Nova caminhada em mais um dia quente no mês de Agosto de 2024 e num período onde o «turismo de qualidade» estava ao rubro na Serra do Gerês... o pelo menos em parte dela.
Se a ideia fosse fugir um pouco desse turismo do qual muitos gostam, outros tantos queixam-se e poucos fazem para se mudar, não o consegui fazer nos primeiros quilómetros, pois a tranquilidade só viria depois do Poço Azul. Assim, a parte inicial descreve-se depressa... saída do estacionamento do Arado (Barracão) e traçar o rumo pelo caminho florestal que muitos percorrem a olhar para o gps do telemóvel. Passagem pelo Curral da Malhadoura, Curral dos Portos e Tribela, seguindo para a Ponte de Servas. Depois de chegar novamente ao caminho florestal, foi só seguir vale adentro tomando o carreiro tão pisoteado até chegar ao Poço Azul... já com gente às 9:00 da manhã.
Sem quase ver a cor da água e após um 'bom dia' quase sem resposta, não era ambiente no qual quisesse permanecer por muito tempo. Siga para Entre Águas!
A paisagem do Vale do Rio do Conho é sempre avassaladora desde o princípio. Seja pelas paredes quasi verticais terminadas em caos granítico, seja pela tela que se mostra no seu fim. A visão da Roca das Pias que se agiganta à medida que nos aproximamos, não deixa ninguém indiferente. Uns escolhem horas intermináveis a torrar ao Sol, eu vou torrando com o espanto e o assombro da paisagem! Percorrendo um carreiro que atravessa o rio por duas vezes, emaranha-se na carqueja e no tojo, embrenha-se nas ramadas dos velhos e novos carvalhos... e vou enxotando as moscas e outros bichos que tais.
O fundo do vale presenteia-nos com corgas aparentemente intransponíveis, mas as mariolas estarão sempre por lá para nos guiar através de caminhos há muito conhecidos. Tal como havia pensado, subo para o Colo da Arrocela e quando em vez vou mirando e atendendo à paisagem. Por muitas vezes que a contemplemos, será sempre um espanto para a alma. Ali, as montanhas geresianas foram mestres na formação do relevo, dobrando-se em pequenas corgas e vales, elevando-se em cumes arredondados pelo tempo ou encrispando-se em altos alcantilados. Ai, Gerês quem não te conhece!
Após reverendar os magníficos teixos e chegado ao Colo da Arrocela e já à vista da Corga de Giesteira, decidi fazer um curto desvio e perscrutar os espaços próximos do cume de Arrocela. De facto, por vezes os pequenos desvios dão-nos novas paisagens, mesmo que estas sejam nossas conhecidas. As diferentes perspectivas daqueles altos e o abarcar horizontes mais longínquos, deram uma nova visão destas majestosas montanhas.
Tu, conheces a Serra do Gerês? E não a conheço...
Aqueles minutos ao calor, exposto a um Sol já inclemente, foram o ponto alto do dia e fizeram valer o «sacrifício» dos bichos de Verão e do calor. O resto foi descer até ao Curral de Giesteira e passar perto dos Cabeços de Junceda. Daqui em diante, foi ve-los em chinelos a caminhar de telemóvel na mão, a olhar para o gps ao longo de um caminho florestal, a irem às dezenas para o Poço Azul.
Ficam algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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