terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

"Encontrado casal perdido na Serra do Gerês"

 


Um jovem casal que se perdeu na Serra do Gerês, em Terras de Bouro, foi resgatado pela GNR ao início da madrugada desta terça-feira.

Notícia d'O Minho para ler aqui.

Fotografia: O MINHO / Arquivo

O regresso das fitas e fitinhas

 


Custa-me muito, mas mesmo muito, entender o porquê de haver organizações de passeios pedestres que insistem em colocar fitas de sinalização em trilhos previamente sinalizados!

Esta, tal como as «mariolas à la carte» são uma praga cíclica que por vezes surge nas montanhas. Mesmo havendo a necessidade de sinalizar os percursos já sinalizados, por que razão não há o cuidado de as recolher no final da caminhada?


Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXIX) - Albergaria e ponte sobre o Rio Maceira

 


O cenário mágico da ponte sobre o Rio Maceira na Albergaria em dia de neve na Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (28 de Fevereiro a 7 de Março)

 


Os dias irão continuar com céu limpo e muito frio nas Minas dos Carris, sem previsão de precipitação.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Denunciada construção de piscina no leito do Rio Laboreiro

 


Segundo Carlos Fragoeiro, "Em pleno exercício de cidadania vimos por este meio denunciar atentado ambiental em curso no Parque Nacional Peneda-Gerês, sem qualquer resposta e intervenção por parte das entidades competentes, nomeadamente SEPNA, ICNF, Câmara Municipal de Melgaço e Junta de Freguesia de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro:

Construção sem a obrigatória sinalética de licenciamento de piscina na margem do leito do Rio Laboreiro, em terreno de aluvião e zona de cheia, que para além de alterar a margem natural existente gera movimentação de inertes de necessário licenciamento pela Agência Portuguesa do Ambiente, I. P, e/ou ICNF por se encontrar em território do Parque Nacional Peneda-Gerês, desrespeitando ainda a Lei n.º 31/2016, de 23 de agosto no que se refere à utilização pública das margens de rio.

Foi apresentada denuncia ao SPENA no dia 29-12-2022, até à data sem qualquer resposta, e posteriormente solicitadas informações ao ICNF e à Freguesia de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro."






Fotografias via Grupo de Montanhismo PNPG no Facebook

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (27 de Fevereiro a 6 de Março)

 


Sem precipitação à vista, os próximos dias serão marcados pelo frio nas Minas dos Carris.

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXVIII) - Abrigo pastoril do Cambalhão

 


O abrigo pastoril do Cambalhão, Serra do Gerês, no extremo Norte do Vale de Teixeira.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

domingo, 26 de fevereiro de 2023

sábado, 25 de fevereiro de 2023

11ª Edição "Faça Nascer uma Floresta no Gerês"

 


"Faça Nascer uma Floresta no Gerês" é um evento ímpar que este ano terá lugar no 18 de Março, para além de algumas empresas de animação turística que estão alicerçadas na nossa aldeia este ano contamos com o trabalho do agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado de Joane que nos desenharam o Cartaz. Entre os diversos alunos foi feito uma seleção pelos nossos Sócios do vencedor, que é o cartaz que promove este ano o nosso evento, a vencedora do Cartaz foi a Daniela Silva. No dia da nossa plantação serão exibidos no Ecomuseu de Barroso, Pólo de Fafião, Vezeira e a Serra todos os 9 trabalhos dos alunos que foram levados a concurso.

Os nossos eventos este ano passam a ser pagos previamente, e sendo assim pedimos que o valor seja transferido, bem como validado através de email que contenha o comprovativo de transferência bancária para eventosvezeira@gmail.com. Após recebermos o devido comprovativo, como o nome dos inscritos através desse comprovativo, iremos validar a inscrição, onde receberá um email de confirmação.

Dia 18 Março, 10h - Ponto de Encontro (Ecomuseu de Barroso, Pólo de Fafião)

Preço por Pessoa - 15€ (Almoço Comunitário no Parque de Merendas dos Areeiros)

Deixamos a ligação para que se possam inscrever contendo toda a informação necessária: aqui.


Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXVI) - Fraga do Sarilhão em dia de neve

 


A Fraga do Sarilhão e a Fraga de Cima engalanaram-se de branco em dia de neve na Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXV) - Abrigo pastoril do Prado

 


O abrigo pastoril do Prado, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

"Reduzir a protecção do lobo na Europa? Duarte Cordeiro e outros ministros não concordam"

 


Um artigo do PÚBLICO para ler aqui.

"Uma combinação entre esta protecção rigorosa e um “sistema eficaz” de medidas preventivas e compensatórias — isto é, medidas que permitam aos agricultores e criadores de gado não só evitarem os ataques de carnívoros, mas também serem indemnizados justamente, quando esses ataques ocorrem — é o caminho que “trará as melhores soluções”"

Fotografia: PIXABAY

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (24 de Fevereiro a 3 de Março)

 


Possibilidade de queda de neve nas Minas dos Carris a 25 de Fevereiro. Os próximos dias serão frios, mas sem precipitação e as temperaturas mínimas poderão atingir os -7.ºC.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Voluntários da Galiza e de Portugal encontram-se, este fim de semana, na Serra do Gerês para ações de controlo de invasoras

 


No último fim de semana do mês de Fevereiro, o projeto transfronteiriço Vemo-nos no Monte organiza duas ações de voluntariado na Serra do Gerês, fomentando o intercâmbio entre os lados português e galego da fronteira. As ações terão lugar em Campo do Gerês e Rio Caldo e irão contar com a participação de 60 voluntários da Galiza, da Serra da Estrela e da Serra do Gerês.  

Vemo-nos no Monte é uma iniciativa de voluntariado e formação ambiental transfronteiriça que pretende alertar para o problema das plantas exóticas invasoras nos territórios da Serra da Estrela, da zona fronteiriça e da Galiza e fomentar uma rede de brigadas cívicas com ações concretas no território. Ao longo de 18 meses, o projeto organiza ações nos concelhos de Seia e Gouveia na Serra da Estrela, na zona fronteiriça da Serra do Gerês e em territórios galegos. A iniciativa parte da experiência das Brigadas Deseucaliptizadoras que foram iniciadas, em 2018, pela associação galega Verdegaia, e rapidamente se tornaram uma rede cívica de intervenção em territórios sob risco elevado de incêndios florestais.

A saída de campo à Serra do Geres conta com duas ações. A primeira realiza-se no Sábado, 25 de Fevereiro, em Campo do Gerês, em parceria com o Agrupamento de Baldios da Serra do Gerês. No foco desta acção estará a aplicação de diferentes métodos de controlo de mimosa (Acácia dealbata). A tarde será dedicada à formação e troca de experiências no âmbito de um seminário sobre boas práticas de controlo de invasoras em terrenos comunitários que contará com a participação da investigadora Elizabete Marchante do projeto Invasoras.pt do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra. A intervenção de Domingo terá lugar do lado galego da raia, concentrando-se no controlo de eucalipto, numa ação em parceria com a comunidade de montes de Rio Caldo. 

O intercâmbio de brigadas cívicas em jornadas teórico-práticas de combate às invasoras terá continuidade em finais de Abril, com a segunda viagem de voluntários para a Serra da Estrela, com duas ações no concelho de Gouveia, bem como um encontro de associações e movimentos cívicos sobre controlo de invasoras. 

O projeto, cofinanciado pelo programa Erasmus+ da União Europeia e organizado pela Fundação Montescola, a Fundação CEER e a iniciativa cultural à escuta, tem ainda como objetivo criar uma plataforma digital que permitirá a inscrição de terrenos para futuras ações e a organização de grupos de voluntários. Além disso, a plataforma disponibilizará um conjunto de materiais educativos que serão elaborados com os parceiros do projeto, entre os quais se encontram o Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), a plataforma Invasoras.pt do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, a associação Veredas da Estrela e o Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (CERVAS) de Gouveia. A ação na Serra do Gerês contam ainda com o apoio logístico da Câmara Municipal de Terras de Bouro e da Câmara Municipal de Gouveia. 

"Hoje pela Carolina, amanhã por ti"

 


A AMSB - Associação de Música Sacra de Braga desafiou-nos a abraçarmos a causa e em colaboração com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP, no dia 25 de fevereiro, sábado, entre as 9h00 e as 12h30, abrimos as portas para acolher uma campanha de recolha de sangue e de potenciais dadores de medula óssea

Para doar sangue deve ter entre 18 e 45 anos, peso mínimo de 50 kg e altura mínima de 150 cm, ser saudável e não ter recebido transfusões de sangue desde 1980.

No dia basta comparecer, mas poderão inscrever-se enviando e-mail para: geral@amsb.pt.

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (23 de Fevereiro a 2 de Março)

 


O mês de Fevereiro termina com neve nas Minas dos Carris. O tempo frio que se irá manter na primeira semana de Março, irá prolongar as paisagens brancas nos altos das serras.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXIV) - Pé de Salgueiro

 

A perspectiva do Pé de Salgueiro, Serra do Gerês, descendo para o Curral da Raiz.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

V.º Encontro de Artes, Ecologia e Ruralidades

 


O dia 25 de Fevereiro trará festa à aldeia do Campo do Gerês!

Se por um lado, é o V.º capítulo do Encontro de Artes, Ecologia e Ruralidades que a Associação Rural Vivo organiza anualmente no Campo do Gerês, por outro lado, trata-se do primeiro de dois Eventos do projeto 'Aldeias Criativas' em curso.

Representativo da 'metade' do projeto, reunirá as apresentações dos 3 (dos 6) artistas que estiveram em residência artística até este mês - Frankão Gringo Sou EU (música), Rita Faia (ilustração), Beatriz Garrucho (dança), além de:

- oficina de feltragem de lã (processo ancestral) com Chloé Schaller,

- sessão de contos pelo contador de histórias Vítor Fernandes,

- uma mesa-redonda entre os artistas e a equipa, 

- uma palestra com o músico e sociólogo das Artes Alix Sarrouy 

- um concerto nocturno com a violoncelista Joana Guerra,

- a meio da manhã e da tarde, miúdos e graúdos poderão divertir-se numa atividade ao ar livre e aprender percussão corporal numa oficina com Manuel d'Apresentação,

O fim de festa dá pelo nome de DJ set Eyrada.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Postais do PNPG (CCXXIX) - Gerês - Estrada para a Junceda

 


A fotografia que serve de base para este postal terá sido obtida pouco depois da abertura da estrada entre as Caldas do Gerês e o Campo do Gerês, numa obra realizada pelos Serviços Florestais e pela Câmara Municipal de Terras de Bouro.

O postal em si, foi enviado para Lisboa no dia 20 de Agosto de 1956.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXIII) - Roca Negra e Rocalva

 


Inconfundíveis na paisagem da Serra do Gerês, a Roca Negra e a Rocalva servem nesta perspectiva de motivo de coroação ao Vale do Cando.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Visitar o PNPG: "Caminhada ao Alto da Pedrada"

 


Promovida por Rui Barbosa - Hiking & Trekking, terá lugar no próximo dia 25 de Setembro uma caminhada ao ponto mais alto da Serra do Soajo.

Mais informações aqui.

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (21 a 28 de Fevereiro)

 


Aumenta a probabilidade de ocorrência de queda de neve nos próximos dias nas Minas dos Carris.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXII) - Roca Negra

 


A face Norte da Roca Negra, Serra do Gerês, com o seu abrigo pastoril alagado na Chã de Roca Negra.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (20 a 27 de Fevereiro)

 


As voltas da meteorologia apontam para a possibilidade de queda de neve nas Minas dos Carris entre 22 e 25 de Fevereiro. As acumulações serão pequenas, mas darão para mudar o cenário da montanha.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXXI) - Cabra-selvagem

 


O encontro com a vida selvagem nas serranias do Parque Nacional - neste caso com as cabras-selvagens na Serra do Gerês - é sempre um momento único por algumas vezes que se repita. O respeito pela sua presença é um dever de todos; a sua preservação uma obrigação nacional.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

O Parque Nacional da Peneda-Gerês

 


Expoente máximo da conservação da Natureza em Portugal, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) foi fundado em 1971 e é hoje a nossa joia da corona do Património Natural. 

O PNPG, com cerca de 70.000 ha, estende-se dos planaltos da Mourela ao de Castro Laboreiro incluindo as serras da Peneda, Soajo, Amarela e Gerês. É uma região montanhosa, essencialmente granítica em cujas zonas de elevada altitude são visíveis os efeitos da última glaciação. Vales profundos e encaixados suportam uma densa rede hidrográfica que possibilita uma grande variedade de formas de vida e de vivências.

Notável diversidade botânica - bosques, matos, vegetação ripícola e turfeiras para além de matos húmidos - destacando-se a presença de várias espécies raras e endémicas. O PNPG alberga alguns dos mais importantes carvalhais de Portugal e tem uma diversidade de espécies faunísticas com estatutos diferenciados: endémicas (salamandra-lusitânica), ameaçadas (lobo-ibérico, cabra-montês) e de distribuição limitada (cartaxo-nortenho).

Este, que é o único parque nacional em Portugal, possui ainda um rico património histórico-cultural que inclui necrópoles megalíticas, vestígios da presença do Homem com 6.000 anos, vestígios da romanização, castelos medievais, espigueiros tradicionais, abrigos pastoris únicos em Portugal, velhos fornos, moinhos de água, levadas, socalcos, brandas (lugares ocupados no Verão), inverneiras (para onde as populações se «refugiavam» no Inverno), termas, etc. Acresce a curiosa implantação das aldeias serranas e a presença de núcleos de arquitetura tradicional bem preservados.

A Natureza no PNPG

Com grande expressão, os carvalhais ocupam parte dos vales dos rios Ramiscal, Peneda, Gerês e Beredo, sendo dominados pelos carvalhos negral e alvarinho. A menor altitude e nas vertentes mais expostas ao Sol destacam-se, pela abundância, o carvalho-alvarinho, o sobreiro, a gilbardeira, o padreiro e o azereiro. Nos de características mais atlânticas, dominam os carvalhos alvarinho e negral, acompanhados pelo arando, medronheiro, azevinho e satirião-macho. A maior altitude há manchas florestais dominadas por carvalho-negral.

Em diversas áreas encontramos aquilo que são denominados como “matos de substituição”, piornais, urzais, carquejais, tojais e giestais, que surgem em antigas áreas de carvalhal. Os matos dominantes são: os tojais, com tojo-molar e tojo-arnal. Por seu lado, os urzais são dominados por queiró e torga, aparecendo plantas como um alho-bravo, uma arméria, o lírio-do-gerês e um narciso. Nos matos de altitude temos o zimbro-rasteiro e urgueira; e os matos higrófilos compostos por margariça, lameirinha, tojo-molar, a carnívora orvalhinha, uma pinguícola (a Pinguicula lusitanica), a violeta-de-água, a junça-do-algodão e a gramínea Molinia caerulea, entre outras.

A vegetação ribeirinha merece destaque, não só pelas plantas que engloba mas também pelo importante papel que desempenha na estabilização das margens dos cursos de água, onde a elevada velocidade da água está associada a forte poder erosivo. Nos cursos de água ocorrem várias plantas consideradas como merecedoras de especial proteção, tais como o feto-de-botão, o salgueiro-anão, o vidoeiro, a grinalda, a erva-das-feiticeiras e angélicas. Temos também a presença do amieiro, do freixo-de-folhas-estreitas e do magnífico teixo.

O lírio-do-gerês ou lírio-da-serra (Iris boissieri) está criticamente em perigo, devido a uma colheita indiscriminada, que coloca em causa a sobrevivência da espécie. Esta planta bolbosa é um endemismo ibérico, i. e. apenas existe na Península Ibérica. Surge em solos pedregosos e em fendas de rochas, sendo muito comum nos matos de altitude da serra do Gerês. As suas atrativas flores de cor violeta e amarela, contrastam com as cores agrestes do seu habitat.

O PNPG tem cerca de 1200 espécies pertencentes a 9 grupos. Pela sua importância em termos de conservação destacam-se duas espécies de borboletas, a fritilária-dos-lameiros e a Callimorpha quadripunctaria, 2 escaravelhos, a vaca-loura e um longicórnio (o Cerambyx cerdo), e uma lesma (a Geomalacus maculosus). A vaca-loura é o maior escaravelho de Portugal e um dos maiores insetos da Europa, podendo os machos atingir os 8 cm de comprimento. Tem cor castanha avermelhada e acentuado dimorfismo sexual (i. e. machos e fêmeas têm aspeto diferente), sendo a cabeça e as mandíbulas do macho muito maiores do que as da fêmea e usadas para a defesa de território. As larvas alimentam-se de madeira em decomposição.

Nos cursos de água de montanha e de planalto foram inventariadas 5 espécies de peixes autóctones, sendo a mais abundante e característica a truta-comum (Salmo trutta fario). As restantes são a migradora enguia-europeia com estatuto de comercialmente ameaçada, o barbo-comum, a panjorca e a boga-do-norte.

Dado ser uma zona com bastante humidade aqui existem vários anfíbios como a salamandra-lusitânica, a salamandra-de-pintas-amarelas, o tritão-de-ventre-laranja, o tritão-palmado, o tritão-marmoreado, o sapo-parteiro-comum, a rã-de-focinho-pontiagudo, o sapo-de-unha-negra, o sapo-comum, o sapo-corredor, a rela-comum, a rã-ibérica e a rã-verde.

Nos répteis estão presentes cágado-de-carapaça-estriada, cágado-comum, a osga, o licranço, cobra-cega, o sardão, lagarto-de-água, lagartixa-de-bocage, lagartixa-ibérica, lagartixa-do-mato, cobra-de-pernas-pentadáctila, cobra-de-pernas-tridáctila, cobra-lisa-europeia, cobra-lisa-meridional, cobra-de-escada, cobra-rateira, cobra-de-água-viperina, cobra-de-água-de-colar, a víbora-cornuda e a víbora-de-seoane.

Cerca de 170 espécies (residentes, estivais, invernantes e ocasionais), sendo de destacar o planalto da Mourela para a observação de aves. Pela reduzida distribuição em Portugal ou estatuto de conservação destacam-se a águia-real, a gralha-de-bico-vermelho, o bufo-real, o tartaranhão-cinzento, o falcão-abelheiro, a narceja, o picanço-de-dorso-ruivo, a escrevedeira-amarela, toutinegra-das-figueiras e o cartaxo-nortenho.

Entre outras espécies de aves temos o melro-d’água, o tartaranhão-caçador, o açor, o cuco, noitibó-cinzento, andorinhão-pálido, melro-das-rochas, corvo, cruza-bico e o dom-fafe.

Depois de mais de um século, a cabra-montês (a Capra pyrenaica) regressou beneficiando de um projeto galego de reintrodução. Destaque para o corço (o Capreolus capreolus), emblema do parque, o lobo (Canis lupus), a marta, o arminho, o gato-bravo, a lontra, a toupeira-de-água, o musaranho-de-água, sendo estes três com hábitos semiaquáticos. De referir ainda o musaranho-de-dentes-vermelhos e o esquilo-vermelho.

O PNPG alberga quinze espécies de morcegos, incluindo o criticamente em perigo morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale), o morcego-de-ferradura-grande, o morcego-de-ferradura-pequeno, o vulnerável morcego-rato-grande (Myotis myotis), o morcego-lanudo, o morcego-negro e o morcego-arborícola-pequeno (Nyctalus leisleri).

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXX) - Cidadelha

 


Na língua portuguesa define-se 'cidadelha' como uma cidade pequena ou pouco importante. A toponímia reflecte a história e a ocupação dos lugares. Assim, é fácil fazer a relação entre este topónimo na Serra do Gerês e a possível existência de um povoado nas redondezas. De facto, a existência das figuras rupestres de Absedo, será mais um elemento a ter em conta sobre a importância daquela área.

A fotografia mostra a grande mariola que substitui o antigo marco triangulado que ali existiu e são também visíveis os Currais de Cidadelha, além do topo de Borrageiros.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Exposição fotográfica "Fios de Luz"

 


"Fios de Luz" é uma narrativa serrana por Júlio Marques que retrata vivência de um homem da cidade nas serranias do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Absorvido pelo silêncio e ambiente da aldeia, Júlio Marques é um novo serrano com residência em Fafião que junta a sua experiência cosmopolita e a tranquilidade da aldeia. Através da sua objectiva, juntam-se dois mundos aparentemente antagonistas e secantes, mas que vivem numa interdependência mútua.

Vindo da cidade e com a alma na serra, as fotografias de Júlio Marques retratam momentos registados em sinapses - verdadeiros "Fios de Luz" - na sua relação entre o Homem (que se quer mais Natural) e a Natureza, que não tem de ser necessariamente mais Humana.

"Fios de Luz" está patente no Ecomuseu de Barroso 'Casa do Capitão', em Salto, entre 18 de Fevereiro e 21 de Maio. A sua inauguração ocorre às 15h00 do dia 18 de Fevereiro. 

As autorizações para visitar as áreas de protecção total do PNPG

 


Na sequência da publicação que ontem fiz aqui neste blogue - Visitar as Minas dos Carris - Um Manual para Tótos (Actualização!), é pertinente também republicar um outro texto que nos fala dos procedimentos para solicitar as autorizações para visitar as áreas de protecção total do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

O texto já foi várias vezes publicado neste blogue, sendo no entanto adaptado e corrigido quando necessário.

Procedimento para solicitar autorização para actividades de visitação no PNPG

Nem todas as áreas das zonas de ambiente natural necessitam de autorização prévia para a visitação por parte do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), pois são várias as condicionantes (tamanho dos grupos, percursos, etc.). Assim, é sempre aconselhável uma boa informação antes de fazer a visita.

O pedido de autorização para a realização de actividades de visitação é uma decisão que deve caber a cada um de nós sabendo de antemão que deveremos percorrer nas nossas actividades as Áreas de Protecção Total. De sublinhar um aspecto importante: em caso de seguros, o não pedido de autorização pode ser um meio para que o seguro se descarte no caso da ocorrência de algum sinistro numa área na qual essa autorização é necessária!

A informação sobre estas áreas pode ser obtida aqui, consultando o Diário da República aqui ou telefonando (253 203 480) para o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

O pedido de autorização deve ser feito por correio normal ou via correio electrónico para pnpg@icnf.pt. No pedido deverá conter as características da actividade que se pretende realizar: hora de início, hora prevista de fim, nº de participantes e um ficheiro kml ou gpx contendo o trajecto previsto do percurso, além do nome completo, contacto telefónico e morada para envio do original da autorização.

O pedido de autorização não acarreta qualquer custo administrativo ou outro!

A delimitação das diferentes zonas de protecção total pode ser confirmada nesta publicação.

Todos os pedidos são respondidos em tempo útil por parte do PNPG. Caso não o sejam, deverão reclamar por escrito aos respectivos serviços e não no facebook ou nas redes sociais!

Caso tenham alguma dúvida podem tentar esclarecer perguntando nos comentários.

O Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês e as actividades de montanha

Para muitos são óbvias e em parte legítimas as interrogações sobre as actividades de montanha que podem ser realizadas no Parque Nacional da Peneda-Gerês à luz do seu Plano de Ordenamento. Este, no âmbito desta problemática, estabelece uma série de regras tendo por base as especificidades de cada área ou zona de protecção.

Não pretendo aqui discutir estas especificidades e a forma como elas foram estabelecidas. Não faz parte do âmbito da minha formação e acredito que elas foram estabelecidas de forma a reflectir a importância de cada local em termos de preservação da sua fauna e flora, e da sua relação com o homem.

Também não pretendo aqui discutir a relação entre este plano de ordenamento e as populações locais. Vou-me concentrar na relação entre o plano de ordenamento (e por consequência o Parque Nacional) e os visitantes, nomeadamente aqueles que realizam actividades de visitação que são designadas por "caminhadas", "pedestrianismo", "travessias", "autonomias" (mesmo levando tudo de casa!), etc. (ficam de fora as actividades tais como a escalada, o canyonning, btt, etc.).

Ora, antes de analisar per si o que nos diz o Plano de Ordenamento em relação a este assunto (caminhadas, etc.), vamos definir uma linha de fundo no que diz respeito ao comportamento de muitos daqueles que caminham e fazem as suas actividades de visitação no Parque Nacional da Peneda-Gerês. De forma geral, este comportamento baseia-se numa violação (às vezes por dolo) de todas as regras estabelecidas, mas curiosamente o comportamento é totalmente diferente noutras áreas protegidas ou montanhas no estrangeiro. Este comportamento verifica-se em várias áreas da nossa vida. Quantos de nós não excedem de forma descarada a velocidade nas nossas auto-estradas e em Espanha, por exemplo, raramente ultrapassamos os 120 km/h? Quantos de nós não respeitam religiosamente os percursos nas áreas protegidas estrangeiras, mas caminhamos a corta-mato nas áreas protegidas nacionais? De forma geral, seguimos as regras «lá fora», mas «cá dentro» olhamos para o lado, fazemos ouvidos de mercador e ignoramos o que devemos fazer para cumprir regulamentos «porque isto é tudo nosso!».

O que é o nosso (único) Parque Nacional? Este foi criado a partir de uma série de ideias que surgiram nos anos 50 e 60 do século XX, sendo também visto como a contribuição portuguesa para o Ano Europeu da Conservação da Natureza. O nosso parque nacional foi inaugurado a 11 de Outubro de 1970 com a realização de uma sessão solene na Portela de Leonte, Serra do Gerês, onde nesse dia foi descerrada uma lápide que deveria perpetuar essa efeméride. Na altura foi dito que o parque deveria constituir "... uma escola e um símbolo, onde se aprenda, na contemplação das suas belezas, quanto respeito deve merecer a preservação dos recursos naturais, de transcendente significado para o futuro do homem e da própria civilização."

O Parque Nacional surge como o sucessor da presença dos Serviços Florestais naquelas serras e como tal sempre foi visto pelas populações como um elemento «repressor» do poder central. Assim, a relação entre o PNPG e as populações é uma história de uma relação e convivências difíceis. No entanto, convém sublinhar que foram estas estas populações que moldaram a montanha de forma a conseguir uma simbiose que transformou as serras do espaço Peneda-Gerês naquilo que é hoje.

O actual Plano de Ordenamento vem substituir um outro que em termos de actividades de visitação era muito mais restritivo do que o actual, havendo então áreas interditas nas quais era proibida a presença humana. O actual Plano de Ordenamento foi elaborado na premissa e na base de que toda a área do Parque Nacional deve ser visitável, pois de outra forma não faz qualquer sentido tendo em conta a ocupação que há milénios é feita do território e o objectivo do próprio Parque Nacional. No entanto, esta visitação deve ser alvo de regras que permitam uma gestão da protecção a que cada área esteja submetida. Definiram-se assim diferentes zonas de protecção que de uma forma geral definem áreas de prioritárias para a conservação da natureza e da biodiversidade. Estes níveis de protecção são definidos de acordo com a importância dos valores naturais presentes e de acordo com a sua sensibilidade ecológica.

Quais são estas zonas de protecção? O Plano de Ordenamento divide basicamente a área do parque nacional em duas áreas: a Área de Ambiente Natural e a Área de Ambiente Rural. Vamos esquecer esta última porque não nos interessa para o caso em questão e porque a gestão da problemática da visitação é muito mais simples. A Área de Ambiente Natural é por sua vez dividida em três zonas: a Área de Protecção Total; a Área de Protecção Parcial de Tipo I e a Área de Protecção Parcial de Tipo II. Cada uma destas zonas tem as suas especificações.

A Área de Protecção Total tem o estatuto de reserva integral e compreende os espaços onde predominam valores naturais físicos e biológicos cujo significado e importância do ponto de vista da conservação da natureza são excepcionalmente relevantes. Estas áreas correspondem a áreas de mais elevada proximidade a um estado de evolução natural e menos alteradas pela intervenção humana e englobam, essencialmente, bosques de carvalho e bosques de carvalho em associação com teixiais e azerais, teixiais, turfeiras e complexos geomorfológicos de relevante importância. Nas áreas de protecção total são prioritários os objectivos de manter os processos naturais num estado dinâmico e evolutivo, sem o desenvolvimento de actividades humanas regulares ou qualquer tipo de uso do solo, da água, do ar e dos recursos biológicos.

O Plano de Ordenamento do PNPG define que na Área de Protecção Total é permitida a visitação pedestre nos trilhos existentes, estando esta sujeita a autorização por parte do ICNF, IP. A autorização é necessária tanto em termos de visitas individuais como em grupos, não podendo estes ser superiores a 10 pessoas.

A Área de Protecção Parcial de Tipo I compreendem os espaços que contêm valores naturais significativos e de grande sensibilidade ecológica, nomeadamente valores florísticos, faunísticos, geomorfológicos e paisagísticos. Correspondem a áreas de elevada proximidade a um estado evolutivo natural e pouco alterado pela intervenção humana e englobam bosques de carvalho, bosques ripícolas, teixiais, azerais, turfeiras, complexos geomorfológicos de relevante importância e matos.

O Plano de Ordenamento do PNPG define que na Área de Protecção Parcial de Tipo I é permitida a visitação pedestre nos trilhos existentes, estradas, caminhos existentes ou outros locais autorizados, estando esta sujeita a autorização por parte do ICNF, IP. quando realizadas ou organizadas por grupos superiores a 10 pessoas e não previstas em carta de desporto de natureza. Isto é, grupos inferiores a 10 pessoas não necessitam de autorização.

A Área de Protecção Parcial de Tipo II estabelece a ligação com as áreas de ambiente rural, constituindo um espaço indispensável à manutenção dos valores naturais e salvaguarda paisagística, correspondendo a áreas de média proximidade a um estado de evolução natural e enquadram bosques de carvalho, azerais, e medronhais arbóreos, teixiais, turfeiras e matos. 

O Plano de Ordenamento do PNPG define que na Área de Protecção Parcial de Tipo II é permitida a visitação pedestre nos trilhos existentes, estradas, caminhos existentes ou outros locais autorizados, estando esta sujeita a autorização por parte do ICNF, IP. quando realizadas ou organizadas por grupos superiores a 15 pessoas, bem como nos termos da carta de desporto de natureza. Isto é, não é necessária autorização para grupos inferiores a 15 pessoas.

Resumindo, para caminhar na Área de Protecção Total é necessária a autorização por parte do PNPG. De notar que o plano de ordenamento diz que qualquer actividade independente do número de pessoas, necessita de autorização! Isto é, mesmo uma só pessoa terá de solicitar essa autorização. As actividades de visitação na Área de Protecção Parcial de Tipo I podem ser realizadas SEM autorização até um máximo de 10 pessoas. Isto é, para grupos superiores a 10 pessoas deve ser solicitada autorização ao PNPG. O mesmo acontece na Área de Protecção Parcial de Tipo II, mas para um número inferior a 15 pessoas (grupos superiores a 15 pessoas devem pedir autorização ao PNPG).

Como é que nos posicionamos perante o que está referido no Plano de Ordenamento do PNPG? Como é feito o acesso a esta informação? A informação disponível está facilmente acessível? Os postos de turismo no território do PNPG saberão explicar todas estas características que envolvem a visitação no nosso único parque nacional? Temos o cuidado de nos informarmos sobre os termos da visitação ou preferimos fazer livremente o que quisermos? Sabemos que áreas estamos a percorrer e a importância dessas mesmas áreas na preservação do Parque Nacional?

De facto, são tudo questões pertinentes cujas respostas orbitam no âmbito da percepção pessoal daquilo que fazemos e da forma como o fazemos.

Pessoalmente, e nos termos com que o texto foi escrito, sempre achei que a melhor relação com o PNPG é uma relação na qual exista um bom entendimento entre ambas as partes e que ambas as partes consigam perceber as necessidades de cada uma delas. Nunca fui contra a actual ordenação do Parque Nacional em relação às actividades de montanha aqui descritas e penso que o Parque Nacional só terá a beneficiar com a presença preventiva do homem na montanha («vigilância» contra incêndios, caça furtiva, etc.), devendo também uma postura de colaboração e aconselhamento a quem o visita. Isto, claro está, não limita de forma alguma a possibilidade de criticar o Parque Nacional em algumas das suas opções de gestão, como por vezes é o caso.

Em muitos aspectos, a opinião negativa sobre o Parque Nacional surge do desconhecimento e da falta de informação. Isto deve-se ao facto de que muitos não procuram o conhecimento e essa informação sobre o Parque Nacional, preferindo ter uma atitude quase de confronto e de ter uma postura com a qual se acham no direito de fazer tudo o que lhes apetece, mesmo sendo uma «agressão» ao próprio ambiente dentro da área protegida.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXIX) - Chã da Fonte (Outeiro do Pássaro)

 


Os restos do velho marco triangulado da Chã da Fonte que assinala uma das duas elevações existente no Outeiro do Pássaro, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (17 a 24 de Fevereiro)

 


Os últimos dias da semana serão soalheiros nas Minas dos Carris, esperando-se nebulosidade a partir do dia 20 de Fevereiro e possivelmente chuva no dia seguinte.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Visitar as Minas dos Carris - Um Manual para Tótos (Actualização!)

 


Recorrentemente, publico este texto já aqui publicado há muitos anos, mas que nunca é demais relembrar. Por outro lado, aconselho também a leitura desta publicação.

As Minas dos Carris, na Serra do Gerês, tornaram-se um destino, um objectivo preferido de muitos montanheiros e afins. Situadas nos píncaros geresianos, estas minas são vistas não só como um objectivo em si, mas também como um local rodeado com uma certa aura de mística e mistério, certamente devido ao seu entorno e às ruínas que tornam aquele local tão especial.

Podemos chegar às Minas dos Carris percorrendo vários caminhos, uns mais fáceis do que outros, mas sempre constituindo longas caminhadas. Antes de falar destes caminhos, convém desmitificar a situação deste local perante o actual ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

Muitos são aqueles que em busca de informações são erradamente informados tanto pelos serviços do PNPG como dos postos de turismo da zona. Infelizmente, o facto de alguém trabalhar nestes locais não lhe garante o total conhecimento sobre os condicionalismos impostos à visita e acabam por mal informar os visitantes. Assim, desde já convém referir que NÃO É PROIBIDO VISITAR AS MINAS DOS CARRIS! Por outro lado, as Minas dos Carris não se encontram dentro da área de protecção total do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o que implica que NÃO É NECESSÁRIA AUTORIZAÇÃO PARA A SUA VISITA. Porém, o mesmo já não acontece com alguns dos caminhos que terão de ser percorridos para lá chegar.

Durante a visita às ruínas convém ter extremo cuidado aos nos aproximarmos dos poços mineiros bem como de algumas ruínas, nomeadamente na lavaria. Não convém também esquecer que este é um património único e que apesar de desprezado pelo Parque Nacional da Peneda-Geres, deve ser devidamente conservado e respeitado! Nos últimos tempos, tem havido páginas nas redes sociais e no ciberespaço que apelam à destruição do património edificado ali existente. Qualquer acto de vandalismo ou destruição do património deve ser comunicado ao PNPG, ou à GNR.

Como chegar às Minas dos Carris?

Falemos então de como chegar às Minas dos Carris. Existem vários caminhos para ali chegar. Destes vou indicar várias opções, sendo que algumas delas percorrem em parte a área de protecção total. O que isto implica? Implica que caso queiram percorrer estes caminhos terão de pedir uma autorização ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). É claro que pedindo esta autorização e caso depois esta seja recusada, estarão certamente sujeitos à fiscalização tanto do PNPG como da GNR/SEPNA. Caso não peçam a autorização e não informem o PNPG, jogam uma roleta russa...

O caminho mais curto para chegar às Minas dos Carris percorre o fabuloso Vale do Alto Homem, famoso no Verão pelo Rio Homem e pelas suas lagoas naturais. O caminho tem uma extensão de cerca de 9,5 km e vai subindo a montanha. O seu estado é péssimo devido à incompreensível falta de conservação por parte do PNPG que o levou a uma degradação extrema. No entanto, não deixa de ser o caminho mais curto, apesar de penoso. Este caminho percorre a área de protecção total quase desde o seu início até à entrada na Corga da Carvoeirinha, já quase no final do percurso.



A segunda opção será tentar chegar às Minas dos Carris passando pela galega Mina das Sombras. Podem iniciar a caminhada na Ermida da N.ª Sra. do Xurés (Vilaméa) e seguir a Ruta das Sombras. Ao chegar à Mina das Sombras deve-se tomar um trilho de pé posto que se inicia junto do velho barracão dos mineiros e daí atingir a fronteira na Portela da Amoreira. Seguindo o trilho em direcção ao marco geodésico dos Carris, terão de percorrer cerca de mais 2 km para chegar às Minas dos Carris. Entre a Amoreira e o marco geodésico dos Carris, estarão a percorrer a área de protecção total. Convém ter em atenção que, devido à revisão do plano de regulamento do Parque Natural de Baixa Límia - Serra do Xurés, a zona acima da Mina das Sombras até à Portela da Amoreira é também uma área de elevada protecção que requer uma autorização por parte da área protegida espanhola!

A terceira opção será utilizando o trilho que se inicia em Chã de Suzana (Xertelo) e seguir em direcção ao Castanheiro onde se pode observar os restos de mineração das Minas do Castanheiro. Percorrendo sempre em trilho de pé posto, o caminho seguirá o bordo do Vale da Ribeira das Negras em direcção aos Currais das Negras e daqui subir ao paiol ou então seguir em direcção à Garganta das Negras até atingir a linha de fronteira e depois virar à esquerda, atingindo a represa dos Carris. Outra opção será atravessar a Ribeira das Negras e após passar no sopé da Matança, atingir a Lamalonga e daqui subir em direcção da lavaria. Este percurso nunca entra na zona de protecção total e como tal não é necessária qualquer autorização para grupos inferiores a 10 pessoas (pois percorre em parte a área de protecção parcial Tipo I).

Ainda saindo de Xertelo, podemos percorrer a estrada florestal até Lagoa e daqui, seguir em direcção aos Cocões do Coucelinho (Concelinho) passando o Couço. Depois, seguimos pelo Quelhão em direcção aos Currais de Lamas de Homem e aqui entrando na área de protecção total, chegando depois à Chã das Abrótegas onde seguimos o velho caminho mineiro até às Minas dos Carris pela Corga da Carvoeirinha.

Existem outras opções (por Pitões das Júnias, pelo Vale da Abelheira, por Sáa - Galiza, etc.), mas estes serão os percursos mais interessantes.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa/Carris (16 a 23 de Fevereiro)

 


O resto da semana trará dias de Sol às Minas dos Carris, esperando-se chuva no início da próxima semana.