvas ou por vezes num demoníaco festo, o caminho vai-nos fazer ganhar altitude à medida que a paisagem se afunda atrás de nós e os horizontes se alargam para as serranias geresianas. Por outro lado, as vertentes alcantiladas das profundas corgas levam-nos para um cenário de grandes montanhas. À medida que vamos subindo, a Corga de Gemesura encrespar-se, a serra ganha corpo e a albufeira torna-se num grande lago que desejamos mergulhar a cada pingo de suor, mesmo em finais de Verão.

A primeira grande subida vai terminar no Couto da Aguieira que nos permite um cenário em contra-luz para a Serra do Gerês. À nossa esquerda, elevam-se os altos da Amarela e afundam-se em medonhas corgas que abrigavam Vilarinho da Furna, lá no fundo! Aqui, o caminho vai-nos dar tréguas e desce para a Chã de Baixo (Chão de Baixo), antes de iniciar a subida pela Lomba do Alto para Chã de Cima (Chão de Cima) e empinar-se de novo para a Chã de Mimpereira (Chão de Mimpereira).

Em Chã de Mimpereira encontramos as enigmáticas Casarotas, velhas construções que algumas teorias apontam como sento antigos postos de vigia da quase invisível (daquele ponto) Geira Romana ou os restos de uma velha branda, memória de transumâncias de outros tempos. Até este ponto segui o traçado da GR34 que aqui deixo para me dirigir na direcção do Fojo do Lobo de Vilarinho da Furna, testemunho da eterna luta entre Homem e Lobo, e depois prosseguir para a Chã do Muro ladeando o Alto do Velho Tojo.

Esta parte do percurso é fácil e, mesmo não havendo marcações de GR ou PR, torna-se instintiva a prossecução do caminho assinalado com mariolas. De assinalar que até este ponto na caminhada não havia encontrado qualquer ponto de água e que a nascente existente na área do fojo do lobo ainda estava imprópria para consumo.

Na Chã do Muro volta-se a encontrar as marcações da GR34 que subindo para o Couto do Muro vai passar pelo topo da Encosta dos Colados de Araújo, acima do Colado de Araújo e até ao Alto da Casa da Feira e Louriça, o ponto mais elevado da Serra Amarela. Plantado com várias antenas de comunicações e com vários edifícios de apoio, a sombra que estes proporcionam é já muito agradável ao Sol que aquece a paisagem. Neste dia, um frio vento de Norte fazia lembrar que, eventualmente, o Inverno vai chegar!

Neste ponto, e olhando a Norte, apruma-se a imensa Serra do Soajo até perder de vista e notam-se os recortes graníticos da Serra da Peneda. Prosseguimos a caminhada até ao Curral de Ramisquedo, onde iríamos parar para descansar e retemperar forças.

O percurso vai prosseguir pela Chã da Fonte e daqui dirige-se pela Encosta de Ramisquedo onde o caminho está limpo da vegetação que dificultava a progressão, baixando para a Chã de Ramisquedo onde se encontra o Curral de Ramisquedo. 

A GR34 prossegue para o Fragão (ponto de água) e depois para a Chã de Porto Covo, seguindo entre a Nascente dos Penedos do Carvalhal Branco (Corga do Estrêlo) e a Chã de Toutas, e flectindo no topo das Colmeias do Galante, vai prosseguir pelo Peito do Chão da Fonte e baixar para as Pardelhas e Porto do Carvalhal, já «nas traseiras» de Vilarinho da Furna. Junto da aldeia afundada tomamos o estradão florestal que nos leva de volta ao nosso ponto de partida.

Ficam algumas fotografias do dia...











Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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