sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Paisagens da Peneda-Gerês (CVI) - Pé de Medela


As paredes alcantiladas do Pé de Medela surgem imponentes e altaneiras como uma torre de vigia em plena Serra do Gerês. O Pé de Medela é um promontório granítico que se destaca na paisagem Geresiana com os seus 1342 metros de altitude.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A actividade das Minas dos Carris na primeira metade dos anos 70


A 20 de Janeiro de 1971 a Sociedade das Minas do Gerez, Lda. solicita à Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos que a concessão do Salto do Lobo seja considerada em actividade produtiva no ano de 1970, isto após terem sido já retomados os trabalhos de limpeza e conservação com vista à reentrada em exploração. Porém, nesta fase não conseguiu qualquer produção por falta de mão-de-obra.

Devido ao facto de as instalações mineiras terem estado abandonadas durante vários anos e antecedendo a nova vaga de exploração, a Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos solicita a 30 de Agosto, a entrega de um projecto das instalações mineiras que a Sociedade pretendia utilizar para assim determinar os perigos de poluição de águas resultante das actividades a desenvolver. É referido na solicitação a especial importância do facto de as diversas concessões se encontrarem no interior da área do Parque Nacional da Peneda-Gerês que entretanto havia sido criado pelo Decreto-Lei n.º 187/71, de 8 de Maio, e que visou a realização nessa área montanhosa de um planeamento capaz de valorizar as actividades humanas e os recursos naturais, tendo em vista finalidades educativas, turísticas e científicas. A criação do novo parque nacional que tinha como objectivo conservar solos, águas, flora e fauna, bem como preservar a paisagem nessa vasta região do noroeste português, viria no futuro a criar uma interessante «luta» entre a conservação da Natureza e a valorização dos recursos naturais nacionais. De salientar que Alexander Schneider-Scherbina à altura considerava boas as hipóteses de se obter a concessão da mina do Borrageiro com o intuito principal de se criar assim um grande couto mineiro apesar de incluído no interior do parque nacional.

Em 1971 a Sociedade das Minas do Gerez, Lda. apresenta os primeiros resultados desde o anterior encerramento da mina em 1958. Assim, em 1971 foram obtidos 51,275 toneladas de volframite com 66,43% correspondendo a 34,062 toneladas de WO3; 20,845 toneladas de mistos de volframite com 37,27% correspondente a 7,769 toneladas de WO3; um total não indicado de óxidos de estanho com 7,17% correspondendo a 1,495 toneladas de estanho e 7,39% de molibdenite correspondendo a 1,540 toneladas de molibdenite; e 4,550 toneladas de molibdenite. As restantes concessões eram consideradas em 1971 como adequada reserva com uma produção comprometida de 2,0 toneladas de WO3 nas concessões do Castanheiro, Corga das Negras n.º 1 e Lamalonga n.º 1. Em Agosto de 1971, 86 pessoas encontravam-se a trabalhar nas Minas dos Carris dos quais 47 no interior, 28 no exterior e 11 em diversos trabalhos.

As operações da Mina dos Carris são suspensas entre Janeiro e meados de Maio de 1972 devido aos danos causados pelo Inverno rigoroso da Serra do Gerês. A 31 de Janeiro é solicitado que as concessões do Castanheiro, Corga das Negras n.º 1 e Lamalonga n.º 1, sejam consideradas de novo como ‘adequada reserva’ da concessão do Salto do Lobo. Este será um pedido que se tornará recorrente nos anos seguintes e durante esta fase de exploração, com pedidos semelhantes a serem feitos a 31 de Janeiro de 1973 e 31 de Janeiro de 1974.

Na verdade, a exploração mineira nunca mais voltou à Mina do Castanheiro, mas sucessivos pedidos de consideração em actividade produtiva ou em adequada reserva foram entregues pela Sociedade das Minas do Gerez a 30 de Maio de 1970, 20 de Janeiro de 1971, 31 de Janeiro de 1973 (adequada reserva) e 21 de Janeiro de 1974 (adequada reserva). Os pedidos de suspensão de lavra para a Mina do Castanheiro surgiram para os respectivos anos a 27 de Março de 1975, 15 de Março de 1976, 10 de Março de 1977, 17 de Março de 1978, 12 de Fevereiro de 1979, 30 de Janeiro de 1981, 16 de Fevereiro de 1982, 17 de Junho de 1986 e 30 de Dezembro de 1986 (para o ano de 1987).

Fotografia © Karl Thobe / Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (CV) - Ponte de Porto Ribeiro


A Ponte de Porto Ribeiro, Lamas de Mouro - Serra da Peneda, liga as duas margens do Rio Mouro. Em ruína, a ponte é avistada quando se percorre o Trilho Interpretativo de Lamas de Mouro e situa-se numa zona onde, segundo a lenda, o emir árabe Jusão tinha uma grande coutada de caça, daí vindo-lhe o nome.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Paisagens da Peneda-Gerês (CXIV) - Forno comunitário de Lamas de Mouro


Vestígio de uma vivência comunitária do passado, os fornos comunitários representam a verdadeira expressão da vida rural comunitária do Norte de Portugal.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

O negrume dos dias


A sombra da saudade alarga-se pela tua paisagem.
Perante mim, um abismo... negro, vazio...
Por entre a bruma, corre um rio de tristeza onde renasce a escuridão dos dias...
Fico envolto por segredos de sacrifícios.
Dentro de um pesadelo,
Escondo-mo por detrás da minha sombra.

A salvação vem com um grito de palavras.
A visão que me cega, o símbolo de morte que me engana...
A noite que me envolve num abraço de veludo.

O calor do sangue que escorre, as luzes da noite
Chamam por mim...

Sentado num trono de tirania...
Espero por ti, renascido.
Na cripta da minha alma...
As desvanescentes cores do Outono que chegam...
Prometem o Inverno há muito desejado.

Caminhando por entre a floresta...
Os ramos retorcidos do tempo.
Estático entre as eras, eternas...
A areia do tempo que corre.

O vento uiva por entre os ramos retorcidos da dor.
As emoções esvoaçam por entre as nuvens pálidas do amanhã.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Paisagens da Peneda-Gerês (CXIII) - Alminha castreja


As alminhas são um elemento abundante na paisagem rural de Castro Laboreiro e sublinham a profunda religiosidade das gentes castrejas.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Paisagens da Peneda-Gerês (CXII) - Mina do Salto do Lobo


A Mina do Salto do Lobo, Serra do Gerês, foi a concessão mineira mais importante das Minas dos Carris. A sua exploração desenrolou-se em três fases distintas, atingindo uma profundidade máxima de 150 metros ao nível do 7º piso.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Actualização do estado dos percursos pedestres no PNPG


Com os fogos florestais que decorreram na área do PNPG, uma série de percursos pedestres viram-se afectados por estas ocorrências. No entanto, o PNPG apresenta uma actualização recente (8 de Novembro de 2016) sobre o estado dos percursos pedestres existentes no interior daquela área protegida.

A actualização disponibilizada pode ser acedida aqui.

Assim, recomenda-se especial cuidado nos seguintes percursos pedestres:

- Trilho do megalitismo de Castro Laboreiro (falta de sinalização no início / fim do percurso)

- Trilho da Peneda (desaconselhado o seu percurso)

- Trilho do Curro da Velha (desaconselhado o seu percurso)

- Trilho Pertinho do Céu (apresenta problema de limpeza)

- Trilho do Ramiscal (desaconselhado o seu percurso)

- Trilho Interpretativo do Mezio (ligeiramente afectado pelos incêndios do Verão de 2016)

- Percurso de Grande Rota 'Travessia Peneda-Soajo' (desaconselhado o seu percurso)

- Rota Temática dos Peregrinos e Romeiros da Peneda - Rota do Soajo (desaconselhado o seu percurso)

- Trilho dos Moinhos de Parada (desaconselhado o seu percurso)

- Trilho do Penedo do Encanto (desaconselhado o seu percurso)

- Trilho do Megalitismo de Britelo (desaconselhado o seu percurso / em reformulação)

- Trilho Interpretativo da Serra Amarela (GR34) - (apresenta problemas de sinalização e a passagem em Vilarinho da Furna pode ser desaconselhada caso o nível da albufeira esteja elevado)

- Grande Rota do Alto Minho 'Etapa da Ponte da Barca' (em implementação)

- Trilho de S. Bento (desaconselhado o seu percurso)

Segundo a ADERE Peneda-Gerês devem ainda ser evitados os seguintes percursos:

- Trilho dos Miradouros

- Trilho Caminho do Pão, Caminhos da Fé

- Trilho das Brandas

- Trilho do Ramil

Deverá haver especial cuidado nos seguintes percursos:

- Trilho da Águia do Sarilhão

- Trilho da Preguiça

- Trilho do Megalitismo do Planalto de Castro Laboreiro

- Trilho de Pitões das Júnias

- Trilho do Rio

- Trilho do Fojo de Fafião

- Trilho Interpretativo de S. Miguel de Entre Ambos-os-Rios

Para além da informação disponível sobre os trilhos pedestres nas Portas do PNPG (Montalegre, Vidoal, Campo do Gerês, Lindoso, Mezio e Lamas de Mouro) e da informação que se pode encontrar na maior parte do início dos diferentes percurso situados no território do PNPG, as seguintes ligações fornecem as informações necessárias sobre os percursos pedestres existentes no nosso Parque Nacional...


A ADERE PNPG disponibiliza ainda uma folha na qual se pode fazer a crítica, dar sugestões ou apontar falhas na rede de percursos pedestres sinalizados no PNPG: aqui.

A Câmara Municipal de Terras de Bouro disponibiliza um sítio com informações sobre os seus percursos pedestres aqui.

Informação sobre o Trilho da Serra Amarela.

Tal como a ADERE PNPG, a ARDAL fornece informações sobre os percursos: Percurso Pedestre Glaciar, Percurso Pedestre Ramil e Percurso Pedestre Urzal.

Finalmente, o PNPG tem a seguinte informação para quem quiser ver:




Ao contrário do que existe em muitas áreas protegidas no estrangeiro, muita desta informação pode ainda ser encontrada em papel.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Trilhos seculares - Caminhada de Natal ao Pé de Cabril


Uma pequena caminhada natalícia ao Pé de Cabril saindo da Portela de Leonte e enveredando pelo estradão florestal que se inicia por detrás da Casa Florestal de Leonte. Tirando partido do carreiro marcando com mariolas, passamos o Cancelo e logo depois chegávamos à Portela do Confurco na base da Agelheira.

Na Portela do Confurco seguimos o carreiro à esquerda das Portelas da Quelha Direita e passamos ao lado do Curral de Tirolirão, já com uma paisagem plena para a Serra Amarela e terrenos do Mourinho.

A subida ao espigão Poente do Pé de Cabril fez-se passando pelo pequeno túnel por entre os blocos de granito e depois utilizando a via ferrata que alguém baptizou de 'Hillary Step'. Até seria engraçado, se o Neozelandês Edmund Percival Hillary tivesse alguma relação com a Serra do Gerês. Infelizmente não tem. Ao baptizar aquela passagem, quem o fez poder-se-ia ter lembrado de Roger Heim, não o primeiro, mas um dos primeiros a escalar o Pé de Cabril. Fica a sugestão...

Atingido o cume do Pé de Cabril, celebrou-se a amizade com um café e uma nata, marcando-se assim a última jornada na Serra do Gerês antes da chegada do novo ano.

Caminheiros participantes: RB, AP, PF e ADC.























 



























Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)