Terminou a 30 de Setembro o período de cobrança do imposto de passagem na Mata de Albergaria que foi iniciado a 1 de Junho e então alvo de protestos. Da mesma forma, a 28 de Setembro ocorreu um protesto contra a cobrança desta taxa na Portela de Leonte que serviu para assinalar o fim desta cobrança em 2014 e para mais uma vez questionar sobre o destino a dar aos montantes arrecadados?
O dinheiro arrecadado este ano terá o mesmo fim que o dinheiro que vem sendo arrecadado deste 2007, isto é qualquer lugar menos o Gerês e em particular a Mata de Albergaria!
De facto, tal como aconteceu anteriormente, nada aconteceu na Mata de Albergaria a não ser a colocação de umas placas informativas de madeira. Assim, 'onde param os euros do Gerês?' A Mata de Albergaria continua assim ao abandono sem sinal da 'intervenção' prometida, enquanto que os euros arrecadados com este verdadeiro imposto de passagem continuam a ser canalizados para outros fins.
Segundo a portaria que regulamenta esta cobrança, supostamente o dinheiro arrecadado durante os meses de Verão é investido em acções de protecção e gestão da Mata de Albergaria e ainda segundo Ricardo Rodrigues, o objectivo do pagamento da taxa de acesso é de "alguma forma contribuir para um menor fluxo motorizado" naquilo a que classificava como horas de ponta, as quais foram determinadas como sendo entre as 11.00 e as 18.30. Nos dias de maior fluxo bastaria uma visita à fronteira da Portela do Homem para verificar que uma coisa que esta taxa não fez foi reduzir o fluxo motorizado!
Convém salientar que não é o pagamento de taxa o factor regulador do trânsito, pois este pode ser regulado tendo no terreno uma forte presença de uma fiscalização que não existe no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta área protegida tem um número reduzido de Vigilantes da Natureza que não se limitam somente à vigilância do nosso único parque nacional, mas também a vastas áreas em todo o Minho e parte de Trás-os-Montes, áreas estas incluídas na Rede Natura 2000. Assim, estes mesmos Vigilantes da Natureza são eles próprios vítimas da falta de investimento do Estado nas nossas áreas protegidas com os fundos a serem desviados para o pagamento de dívidas criadas pela falta de ética e pela falta de vergonha política!
Recorde-se também que em 2014 o Governo anunciou que estariam menos homens disponíveis para a vigilância dos incêndios nas nossas áreas protegidas. Inacreditavelmente, o Parque Nacional da Peneda-Gerês teve menos 108 homens nas suas equipas de vigilância e intervenção.
Este é o resultado de uma governação que vê o Ambiente e a Protecção da Natureza através do prisma de um capitalismo feroz e de um neoliberalismo que tudo destrói da sua ânsia do lucro. Este é o resultado de um total desinvestimento e de 3 anos de troika num país no qual todos os seus recursos são canalizados para o pagamento de uma dívida que não foi contraída em novo do povo, mas sim para pagar as negociatas do grande capital!
Este é o resultado de uma governação que vê o Ambiente e a Protecção da Natureza através do prisma de um capitalismo feroz e de um neoliberalismo que tudo destrói da sua ânsia do lucro. Este é o resultado de um total desinvestimento e de 3 anos de troika num país no qual todos os seus recursos são canalizados para o pagamento de uma dívida que não foi contraída em novo do povo, mas sim para pagar as negociatas do grande capital!
Fotografia: © Rui C. Barbosa