quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Paisagens da Peneda-Gerês (MLXXI) - Subindo a Costa de Bargiela

 


Subindo o velho caminho pela Costa de Bargiela (Varziela), Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Terminou o período de cobrança da taxa de acesso à Mata de Albergaria

 


O período de cobrança da taxa de acesso à Mata de Albergaria terminou a 30 de Setembro.

Esta taxa de acesso aplicava-se aos veículos motorizados e tinha um valor de €1,50 por dia.

A cobrança desta taxa de acesso está regulamentada pela Portaria n.º 31/2007, de 8 de Janeiro. Segundo esta portaria, a taxa de acesso tem por objectivo assegurar a preservação dos frágeis ecossistemas que caracterizam a Mata de Albergaria ao se aplicar medidas que passariam pela sustentabilidade da gestão dos recursos naturais, sujeitando a sua utilização ao pagamento de uma taxa de acesso, de acordo com o princípio do utilizador-pagador.

Na realidade, a taxa é apenas um meio de financiamento do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), nunca tendo sido aplicada para o verdadeiro fim a que supostamente se destina. Da mesma forma, a cobrança da taxa de acesso à Mata de Albergaria nunca assegurou a preservação dos frágeis ecossistemas daquela zona e nunca diminuiu o número de viaturas motorizadas que atravessam os acessos rodoviários entre a Portela de Leonte, Bouça da Mó e Portela do Homem, pois nunca se impôs um método de limitação do número de viaturas a transitar naquele espaço protegido.

Segundo o que a diretora regional do Norte do ICNF, Sandra Sarmento, referiu ao jornal Terras do Homem, em 2021 mais de 47.000 viaturas "passaram pela Mata de Albergaria, o que é muito idêntico aos anos anteriores, muito semelhante ao ano de 2020," o que terá rendido mais de 70.500 euros aos cofres do Estado.

A taxa é aplicada desde 2007.

Fotografia © Paulo Figueiredo (Todos os direitos reservados)

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Paisagens da Peneda-Gerês (MLXX) - Pé de Cabril e Quelha Direita

 


O Pé de Cabril e a Quelha Direita (Quelha D'reita), Serra do Gerês, vendo-se ao fundo a albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Trilhos lá fora - Mina das Sombras pel'As Chans e Baltar

 


Caminhada à Mina Mercedes As Sombras, Serra do Xurés - Galiza, saindo desde a Ermida da N.ª Sr.a do Xurés mas explorando o acesso através dos altos serranos sobranceiros ao Vale do Rio de Vilameá. De notar que o complexo mineiro está já dentro de la Zona de Especial Protecção dos Valores Naturais do Parque Natural de Baixa Limia-Serra do Xurés.

A parte inicial do percurso é feita pelo traçado da Ruta da Mina das Sombras, tendo de nos desviar à direita até encontrar as mariolas que nos irão guiar até chegarmos ao caminho florestal mais adiante. A paisagem é soberba e permite-nos uma perspectiva diferente do vale.

O caminho vai-nos levar a passar As Chans e mais adiante o alto de Baltar, descendo então através do Alto de Becerral para a estrada florestal que nos levará até ao caminho de acesso final ao complexo mineiro.

Infelizmente, a paisagem ainda irá sofrer muitos anos dos efeitos devastadores do incêndio florestal que por ali lavrou em Setembro de 2020. Neste dia, ao longe, escutavam-se os trabalhos dos madeireiros...

Com este percurso pode-se transformar o traçado linear da Ruta da Mina das Sombras num percurso circular, se bem que os últimos 1,2 km antes da chegada ao complexo mineiro serão percorridos no sentido inverso a quando do regresso.

O complexo mineiro está localizado "... na vertente oeste do Maciço Sobreiro – Altar dos Cabrões, a uma altitude de 1.250 m, nas fontes do rio de Vilameá. 

A mina compõe-se de várias extracções superficiais e de uma boca mina que se penetra da terra, com várias galerias a nível que avançam seguindo o filão. Primeiramente, as perfurações fizeram-se de forma individual e livre, com martelo e picareta. Mas a partir do ano 40 a situação regulariza-se, com a concessão da exploração a uma família de peso na época, os Tejada. Criaram uma companhia que modernizou as Sombras pouco a pouco, chegando a levar luz eléctrica. Construíram barracões para dormirem os trabalhadores e substituíram o martelo e a broca de grandes dimensões dos picadores, por um compressor para perfurar, dotando-os também de lanternas de iluminação.

O volume de tout-venant extraído era depositado numa vagoneta que o transportava à sala de lavagem e selecção. Ali dispunha-se numa mesa que o batia de forma constante ao mesmo tempo que tinha água corrente que arrastava a areia, e o mineral, mais pesado, ficava, passando a ser armazenado em sacos.

O trabalho realizava-se em dois turnos de 8 horas de Segunda-feira a Sexta-feira, apesar de haver muitas denúncias de sobre-exploração. Nos anos posteriores à Grande Guerra a mina deixou de ser rentável e foi abandonada.

Na actualidade, o complexo está em ruínas, com a casa das máquinas desfeita e a boca da mina fechada com um tabique de bloqueio, restos de ferros, vidros, vigas, e três grandes entulheiras. Deve-se pensar nas Sombras como uma exploração menor se comparada com a sua vizinha dos Carris.”

O acesso ao interior das galerias está vedado com um gradeamento actualmente com o cadeado vandalizado. Caso se entre na galeria, deve-se ter especial cuidado na deslocação. Da mesma, deve-se ter cuidado na preservação das colónias de morcegos que habitam o seu interior, sendo uma zona protegida.

A zona do complexo mineiro foi sujeita a trabalho de limpeza e de ordenamento do espaço, preservando as ruínas e transformando-as no ponto de interesse no Parque Natural. Sofrendo de degradação e vandalismo ao longo dos anos desde o seu encerramento em 1976, é complexo é visto agora como ponto de histórico da região.

O regresso fez-se pelo traçado da Ruta da Mina das Sombras, seguindo a margem direita do Rio de Vilameá até à Ponte do Pião de Paredes.
































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

"Mais multas e menos mortes na serra do Gerês"

 


Notícia do Jornal de Notícias.

"Maioria dos autos foi aplicada a turistas em zonas fluviais e em estacionamento. Houve um aumento do número de pessoas que se perderam a fazer caminhadas."

Paisagens da Peneda-Gerês (MLXIX) - Castelo de Lindoso



As muralhas do castelo de Lindoso, Serra Amarela.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

"Reabilitação das Casas Florestais vai avançar no Parque Nacional da Peneda-Gerês"

 


Notícia do Terras do Homem para ler aqui.

A reabilitação das chamadas Casas Florestais do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que serão ao todo mais de meia centena, será a principal intervenção, a iniciar muito em breve, por várias entidades. Destinadas a atividades florestais, as estruturas constituem ‘uma mais valia”, como revelou ao Terras do Homem a diretora regional do Norte do ICNF, Sandra Sarmento.

Fotografia: Terras do Homem

domingo, 26 de setembro de 2021

Paisagens da Peneda-Gerês (MLXVIII) - O Pé de Cabril e a mariola

 


O topo do Pé de Cabril, Serra do Gerês, surge adornado por um fundo de nuvens enquanto a mariola assinala o caminho a seguir por entre a penedia. 

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sábado, 25 de setembro de 2021

Paisagens da Peneda-Gerês (MXLVII) - As Albas, o Cabeço do Porto de Corno Godinho e o Pé de Medela

 


As Albas, o Cabeço do Porto de Corno Godinho e o Pé de Medela - Serra do Gerês - rodeiam o Vale do Rio do Forno nesta majestosa paisagem.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Trilhos seculares - A Costa de Bargiela

 


Percorrer a Costa de Bargiela (Varziela) é caminhar no passado das florestas nacionais, é caminhar pelos sons e cheiros do bosque, é caminhar com todos os sentidos em alerta na busca do restolhar de um animal por entre a folhagem.

A Costa de Bargiela eleva-se por entre o arvoredo da Mata de Albergaria, Serra do Gerês, e do seu alto leva-nos às paisagens das vertentes da Serra Amarela e da Serra do Gerês.

Há vários anos este percurso havia sido limpo por uma iniciativa de prevenção de silvicultura efetuada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Desde então, os carreiros vão desaparecendo por entre a vegetação que se vai tornando densa e em alguns locais, para o caminhante mais distraído e mesmo com a ajuda do GPS, pode-se tornar complicada a passagem.

O percurso inicia-se junto sobre a Ponte do Rio Maceira nos Viveiros das Trutas em Albergaria. O velho caminho florestal aberto no período dos Serviços Florestais, vai ganhando altitude dançando na vertente da encosta. Abandonando por momentos o arvoredo, o nosso horizonte vai-se expandir até às encostas de Calvos e aos altos da Louriça, Chã de Touro e Eiras - por um lado - levando-nos também às escarpas das Albas, Pé de Medela e Corneda.

Prosseguindo na direcção da Chã de Bargiela (Curral de Bargiela) com o seu abrigo pastoril alagado, temos a opção de baixar pela Encosta de Bemposta (Curral Velho e Colado Seco) até à estrada entre a Portela de Leonte e Portela do Homem, ou prosseguir o carreiro seguindo a velhas mariolas que nos levarão pelos terrenos do Mourinho (Manga do Mourinho, Cancelo) até chegar à Portela do Confurco e daqui baixar para a estrada quer seja pelo caminho florestal em direcção a Norte ou em direcção à Portela de Leonte, regressando depois pela estrada ao ponto de partida.

No regresso tive o primeiro vislumbre da magnífica transformação da Mata de Albergaria que se vai despindo das suas cores de Verão para vestir as quentes cores de Outono.
















Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)