quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Trilhos seculares - Pela face Este...


Caminhada em dia de Outono mas com temperaturas matinais de Inverno que se fez ver em alguns pequenos charcos gelados.

Sem haver um destino definido, a caminhada foi-se desenrolando ao sabor dos passos que se iam dando e das sensações que a paisagem ia mostrando. Começo matinal na Portela de Leonte com o Curral de Vilar da Veiga (ou Leonte de Cima) coberto por um tímido manto de geada que fazia antever os dias que aí virão.

Se a certa altura a vontade de passar pelas Quinas da Arrocela ainda fez surgir a perspectiva de uma longa jornada, o dia que se seguiu fez-me subir até ao Vidoal mergulhado numa luz fulgurante de um Sol matinal. A projecção de sombras pelas corgas fundas e pelas escarpas de Lavadouros, tornou o lugar como algo que se via pela primeira vez. Aliás, se lá tivesse voltado hoje a sensação teria sido a mesma... o Gerês é assim, uma novidade a cada caminhada que se vai fazendo mesmo que se passe por lugares há muito conhecidos.

Do Vidoal subi a encosta do Outeiro Moço introduzindo algo de novo no usual circuito que por ali se faz. Aquele carreiro fez-me ter uma abordagem distinta ao colo da Preza (Freza) e dali segui para a Chã da Fonte e Lomba de Pau. Passando pelo curral, segui em direcção à varanda sobre o Curral do Conho permitindo uma paisagem memorável tendo por fundo as Fichinhas e Porta Ruivas, lá ao fundo o Borrageiro (Borrageira) domina a paisagem. Nesta altura o objectivo já estava traçado. Depois de passar pelo topo da Corga do Ribeiro do Porto das Vacas, segui em direcção a Carris de Maceira mas a certa altura tomei a direcção de velhas mariolas que me levaram em direcção às Alvas. Aqui a paisagem afunda-se num profundo vale encaixado, um verdadeiro mundo perdido em pleno parque nacional. De facto, uma zona inacessível que torna aquele lugar como algo de maravilhoso e único.

O velho caminho vai-se perdendo por entre a penedia, seguindo em direcção aos Prados da Messe. A pouca distâncias o aparecimento de uma ou outra mariola marcam a passagem de carreiros por entre pequenos vales. Aqui, a rede de ligações entre os caminhos principais permitem-nos várias opções por outras paisagens. O caminho que seguia ia levar-me aos Prados da Messe descendo a face Este das Albas. O caos de rochas caídas faz-nos sentir noutros cenários e a cada pequena passagem, onde o nosso olhar é limitado, esperámos sempre uma surpresa. Ela já havia aparecido antes na fugaz aparição de um corço que se apressou a esconder nas alturas do Pé de Medela.

Chegado à Messe deparo-me com um abrigo sem telhado. Este é um dos currais que está a ser recuperado pelas vezeiras juntamente com a rede de carreiros que os vai ligando. Um excelente trabalho das gentes serranas interessadas em recuperar a sua história ao contrário de outras entidades estatais que deveriam fazer o mesmo...

Depois da Messe segui por um pequeno, mas interessante trilho que começa para lá da fonte ali existente e que nos leva à Lomba de Burro. Daqui o trajecto foi óbvio, passando ao largo dos Prados Caveiros, iniciei a longa descida pela Costa de Sabrosa e mergulhei nos mistérios da Mata de Albergaria em busca dos cogumelos que insistem ainda em não aparecer em força por aquelas paragens. Seguindo pelo troço da Geira Romana e passando ao lado dos antigos viveiros das trutas, enveredei pela «longa» caminhada de volta a Leonte pela estrada de alcatrão num longo calvário.

Algumas imagens do dia...
O caminho para o Vidoal ainda revela em alguns troços parte da calçada. O Pé de Cabril é uma companhia na subida até ao Vidoal.

Vidoal (muitas vezes confundido com o Mourô).
 O Vidoal visto desde a subida da encosta do Outeiro Moço.
 O vale de Camalhão e Teixeira visto desde a Preza.
 O gelo foi aparecendo em alguns recantos.
 Curral da Lomba de Pau.
 



Pé de Medela e as Albas.
 O Curral do Conho com as Fichinhas e Porta Ruivas.
 O Curral do Conho com as Fichinhas, Porta Ruivas e o Borrageiro.

 Curral da Pedra.
 Um velho marco de delimitação do Gerês Floresta de finais do Século XIX é enquadrado pelo Pé de Medela e Carris de Maceira.
 O Curral do Vidoal e o Pé de Cabril.
 As Albas.
 As Albas.
 Descendo em direcção aos Prados da Messe.
 Prados da Messe.
  Prados da Messe.
  Prados da Messe.




 Prados Caveiros.



Fotografias: © Rui C. Barbosa

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Campanha de crowdfunding para o livro 'Minas dos Carris - Histórias mineiras na Serra do Gerês' entra no mês final



A campanha de financiamento do livro 'Minas dos Carris - Histórias mineiras na Serra do Gerês', entra no mês final, estando activa até finais de Novembro.

A edição deste livro ainda pode ser apoiada através da sua pré-reserva. Para tal, deverá fazer a sua inscrição no sítio da ppl.

A edição do livro está prevista para Dezembro de 2013.

A árvore de fogo


Uma árvore de fogo nos Prados da Messe...

Fotografias: © Rui C. Barbosa

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os animais de companhia e as taxas do ICNF


Hoje fomos surpreendidos com a notícia de que o Governo se prepara para aprovar uma lei que tem por objectivo limitar o número de cães que temos em nossos apartamentos.

Gostava de lembrar que esta lei tem origem num ministério que é dirigido por uma pessoa que em dois anos não foi capaz de resolver o problema das taxas que são ilegalmente cobradas pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e que obriga ao pagamento de 157,00€ pela analise dos pedidos de autorização para caminhar dentro das nossas áreas protegidas.

O ridículo e a estupidez deveriam ter limites, mas um limite à estupidez e ao ridículo é coisa que Assunção Cristas e estes políticos não têm...

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Alguém compreende?


Custa-me muito, mesmo muito compreender de tal forma que até me cansa. Como é possível alguém no seu perfeito juízo e com todas as suas capacidades mentais colocar a casca de banana e papel naquele sítio?

Por outro lado, acredito que quem fez isto foi alguém que provavelmente teria acabado de chegar de uma caminhada pela montanha. Daquelas caminhadas cheios de gente que se «maravilha» com o Gerês e que depois descarregam no facebook as suas poses de conquista do monte mais próximo. Sim, porque nos nossos dias «é bem» ir para para o monte com um grupo de sociais e sociáveis, e depois aparecer no «face» para todos ver! É bom ter grupos de 90 pessoas a caminhar pela serra porque assim é que se «educa» e «protege» a natureza...

...o problema, é que da caminhada nada aprenderam por o vácuo entre as orelhas é mais profundo do que a vizinhança de Andrómeda.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Agarremo-nos à terra...


Agarremo-nos à terra com força...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

domingo, 27 de outubro de 2013

Amanitas em Leonte


Em busca das histórias de fadas e duendes por entre os cogumelos em Leonte. Apesar do tempo húmido, ainda são poucos os que povoam os recantos da mata.

Aqui ficam alguns...










Fotografia: © Rui C. Barbosa