sábado, 31 de outubro de 2020

Lua solitária

 


Porque hoje é ténue a fronteira entre dois mundos.

A Lua, solitária por entre milhões de estrelas... como cada um de nós...

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

As concessões mineiras nos Carris no final da Segunda Guerra Mundial

 


A 26 de Fevereiro de 1945 é elaborada uma listagem por parte da Embaixada dos Estados Unidos em Portugal, que refere as concessões mineiras na posse da Alemanha em território Português.

Das dezenas de concessões referidas, surgem 16 concessões em nome da Sociedade Mineira dos Castelos, Lda.

A partir de meados da Segunda Guerra Mundial, a Sociedade Minero-Silvícola, Lda. impulsionou o aproveitamento das concessões mineiras nos Carris. A Sociedade Mineira dos Castelos, Lda., de Hans Carl Walter Thobe, é incorporada na Sociedade Minero-Silvícola (empresa propriedade da Alemanha Nazi através da denominada holding Rowak/Sofindus ) passando a ser sócio gerente desta a partir de 1943.

De recordar que, segundo Gilberto Gomes, a Sociedade Minero-Silvícola, Lda. fazia parte de um grupo  de companhias mineiras cuja produção estava consignada à Alemanha. Por outro lado, João Paulo Avelãs Nunes, em “O Estado Novo e o Volfrâmio (1933-1947)”, refere que a Minero-Silvícola, Lda. era “propriedade do Gabinete do Plano Quadrienal e do Ministério da Economia do Terceiro Reich através da Rowak (de Berlim) e da Sofindus (de Madrid), dedicando-se à produção e venda para a Alemanha de matérias primas, tais como o estanho e o volfrâmio." A sociedade fora criada em Lisboa a 17 de Dezembro de 1938, transformando-se posteriormente numa “…entidade gestora e coordenadora da actividade de, pelo menos, 12 sociedades com explorações ou com oficinas de tratamento de minérios em Portugal continental.” Citando ainda João Avelãs Nunes, “nos anos de 1941 e 1942 a holding Minero-Silvícola, Lda. adquiriu, assim, quotas ou lotes de acções maioritárias nas Companhia Mineira das Beiras, Lda.; Empresa Mineira de Folgar, Lda.; Fomento Nacional da Industria, SARL,; Mata da Rainha, Lda.,; Sociedade Mineira dos Castelos, Lda.,; Sociedade Mineira do Couto, Lda.,; Sociedade Mineira de Nelas, Lda.; Tungsténia, Lda.; e Volfrestânio, Lda. (ex-Schwarz & Morão, Lda.).”

O papel de Walter Thobe foi fulcral no desenvolvimento das concessões mineiras nos Carris, participando na criação das condições para o desenvolvimento e exploração da Mina dos Carris, tais como a difícil abertura e reacondicionamento do estradão de acesso, desde a Portela do Homem, até ao centro nuclear da mina, a concessão do Salto do Lobo, a construção dos edifícios sociais e industriais, e a instalação e posta em marcha dos equipamentos para as operações de extracção e tratamento de minério.

As concessões referidas são: Salto do Lobo, Carris 3, Garganta das Negras, Carris 2, Salto do Lobo 2, Castanheiro, Corga das Negras 2, Lamalonga 1, Lamalonga 2, Lamalonga 3 e Pinhedo, na freguesia de Cabril - Montalegre e destinadas à extracção de volfrâmio; Carris 4 e Carris 5, na freguesia de Cabril e destinadas à extracção de berílio; Cidadelhe e Alter de Cabrões, na freguesia de Vilar da Veiga - Terras de Bouro e destinadas à extracção de volfrâmio.

Das concessões referidas, a concessão do Salto do Lobo era a principal. No terreno ainda podemos encontrar vestígios dos trabalhos a céu aberto realizados nas concessões mais pequenas e que rapidamente foram esgotadas.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (31 de Outubro a 8 de Novembro)

 


Novembro vai começar cinzento e com chuva nas Minas dos Carris.

Paisagens da Peneda-Gerês (DCCXXXV) - Fonte de Suadouro

 


A Fonte de Suadouro situada na estrada que liga o Campo do Gerês às Caldas do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Nascer da Lua sobre a Serra do Gerês

 


Aproximando-nos da Lua Azul - que este ano irá simbolizar o fim do ano velho e o começo do ano novo; o início do Inverno, uma das duas estações do ano dos Celtas - a Lua nasce sobre a Serra do Gerês a 30 de Outubro de 2020.















Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)


Paisagens da Peneda-Gerês (DCCXXXIV) - 1823

 


Memórias seculares gravadas nas paredes do Campo do Gerês, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

As viaturas da Sociedade Mineira dos Castelos nas Minas dos Carris

 


Nos nossos dias é difícil de entender como é que em tempos o caminho para as Minas dos Carris foi uma estrada transitável a viaturas que transportavam materiais, mantimentos e mão de obra para o complexo mineiro.

Começando a ser construída em 1943, a empreitada de abertura e construção da estrada para as Minas dos Carris envolveu milhares de homens, permitindo uma facilidade de acesso às minas localizadas numas das zonas mais selvagens e remotas do país.

Parte dos veículos que certamente foram utilizados em 1943 e 1944 encontravam-se armazenados na Garagem Imperial localizada na Rua Torrinha, Cedofeita - Porto. Ainda em actividade nos nossos dias, a Garagem Imperial era na altura utilizada para a guarda dos veículos das empresas Companhia Mineira das Beiras e Companhia Mineira Lisbonense, ambas pertencentes à Sociedade Minero-Silvícola, Lda. impulsionou o aproveitamento das concessões mineiras nos Carris. A Sociedade Mineira dos Castelos, Lda., de Walter Thobe, havia sido incorporada na Sociedade Minero-Silvícola (empresa propriedade da Alemanha Nazi através da denominada holding Rowak/Sofindus).

A Garagem Imperial foi visitada por uma Comissão composta por representantes dos Aliados que seria responsável pela inventariação e posse dos bens alemães. Sendo um espaço público, a Comissão não pôde proceder à sua selagem das viaturas, tendo a Comissão feito uma lista das mesmas e avisado o proprietário de que os antigos donos não poderiam ter acesso às mesmas.

Apesar de registadas em nome de outras companhias mineiras, as seguintes viaturas teriam sido utilizadas durante as operações de mineração registadas nas Minas dos Carris pela Sociedade Mineira dos Castelos.

Na garagem encontravam-se os seguintes veículos:

- Graham 1934 com a matrícula AC-95-92 da Companhia Mineira das Beiras

- Chevrolet 1939 com a matrícula HF-10-93 da Companhia Mineira Lisbonense

- Chevrolet 1940 com a matrícula HD-11-05 da Companhia Mineira Lisbonense

- Buick 1935 com a matrícula AD-46-60 da Companhia Mineira das Beiras

- International Ambulance com a matrícula AB-13-60 da Companhia Mineira das Beiras

- Ford 1937 com a matrícula FB(?)-10-22 da Companhia Mineira Lisbonense

- Klöckner-Deutz 1943 com a matrícula NT-10-59 da Companhia Mineira Lisbonense

- Klöckner-Deutz 1942 com a matrícula NS-10-88

- Studebaker 1938 com a matrícula CC-10-69 da Companhia Mineira Lisbonense

- Mercedes-Benz (em reparação nas Oficinas Palhinhas)

- Lancia (na altura a ser utilizado por Carl Heinrich Jakob e que foi ordenado para ser depositado na Garagem Imperial).

E pronto, fica um pouco mais de história relacionada com as Minas dos Carris.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

As actividades de montanha no Parque Nacional da Peneda-Gerês

 


Alguns conselhos e boas práticas para a realização de actividades de montanha dentro da área do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

A aventura e por vezes a vontade de conhecermos mais leva-nos a percorrer áreas mais ou menos «selvagens» dentro do PNPG. Porém, nestas ocasiões podemos estar a pôr em risco alguma espécie, por exemplo de aves, que nidificam no chão. Assim, convém tentarmos seguir pelos trilhos e caminhos já existentes, evitando abrir novos traçados. Na maior parte das vezes, o caminho mais curto não é o mais indicado e leva a um maior esforço. Um exemplo deste caso foi o que aconteceu com o acesso à Nevosa onde o velho carreiro pela encosta acabou por ser coberto pela vegetação ao mesmo tempo que se foi «abrindo» um caminho a festo que, mais curto, exige um maior esforço físico.

Na visita ao nosso único Parque Nacional respeite os valores naturais e culturais da zona: não danifique a flora nem colha amostras de plantas, líquenes, cogumelos, rochas e minerais. A nossa presença deve ser o menos notada e não devemos recolher nem perturbe a fauna. Os grupos grandes têm tendência de ser mais barulhentos e notam-se a grandes distâncias. Evite barulhos e atitudes que perturbem o meio que o rodeia.

O património é um testemunho da presença milenar do Homem nas serranias do PNPG. Não destrua o património cultural, histórico ou arqueológico.

Apesar de a informação estar disponível por diversos meios (Internet, telefone, prospectos, serviços do ICNF/PNPG, etc.), devemos respeiter a sinalização existente e indicações dos funcionários do PNPG.

Grande área do Parque Nacional é área não pertencente ao Estado, sendo gerida por Comissões de Baldios ou mesmo propriedade privada. Devemos respeitar esses limites e o modo de vida dos residentes.

Devemos sempre transportar de volta o lixo, até poder colocá-lo num contentor. As cascas de frutos e restos de alimentos não são adubo! 

Acampe ou pernoite apenas nos locais autorizados.

É importante e fundamental uma informação prévia dos locais e épocas em que se pode utilizar fogareiros. Deve-se evite fumar na floresta e respeitar a época em que é proibido fumar nessas zonas.

As actividades de montanhismo na Área de Ambiente Natural exigem licença, que deve ser solicitada nas Portas e outros Centros de Informação do Parque;

É obrigação der todos sermos os primeiros agentes de preservação do PNPG. Devemos comunique ao PNPG ou à GNR/SEPNA (linha SOS Ambiente: 808200520 ou www.gnr.pt) alguma infracção que seja presenciada.

Queixas no facebook ou noutra rede social não resolvem os problemas...

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Serra do Gerês - Pela Mata de Albergaria até à Ponte de Palheiros

 


Caminhada pelos dias de Outono através da tranquilidade da Mata de Albergaria. Começando na Portela do Homem e seguindo o traçado da Geira, passagem pela Ponte de S. Miguel, pela Milha XXXIII e Ponte Feia, seguindo para os Viveiros de Albergaria. Depois, tomando a estrada da Geira que começa a sentir os efeitos da chuva, seguiu-se até à Milha XXXII na Volta do Covo e aí desceu-se para a Ponte de Palheiros quase à sombra da magnífica Pena Longa que se projectava no arvoredo multicolor.

O regresso passou de novo pelos Viveiros de Albergaria, Curral de Albergaria e Rio do Forno, seguindo a estrada até ao Curral de S. Miguel e Portela do Homem.

































Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)