domingo, 31 de julho de 2016

Cabril - Uma freguesia de encantos


Uma sugestão para as suas férias no Parque Nacional da Peneda-Gerês: a freguesia de Cabril, onde Trás-os-Montes começa.

Blogue 'Riscos Associados a Actividades de Montanha no Parque Nacional da Peneda-Gerês'


Um sítio muito interessante a merecer uma visita regular: Riscos Associados a Actividades de Montanha no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Paisagens da Peneda-Gerês (XXIII) - Pico da Nevosa e Garganta das Negras


Ponto mais alto do Norte de Portugal, o Pico da Nevosa ergue-se imponente e majestoso sobre a Garganta das Negras, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Dia Mundial dos Vigilantes da Natureza


A todos aqueles que de certa forma ajudam a manter as nossas áreas protegidas e em particular aos corpo de Vigilantes da Natureza do Parque Nacional da Peneda-Gerês, este dia sublinha a importância do vosso trabalho.

Os Vigilantes da Natureza são fundamentais para a protecção dos nossos espaços naturais devido ao seu conhecimento do terreno e dos habitats. Infelizmente, nos últimos anos tem-se vindo a assistir à degradação das condições de trabalho e às condições profissionais destes homens e mulheres.

Assim, deve-se apelar ao governo por melhores condições de trabalho e pela mais contratação de profissionais para esta área. O Parque Nacional da Peneda-Gerês, por exemplo, não vê o seu corpo de Vigilantes da Natureza renovado com novos profissionais há já muitos anos!

Segundo a Quercus, "a falta de Vigilantes da Natureza deixa muitos milhares de hectares de áreas protegidas sem fiscalização e existem áreas com mais de 26 mil hectares entregues a apenas um vigilante da natureza."

Muito obrigado pelo vosso trabalho e esforço!

"A estrada nacional é por aqui?"


Há uns anos atrás, e a propósito das minhas muitas visitas às Minas dos Carris, um colega referiu que achava de certa forma fascinante a forma como visitava o Parque Nacional e aquele complexo mineiro em particular devido à dificuldade do percurso. Dizia ele que, para mim, aquilo era como "...um passeio no jardim!"

Ora bem, caminhar na montanha jamais pode ser "...um passeio no jardim!"

A experiência que vivi no dia 30 de Julho de 2016 nas Minas dos Carris, fez-me ver até que ponto as pessoas estão dispostas a arriscar para enfrentar um desconhecido que em breves momentos lhes pode ser fatal. Ironia do destino, um atraso no início da caminhada fez com que duas pessoas pudessem regressar a casa com uma (triste) história para ser contada como uma valorosa aventura que vai esconder o quão perto a desgraça esteve de bater à porta.

Enquanto abastecíamos os cantis e as garrafas na única fonte de água potável existente em quilómetros ao redor das Minas dos Carris, uma voz aflita perguntava se a "...estrada nacional era por ali?", indicando a direcção da Lamalonga. Confesso que ao  princípio a estranheza da pergunta me fez confundir o que estava a ser perguntado; "A estrada nacional é por ali?" de novo perguntou a voz sôfrega de um cansaço de já muitos quilómetros batidos a um Sol escaldante. As últimas gotas de água haviam sido vertidas cabeça a baixo pelos dois jovens sem saber que ali existia uma fonte.

À questão de saber para onde queriam ir, surgiu a pronta resposta de 'Prados da Messe'. As t-shirts de algodão empapadas num misto de suor e água, os rostos aflitos e o respirar sôfrego, faziam notar o desconhecimento do local e o desconhecimento para onde e por onde queriam ir. Disseram que tinham o carro na Portela de Leonte e que queriam ir aos '...Currais da Messe'. Nas pequenas mochilas não aparentavam haver preparativos para tão longa jornada de Leonte à Messe pelos Carris e o passo ligeiro denotava já que a sensação de poucas horas para chegar ao objectivo deturpava já o pouco discernimento que ali havia. O percurso seria circular e para aqueles dois jovens, informados nas Caldas do Gerês, a estrada nacional de onde haviam partido já deveria ser logo ali!

Como é óbvio, o conselho foi para que regressassem pelo mesmo caminho por onde haviam vindo, pois por ali encontrariam água e as lagoas iriam de certa forma amenizar a aflição e o cansaço que mais cedo ou mais tarde iria tomar conta de tudo. A jornada de volta seria infernal e imensa, mas pela certa de final mais ou menos feliz.

Não sei os nomes dos dois jovens e na verdade pouco importa para o caso. O que importa é que num mundo tecnológico onde temos tudo à disposição, fazia falta um simples mapa e não seria muito, talvez, uma simples aplicação no telemóvel que lhes mostrasse que por onde vieram não seria por certo o caminho.

Em tempos perguntaram-me qual seria o melhor GPS para caminhar no Gerês ao que retorqui, "...a carta militar n.º 31!", "Mas não sei ler mapas!" - "Não sabes, aprendes!" Resume-se a isto: no meio de tanta informação e lindas fotos muito vezes veiculadas somente para coçar egos demasiado grandes para caber em si próprios e a necessitar de ajuda, esquecesse de que vivemos numa sociedade que se olvida do essencial e o essencial é respeitar-se a si próprio e o local para onde vamos. A montanha, seja qual for, é implacável e não perdoa àqueles que a desprezam e não a respeitam.

A preparação de uma caminhada deve ser talvez um acto de auto-comiseração no sentido de que não devemos sobrestimar as nossas capacidades. Por vezes, a grama que poupamos, é a grama que nos salva a vida.

Conceitos como 'gestão do risco', 'conhecimento básico do terreno', 'avaliação de capacidades' ou mesmo a verificação das informações recebidas, nunca podem ser menosprezados. O Estado não pode ter as costas largas para assumir a irresponsabilidade das pessoas. A política do facilitismo e de que Estado deve fazer tudo por nós, não pode servir de desculpa para as nossas faltas.

Nas palavras do companheiro de caminhada Alexandre Matos, o que vimos hoje foi um "caso berrante de impreparação, cuja culpa recai aparentemente toda, em cima dos próprios. Mas pode haver terceiros que tenham incentivado a isto sem advertir estes. Neste caso a tragédia era certa, perdidos, desidratados...etc."

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (XXII) - Há mais coisas...


Há mais coisas no céu e terra, Horácio, do que foram sonhadas na sua filosofia.

Minas dos Carris, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Tragédia abate-se de novo sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês - Incêndio lavra no Ramiscal


Segundo anunciou a Quercus, um "...incêndio (..) está a afetar a reserva integral do Ramiscal, situada na freguesia de Cabreiro, concelho de Arcos de Valdevez em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.

O incêndio teve início ontem à noite e está ainda a decorrer nesta área de elevada importância ecológica e diversidade biológica do Sítio de Importância Comunitária das Serras de Peneda-Gerês."

A Mata do Ramiscal é uma rica floresta de carvalho alvarinho e azevinhos onde ainda habitam os lobos, as águias reais, os corços, as cabras pirenaica, os gatos bravos e muitas outras espécies selvagens.

Ainda segundo aquela associação ambientalista, a "falta de prevenção crónica provocam a destruição dos valores naturais do Parque Nacional ano após ano.

Infelizmente, a falta de ações de prevenção e o abandono crescente das áreas protegidas fazem com que o Parque Nacional da Peneda-Gerês seja pasto das chamas ano após ano."

Assim, a "Quercus apela aos cidadãos para que não permitam qua a banalização dos fogos de Verão impeça a proteção eficaz dos locais de Portugal de maior riqueza biológica como é neste caso. Muito dificilmente encontraremos um local de maior diversidade e riqueza natural no nosso país."

A importantíssima Mata do Ramiscal foi afectada por um violento incêndio florestal em 2006 que alterou em vários aspectos o equilíbrio daquele ecossistema que é uma das Zonas de Protecção Total do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Imagem: Arquivo Quercus

Seria trágico se não fosse cómico... (ou, 'Ganharam os Pokemons!')



Ora, por achar a coisa tão ridícula como o próprio jogo, desloquei-me a uma loja da Tranquilidade para saber se aquela empresa tinha algum seguro para praticantes de montanhismo ou actividades de montanha.

Alguns dias mais tarde, recebi a resposta da Tranquilidade...

Como já disse no meu anterior texto sobre o assunto, é uma questão de prioridades...


Seria cómico se não fosse trágico...


Tenho vários amigos que são hoteleiros no interior do país e sei o que eles passam em muitas alturas do ano. Assim, e correndo o risco de não ver todo o panorama, não posso deixar de partilhar este artigo do blogue Largo dos Correios sobre as declarações do Presidente da Associação Hoteleira de Portugal. Há aqui algo que não está bem...


PS - Se este senhor tiver razão, por favor corrijam-me!

Férias em Pitões 2016


Porque não ter a vivência da aldeia de Pitões das Júnias dedicando alguns dos seus dias de férias àquela aldeia transmontana?

Cartaz do Fiadeiro de Contos 2016


Já havia divulgado o programa da IIIª edição do Fiadeiro de Contos que vai decorrer entre 5 e 7 de Agosto de 2016 em Pitões das Júnias, mas desta vez aqui fica o cartaz deste evento a não perder!

Visite as Lagoas Naturais em segurança

Bons conselhos da ADERE Peneda-Gerês para estes dias quentes de Verão no Parque Nacional da Peneda-Gerês.


Pintar o Gerês 2016


A 30 de Julho terá lugar o 3º Encontro de Artes no PNPG 'Pintar o Gerês 2016'.

Conhecer as aves do Parque Nacional


No dia 30 de Julho no Gerês a Go2Nature vai dar os primeiros passos no birdwatching!

Mais em info@go2nature.pt

Novo acidente assombra Cascata do Arado


Depois do acidente mortal registado a 5 de Maio de 2016, um novo acidente assombra a Cascata do Arado.

O alerta foi dado às 12h45 e ao local ocorreu o Vmer de Braga, o helicóptero do INEM, o INEM de Terras de Bouro e de Vieira do Minho.

Mais informação aqui e aqui.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Paisagens da Peneda-Gerês (XXI) - Torre do Boi


A Torre do Boi, na aldeia de Travassos - Montalegre, permanece como uma memória das vezeiras daquela região.

Este é um "monumento comemorativo constituído por uma torre de planta quadrangular assente num soco proeminente, com três registos escalonados que vão estreitando até ao cimo, onde se ergue um campanário ornamentado com dois pináculos e uma esfera ao centro. No terceiro registo, destaca-se um cabeça de touro em alto relevo e uma inscrição com a data de 1933. Este monumento encontrava-se anexado à corte do boi do povo e foi construído com um prémio ganho numa chega de touros." (Fonte)

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

III Fiadeiro de Contos


Pelo terceiro ano terá lugar em Pitões das Júnias o 'Fiadeiro de Contos' que em 2016 decorre entre 5 e 7 de Agosto.

O Fiadeiro de Contos, surgiu da vontade dos habitantes da aldeia de Pitões das Júnias recuperarem hábitos de convívio entre as pessoas da aldeia, assim como da vontade de trazer alguma dinâmica a Pitões, no que respeita a actividades culturais. Este Fiadeiro propõe-se ir ao encontro deste desejo, recordando e reavivando as noites de serão, onde se juntavam famílias e vizinhos, e onde o hábito de contar histórias era tido como actividade lúdica e ao mesmo tempo de educação.

Queremos, com este encontro, preservar e fomentar um hábito que se tem perdido ao longo dos anos: contar histórias como uma forma de fortalecer os laços entre as pessoas, através do encontro e da partilha, reavivando a memória colectiva e preservando o património imaterial.


O programa do Fiadeiro de Contos de 2016 é o seguinte:

5 Agosto (21h00) - Largo do Eiró

  • Sopa de Pedra
  • Projecto The Adventure of Reading

6 Agosto (18h30) - Forno do Povo

  • Cláudia Sousa

6 Agosto (21h00) - Largo do Eiró

  • Miguel Sermão

6 Agosto (22h00) - Largo do Eiró

  • Rádio Popular
  • Paulo Cunha Martins

7 Agosto (18h30) - Eira

  • Ana Sofia Paiva

7 Agosto (21h00) - Largo do Eiró

  • Celso Fernandez Sanmartin

O sítio oficial do Fiadeiro de Contos pode ser acedido aqui.

Imagens: Fiadeiro de Contos

Rota do Contrabando (Trilho de Tourém) foi remarcado


A Rota do Contrabando (Trilho de Tourém PR6 MTR) encontra-se remarcada, sendo assim reparadas as falhas de marcação que se notavam em algumas partes do percurso.

Mais informação sobre este trilho aqui

Nota pessoal ainda sobre a designação de Vilarinho da Furna versus Vilarinho das Furnas na barragem que lhe roubou o nome... ou quase!



Ora, como todos sabem, a aldeia de Vilarinho da Furna foi sacrificada em 1971 pelo enchimento da barragem que acabaria por lhe roubar o nome... ou quase. Isto é, para se sublinhar a profunda ofensa que foi feita aos habitantes da aldeia de Vilarinho da Furna, a barragem foi baptizada de 'Vilarinho das Furnas'.

Ao fim de todos estes anos, e fazendo uma análise profundamente pessoal sobre este assunto, de facto aquela parede de betão não merece ser chamada de 'Vilarinho da Furna'. O carrasco não deve ser homenageado com o nome da sua vítima e como tal, neste blogue, irei utilizar a designação de 'Barragem de Vilarinho das Furnas' (nome com que foi baptizada pelo Estado Novo) para designar o monstro que aprisiona as águas do Rio Homem, que esconde no seu escuro leito as ruínas de tão bela aldeia e que um dia se viu perante a ameaça de Rogélio Pardo, que infelizmente, no romance de André Gago não conseguiu concretizar o seu intento de destruir as suas fundações com as barras de dinamite sonegadas muitos anos antes do paiol das Minas dos Carris.

Vilarinho da Furna merece ser homenageada por todos nós nos momentos de silêncio quando contemplamos aquela paisagem, mas por outro lado de forma ruidosa quando devemos protestar contra as injustiças que todos os dias se praticam contra aqueles povos que, tais como os habitantes da mártir aldeia, ficam demasiado fracos para se defenderem dos opressores!

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (XX) - Casa Florestal da Portela de Leonte em paisagem de Inverno


Os dias de calor fazem-nos ansiar pelos dias de Inverno e a sua melódica melancolia.

A fotografia mostra a Casa Florestal da Portela de Leonte numa paisagem de Inverno a 1 de Dezembro de 2008.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

terça-feira, 26 de julho de 2016

Trilhos seculares - Trilho da Picota (S. João do Campo)


O Trilho da Picota desenrola-se nos terrenos da aldeia de S. João do Campo sobranceiros à margem esquerda da albufeira da Barragem de Vilarinho da Furna e encontra-se fora da área do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Iniciei o percurso no centro da aldeia que mostra cada vez mais os sinais de uma consciência de recuperação dos seus edifícios sem fugir muito ao traço original, mantendo-a com um aspecto tradicional e mesmo assim proporcionando o conforto desejado pelos habitantes e por aqueles que buscam no seu sossego o descanso do rebuliço da cidade.

O trajecto do Trilho da Picota é circular, mas decidi iniciar a jornada buscando a sombra que proporcionava ainda alguma frescura num dia que seria tórrido. Àquela hora da manhã, 8h30 o calor do Sol já se fazia sentir! Seguindo pelo centro da aldeia e tomando a Rua da Geira, vamos chegar ao seu limite. Aqui, mesmo antes de se iniciar a descida que nos levaria até à barragem, tomamos um carreiro à esquerda que está bem definido.

A parte inicial do carreiro leva-nos por um bosque e mais adiante já começamos a ter as primeiras vistas da albufeira da Barragem de Vilarinho da Furna. Abandonando o bosque, vamos iniciar a subida em direcção à Picota já com o horizonte preenchido pela Serra Amarela e o Peiro de Gemesura que se eleva até ao Alto de Gemesura. Nesta encosta, desenrola-se parte do Trilho da Serra Amarela que nos leva às Casarotas e mais além.

A paisagem típica dos dias tórridos de Verão mostra o granito queimado pelo refulgente Sol das tardes serranas. A vegetação apresenta-se seca e áspera, e o vislumbre lá no fundo das águas que afogaram Vilarinho da Furna, faz-nos já àquela hora desejar lagoas refrescantes.

O carreiro vai-se vendo marcado no chão devido ao pisoteio, mas desde logo devemos ter atenção à colocação das mariolas que nos irão guiar até ao topo. A subida deve-se fazer contemplando de quando em vez a paisagem que se vai modificando tanto atrás de nós, como para os lados da Carvalheiro e do Bom Jesus da Paz.

Parte do percurso vai passar por lajes graníticas que devem ser atravessadas com cuidado em dias de chuva ou dias húmidos.

Chegados à Picota a paisagem da Serra do Gerês só é mesmo ofuscada pela luz do Sol que ilumina como nunca as vertentes da Serra Amarela.

Depois de tomado o pequeno almoço, prossegui de regresso a S. João do Campo descendo em direcção ao Assento e passando pelo edifício da Junta de Freguesia, antes de terminar a curta jornada de novo no centro da aldeia.

Algumas imagens do dia...




















































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)