Faltava uma notícia destas para compor o ramalhete do Verão 2024 no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Depois de resgates de «perdidos» na montanha, quedas de todos os tipos nas diversas cascatas, acidentes com embarcações de recreio na albufeira na Caniçada e cenas de violência e pugilato em Rio Caldo, tivemos um «ataque» de um animal a uma turista que "afagava uma vaca" (Rapariga de 13 anos ferida por vaca no Gerês foi transportada de helicóptero para o hospital).
A criança de 13 anos está, felizmente, livre de perigo apesar de ter sido transportada de helicóptero para o Hospital de Braga após ter sido atingida no tórax pelo movimento da cabeça do animal.
Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez, que ouço os criadores de gado a queixarem-se do comportamento de quem visita o Parque Nacional perante os animais em pastoreio livre. São as 'selfies', são o espantar os animais, são os ruídos, são as movimentações para a melhor posse, são as carícias e as festas, e algum dia a coisa tinha de acontecer! E não se aplica somente a quem visita o Parque Nacional em turismos, pois muitas vezes quem caminha na montanha a aproximar-se dos animais para um melhor «enquadramento da dupla selfie.»
Quem visita o Parque Nacional tem de compreender que visita uma zona selvagem e uma zona onde os animais (vacas, bois, cabras, cavalos) andam em liberdade e apesar de pareceram habituados à presença de turistas irresponsáveis, não deixam de ser animais e irão reagir se forem incomodados. O mesmo acontece com os cães que por vezes guardam os rebanhos; eles estão ali para fazer um trabalho e um trabalho apenas: proteger o rebanho de presenças estranhas (sejam lobos, sejam ignorantes que querem tirar fotografias com as cabras ou com as vacas). E por vezes, mesmo em caminhada, quando fazemos os possíveis para evitar o contacto com os animais em pastoreio, já muitos de vós tiveram de se afastar ou «proteger» da aproximação de cães mais, digamos, "enervados".
Os animais não estão na paisagem para as vossas fotografias e muito menos para serem acariciados. Estão em pastoreio livre e não têm de estar protegidos da ignorância e estupidez de quem quer somente fotografias e experiências efémeras esquecidas a 20 de Setembro.
Será que agora teremos de colocar os animais a pastar num cercado para proteger a irresponsabilidade de quem visita o Parque Nacional?
E muito menos os criadores de gado têm de ser responsáveis pelas reacções dos seus animais incomodados por turistas irresponsáveis de visita ao Parque Nacional. Isto não é um jardim zoológico e muito menos uma reserva de índios...
Juízinho!
Fotografia: DR
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