Caminhada à Mina Mercedes As Sombras, Serra do Xurés - Galiza, saindo desde a Ermida da N.ª Sr.a do Xurés mas explorando o acesso através dos altos serranos sobranceiros ao Vale do Rio de Vilameá. De notar que o complexo mineiro está já dentro de la Zona de Especial Protecção dos Valores Naturais do Parque Natural de Baixa Limia-Serra do Xurés.
A parte inicial do percurso é feita pelo traçado da Ruta da Mina das Sombras, tendo de nos desviar à direita até encontrar as mariolas que nos irão guiar até chegarmos ao caminho florestal mais adiante. A paisagem é soberba e permite-nos uma perspectiva diferente do vale.
O caminho vai-nos levar a passar As Chans e mais adiante o alto de Baltar, descendo então através do Alto de Becerral para a estrada florestal que nos levará até ao caminho de acesso final ao complexo mineiro.
Infelizmente, a paisagem ainda irá sofrer muitos anos dos efeitos devastadores do incêndio florestal que por ali lavrou em Setembro de 2020. Neste dia, ao longe, escutavam-se os trabalhos dos madeireiros...
Com este percurso pode-se transformar o traçado linear da Ruta da Mina das Sombras num percurso circular, se bem que os últimos 1,2 km antes da chegada ao complexo mineiro serão percorridos no sentido inverso a quando do regresso.
O complexo mineiro está localizado "... na vertente oeste do Maciço Sobreiro – Altar dos Cabrões, a uma altitude de 1.250 m, nas fontes do rio de Vilameá.
A mina compõe-se de várias extracções superficiais e de uma boca mina que se penetra da terra, com várias galerias a nível que avançam seguindo o filão. Primeiramente, as perfurações fizeram-se de forma individual e livre, com martelo e picareta. Mas a partir do ano 40 a situação regulariza-se, com a concessão da exploração a uma família de peso na época, os Tejada. Criaram uma companhia que modernizou as Sombras pouco a pouco, chegando a levar luz eléctrica. Construíram barracões para dormirem os trabalhadores e substituíram o martelo e a broca de grandes dimensões dos picadores, por um compressor para perfurar, dotando-os também de lanternas de iluminação.
O volume de tout-venant extraído era depositado numa vagoneta que o transportava à sala de lavagem e selecção. Ali dispunha-se numa mesa que o batia de forma constante ao mesmo tempo que tinha água corrente que arrastava a areia, e o mineral, mais pesado, ficava, passando a ser armazenado em sacos.
O trabalho realizava-se em dois turnos de 8 horas de Segunda-feira a Sexta-feira, apesar de haver muitas denúncias de sobre-exploração. Nos anos posteriores à Grande Guerra a mina deixou de ser rentável e foi abandonada.
Na actualidade, o complexo está em ruínas, com a casa das máquinas desfeita e a boca da mina fechada com um tabique de bloqueio, restos de ferros, vidros, vigas, e três grandes entulheiras. Deve-se pensar nas Sombras como uma exploração menor se comparada com a sua vizinha dos Carris.”
O acesso ao interior das galerias está vedado com um gradeamento actualmente com o cadeado vandalizado. Caso se entre na galeria, deve-se ter especial cuidado na deslocação. Da mesma, deve-se ter cuidado na preservação das colónias de morcegos que habitam o seu interior, sendo uma zona protegida.
A zona do complexo mineiro foi sujeita a trabalho de limpeza e de ordenamento do espaço, preservando as ruínas e transformando-as no ponto de interesse no Parque Natural. Sofrendo de degradação e vandalismo ao longo dos anos desde o seu encerramento em 1976, é complexo é visto agora como ponto de histórico da região.
O regresso fez-se pelo traçado da Ruta da Mina das Sombras, seguindo a margem direita do Rio de Vilameá até à Ponte do Pião de Paredes.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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