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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Termina o período de cobrança do imposto de passagem na Mata de Albergaria


Terminou a 30 de Setembro o período de cobrança do imposto de passagem na Mata de Albergaria que foi iniciado a 1 de Junho e então alvo de protestos. Da mesma forma, a 28 de Setembro ocorreu um protesto contra a cobrança desta taxa na Portela de Leonte que serviu para assinalar o fim desta cobrança em 2014 e para mais uma vez questionar sobre o destino a dar aos montantes arrecadados?

O dinheiro arrecadado este ano terá o mesmo fim que o dinheiro que vem sendo arrecadado deste 2007, isto é qualquer lugar menos o Gerês e em particular a Mata de Albergaria!

De recordar que a quando do início da cobrança a 1 de Junho, Rogério Rodrigues, director das áreas protegidas do Norte, referiu que este ano a Mata de Albergaria seria objecto de uma intervenção de beneficiação orçada em 70 mil euros, verba essa "quase exclusivamente" resultante das "portagens" de 2013, ano no qual foram arrecadados 63 mil euros! Na altura questionou-se sobre o destino dado ao valor das portagens arrecadadas entre 2007 e 2012, e porque não houve intervenção na Mata de Albergaria em anos anteriores e em especial em 2012 quando se sabe de forma não oficial que as portagens teriam rendido cerca de 75 mil euros?

De facto, tal como aconteceu anteriormente, nada aconteceu na Mata de Albergaria a não ser a colocação de umas placas informativas de madeira. Assim, 'onde param os euros do Gerês?' A Mata de Albergaria continua assim ao abandono sem sinal da 'intervenção' prometida, enquanto que os euros arrecadados com este verdadeiro imposto de passagem continuam a ser canalizados para outros fins.

Segundo a portaria que regulamenta esta cobrança, supostamente o dinheiro arrecadado durante os meses de Verão é investido em acções de protecção e gestão da Mata de Albergaria e ainda segundo Ricardo Rodrigues, o objectivo do pagamento da taxa de acesso é de "alguma forma contribuir para um menor fluxo motorizado" naquilo a que classificava como horas de ponta, as quais foram determinadas como sendo entre as 11.00 e as 18.30. Nos dias de maior fluxo bastaria uma visita à fronteira da Portela do Homem para verificar que uma coisa que esta taxa não fez foi reduzir o fluxo motorizado!


Convém salientar que não é o pagamento de taxa o factor regulador do trânsito, pois este pode ser regulado tendo no terreno uma forte presença de uma fiscalização que não existe no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta área protegida tem um número reduzido de Vigilantes da Natureza que não se limitam somente à vigilância do nosso único parque nacional, mas também a vastas áreas em todo o Minho e parte de Trás-os-Montes, áreas estas incluídas na Rede Natura 2000. Assim, estes mesmos Vigilantes da Natureza são eles próprios vítimas da falta de investimento do Estado nas nossas áreas protegidas com os fundos a serem desviados para o pagamento de dívidas criadas pela falta de ética e pela falta de vergonha política!
 
Recorde-se também que em 2014 o Governo anunciou que estariam menos homens disponíveis para a vigilância dos incêndios nas nossas áreas protegidas. Inacreditavelmente, o Parque Nacional da Peneda-Gerês teve menos 108 homens nas suas equipas de vigilância e intervenção.

Este é o resultado de uma governação que vê o Ambiente e a Protecção da Natureza através do prisma de um capitalismo feroz e de um neoliberalismo que tudo destrói da sua ânsia do lucro. Este é o resultado de um total desinvestimento e de 3 anos de troika num país no qual todos os seus recursos são canalizados para o pagamento de uma dívida que não foi contraída em novo do povo, mas sim para pagar as negociatas do grande capital!

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Colheita de sementes florestais no Campo do Gerês


A QUERCUS irá promover uma acção de recolha de sementes florestais no Campo do Gerês nos dias 11 e 12 de Outubro de 2014.

As inscrições devem ser feitas pelo correio electrónico pedrosousa@quercus.pt ou pelo telefone 93 195 44 93.

Os participantes têm direito a campismo gratuito no Parque de Campismo de Cerdeira ou a um desconto de 30% noutro tipo de alojamento.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Vestígios de mineração na Fonte Fria


Aquando de uma recente passagem pela Fonte Fria, Pitões das Júnias, reparei num aglomerado de rochas que fez despertar a minha curiosidade. A zona é fértil em rochas soltas e seccionadas pelos elementos, porém este conjunto parecia-me de alguma forma trabalhada por mão humana.

De facto, um olhar mais atento revelou o que parecem ser trabalhos de mineração a céu aberto. Na Serra do Gerês é relativamente fácil encontrar este tipo de ocorrência com a presença de pequenas valas e pequenas escombreiras que revelam que em tempos não muito distantes, o homem ali procurou o seu sustento provavelmente na forma de volfrâmio ou outros minérios.



Fotografias © Rui C. Barbosa

domingo, 28 de setembro de 2014

Encontro de caminheiros em Pitões das Júnias


O desafio havia sido lançado há já algumas semanas pelos Caminheiros de Montanha. Este seria um encontro para compartilhar vivências e conhecer outras experiências. Chegado a Pitões das Júnias encontrei caras conhecidas de outras caminhadas pela serra e outras conhecidas nos mundos virtuais.

Com o grupo concentrado junto à antiga escola primária, iniciamos a caminhada em direcção à Fonte Fria sem este ser o nosso destino final. A meteorologia previa mau tempo para a tarde e as nuvens que no horizonte se perfilavam ainda chegaram a deixar cair algumas pingas à chegada perto do Curral de Bruzaleite ("Brazalite" ou "Bruzalite"). Lambendo a face da Fraga de Bruzaleite, enveredando por entre matos e pequenos carvalhais, passamos ao lado do Curral da Roca Sendeia e da Roca Sendeia, altura em que avistamos o nosso primeiro grupo de cabras selvagens à distância.



O nosso guia, o Sr. António pastor de muitas décadas pela serra de Pitões, levou-nos então até à Fonte Fria, a nascente que dá o nome ao colosso granítico característico daquela paisagem. O nosso percurso levou-nos até à raia galega junto do marco de fronteira n.º 198 e daqui viramos a Nascente em direcção ao Alto das Gralheiras e depois até às Gralheiras onde chegou a hora do repasto. Com uma soberba paisagem que abarcava a albufeira das Conchas e das Salas, o lugar é mágico e inspirador, escondendo peculiares recantos envoltos pelo caos granítico das alturas de Pitões. Aqui e ali surgem mariolas que apontam para direcções «desconhecidas» e tentadoras.

Deixando as Gralheiras para trás, avistamos o nosso segundo grupo de cabras selvagens antes de iniciar a descida vertiginosa através de carreiros esquecidos e escondidos pelo tempo. Por esta altura já a chuva fria nos havia banhado a pele e apressado o passo, pois ao longe a borrasca fazia-se anunciar com o ribombar dos trovões que se mostravam no céu cinzento.

Um agradecimento ao Francisco Martins pelos momentos bem passados e pelo licor de mel que nos aqueceu a alma por entre os tronos dos deuses.

Algumas imagens do dia...













































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)