quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Ao eterno


Ao longo das rudes paredes daquele castelo, arde um fogo dentro de mim...
Que me rasga a pele tentando sair de uma prisão. O meu destino.
Sinto a força da montanha que me clama como um prémio no final dos dias.
Voa, como um vampiro que busca no teu sangue a salvação...

Fecho os olhos e sonho com a noite...
Porém, os teus olhos queimam nesse profundo oceano de dor e saudade
A visão do vale por onde surges, no final do caminho espero por ti...
Tenho as marcas no anjo caído em desgraça, o belo pentagrama!...
Isolado do mundo me torno, amando o teu ventre...

Apenas o Amor verdadeiro irá permanecer no final dos dias... Ao eterno.
A vontade de ver o teu sorriso uma vez mais... sentir os teus lábios...
Abre os teus braços num acto de vingança... e abraça-me.

O tempo é-nos eterno arrastando-se lentamente pelos campos escuros encobertos pelo véu da noite...
Abraçados pela Saudade, escutamos as canções que de longe o vento nos trás... As asas da noite.
Os lamentos dos dias passados, a vontade de sentir o calor do teu corpo...
Chegou o teu tempo... voa comigo para longe.
Por entre um profundo e mágico silêncio vemos a escura tempestade.

No último tormento dos corpos, bebemos a turvidez do Amor...
Sentimos as chuvas do Outono que nos percorrem o corpo e turva a alma...
Não desejo o nascer do Sol, o começo dos dias...
Desejo a noite, eterna no teus braços...

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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