Outros lugares de Carris (LII)

Carris, 6 de Agosto de 2006

Na imensidão da montanha, marcas que resistem...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

As Minas dos Carris vistas do ar...

Esta é certamente uma perspectiva das Minas dos Carris que nunca tinha visto. O leitor António Pereira enviou-me duas fotografias acompanhadas com o seguinte texto: "O meu fascínio pelas Minas dos Carris fez com que, num certo voo que vinha de Paris, acordasse com a ideia de estar sobre o Gerês, e não é que eram mesmo as Minas dos Carris?!?! Coincidência do destino, não sei mas ás vezes os sonhos têm estas coisas... eram mesmo as Minas dos Carris".

São realmente duas fotografias espectaculares nas quais estão bem definidas o Vale do Alto Homem, a Corga da Lamalonga (com a sua imensa escombreira), a represa dos Carris, a garganta das Negras e a parte do final da estrada do vale do Rio Homem através das Abrótegas e Corga da Carvoeirinha. É também visível o vale onde se localizam as Minas das Sombras em Espanha.

Obrigado pelas fotografias!

Fotografias: © António Pereira

Procuro fotografias das Minas dos Carris

A História das Minas dos Carris conta-se por palavras mas também por imagens. Este blogue é um primeiro passo para tentar escrever a História das Minas dos Carris, História essa que todos nós podemos ajudar a escrever.

Como podem imaginar a minha colecção de fotografias é já vasta e talvez não haja paisagem em Carris que não tenha sido fotografada. Porém, estas paisagens não são imutáveis e alteram-se com o passar dos anos. Se os anos mais recentes estão ricamente registados fotograficamente, as décadas de 60, 70 e 80 são muito fracas a nível de registos fotográficos das minas.

Por outro lado, cada um de nór tem uma forma distinta de sentir, observar este lugar mágico e místico para muitos de nós. Várias fotografias do mesmo lugar podem representar sensações distintas com a tentativa de captar um sentir diferente.

Para tal peço a quem tiver registos fotográficos sobre as Minas dos Carris que me enviem as suas fotografias para assim ajudar a escrever uma parte da nossa História que ainda se mentém escondida. Todos os direitos serão reservados aos autores das fotografias que poderão ser utilizadas aqui neste blogue ou em trabalhos posteriores.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

Outros lugares de Carris (LI)

Carris, 27 de Janeiro de 2007

Tentar compreender os edifícios das Minas dos Carris é sempre um exercício interessante. Ao visitarmos as suas ruínas facilmente escutamos os vários palpites: "Aquilo era a igreja...", "Ali são as minas...", "Estas seriam as casas do chefes!", etc.

Com a ajuda de trabalhos de investigação consegui ao longo dos últimos meses identificar vários desses edifícios, porém existem outros cujo objectivo permanece em mistério. É o caso deste edifício que é sobranceiro à Corga da Carvoeirinha e que está situado à direita de quem entra no complexo depois de percorrer o fantástico vale do Rio Homem. A uns escassos metros do complexo de habitações para casais, esta casa deveria também ser uma casa de habitação devido à presença de uma lareira de dimensões consideráveis.

Outros edifícios existem cujo ano e planos de construção desconheço (tais como as quatro casas que saúdam o visitante na parte final do caminho, para além dos planos de todos os edifícios da zona industrial das minas dos Carris).

...ah! Em Carris não havia igreja nem capela...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Outros lugares de Carris (L)

Carris, anos 90

Mais uma fotografia sem data do meu álbum de memórias de tantas caminhadas às Minas dos Carris.

Estas paredes já não existem! Faziam parte dos últimos edifícios que foram habitados nas Minas dos Carris e utilizados até meados dos anos 80 pelo guarda "Serrinha" que lá viveu por mais de 20 anos!!! Deste edifício pouco resta hoje. na minha próxima caminhada irei tentar obter uma fotografia a partir do mesmo local...

Esta fotografia ficava bem numa série denominada "Outros lugares de Carris que já não existem destruídos pela estupidez do Homem"...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Carris, 8 de Maio de 1994

Carris, 8 de Maio de 1994

Estas duas fotografias mostram alguns edifícios nas Minas dos Carris numa altura em que os telhados ainda podiam proporcionar algum abrigo a quem lá pernoitasse. Tendo já conhecido a parte industrial das minas bastante destruída, tenho assistido ao longo dos anos ao rápido decair das estruturas de habitação utilizadas pelos mineiros e funcionários que trabalharam nas Minas dos Carris. Hoje, a degradação é tal que é difícil imaginar que um dia, num passado não muito distante, estas casas foram habitadas.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

Notas históricas (XXXII)

Carris, 10 de Outubro de 1941

O texto seguinte é uma transcrição de uma carta de 10 de Outubro de 1941 enviada pelo então Presidente da Câmara de Montalegre ao governo onde é relatada a situação conflituosa existente entre as duas partes que inicialmente reclamavam a posse da concessão do Salto do Lobo:

"A 24 de Junho de 1961 Domingos da Silva fez o registo mineiro 303 do sítio denominado 'Salto do Lobo'. a 11 de Julho de 1941 José Maria Gonçalves Freitas e Abílio Gonçalves Barroso fazem também o registo mineiro 318 denominado 'Carris e Salto do Lobo', que se sobrepõe ao registo anterior.

O segundo registo é feito com a clara intenção de prejudicar o proprietário do primeiro registo e sob a desmedida ambição que nada respeita, veio originar grave questão, que teria causas verdadeiramente lamentáveis se eu, na qualidade de delegado policial neste concelho, não interviesse, ordenando a paralisação dos trabalhos de pesquisa já encetados por ambos os proprietários dos registos.

A situação mantém-se há dois meses e neste dia Domingos da Silva entregou na câmara uma petição para retomar os trabalhos. (...)".

A Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos respondeu a 24 de Outubro de 1941 à carta do Presidente da Câmara de Montalegre, afirmando que se deveria manter a decisão camarária e que não deveria ser autorizada qualquer nova pesquisa. Por outro lado, fazia constatar que o segundo proprietário não poderia trabalhar porque a sua pretensão era mais recente e porque Domingos da Silva já havia naquela data pedido a concessão.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Sem data

Carris, 2005

Umas fotografias recentes mas não datadas de uma manada de garranos junto da represa das Minas dos Carris. Sei que tirei estas fotografias algures em 2005, mas infelizmente não as consigo datar...

Fotografias: © Rui C. Barbosa

Outros lugares de Carris (XLIX)

Carris, 12 de Janeiro de 2003

É talvez um dos edifícios mais intrigantes que encontramos nas Minas dos Carris apesar de a sua localização nos levar a deduzir que pudesse em tempos albergar maquinaria ou motores para bombear a água que era armazenada na barragem para as instalações mineiras.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Carris, 12 de Janeiro de 2003

Carris, 12 de Janeiro de 2003

Foi talvez a minha caminhada mais complicada até às Minas dos Carris. Começamos a subir pelo Vale do Alto Homem utilizando o acesso clássico ao longo do Rio Homem. Tínhamos uma perspectiva de poder encontrar alguma neve, mas nada nos havia preparado para o que encontraríamos. Começamos por encontrar os primeiros vestígios de neve já junto da Abelheirinha e quando chegamos à Ponte do Madorno já tínhamos neve acima dos joelhos.

A progressão tornava-se mais difícil à medida que íamos avançando e no total demoramos quase sete horas até à montagem da tenda no interior do edifício dos balneários, pois o local onde tínhamos previsto montar a tenda estava já ocupado por outra tenda. A caminhada foi também dificultada pelas condições atmosféricas extremas que acabamos por encontrar com ventos muito fortes e alguma queda de neve.

Depois de uma noite complicada onde dormir foi muito difícil e o descanso muito pouco, fomos brindados com paisagens que até hoje ainda não encontrei de novo em Carris. Ficam algumas fotografias recuperadas digitalmente do fundo do baú...

Fotografias: © Rui C. Barbosa

A caminho dos Carris...

Carris, 27 de Janeiro de 2007

Apesar de saber em que período a estrada para Carris foi construída, ainda me resta determinar precisamente a sua data de abertura. Pelo actual caminho podemos ainda ver os traços do trilho de montanha que percorria em tempos a outra margem e que foi utilizada por muitos para transportar pesadas cargas aos ombros entre a Portela de Leonte e Carris em troca de 2$50.

Fotografia: © Adão Silva

Para onde vais Carris?

Carris, 20 de Maio de 2008

No dia 20 de Maio estive mais uma vez nas Minas dos Carris. Em tempos, há muitos anos, disse que as coisas pouco mudavam lá por cima. Porém, nestes dias de correm e com visitas quase mensais aos Carris é demasiado fácil notar as coisas que mudam.

Ao passar as primeiras casas das Minas dos Carris e seguindo em direcção àquela que chamo a zona residencial das minas, notei logo ao longe uma diferença em relação à minha última visita. No cuidado de se abrigar da chuva ou do Sol, alguém acabou por retirar o que restava do telhado do edifício que servia de cantina, secretaria e de recepção do minério. As poucas telhas de lusalite que ainda lá resistiam foram arrancadas e colocadas sobre um buraco que existe no telhado da garagem sob a casa do pessoal superior da mina. Com este acto deixa assim de haver um único exemplar dos antigos telhados que cobriam as casas das Minas dos Carris. Não sei se hei-de de classificar este acto de vandalismo ou pura necessidade de «sobrevivência»? Quero acreditar que quem fez isto tivesse ao menos poderado em não o fazer. Aquilo que fizeram de nada serve para quem lá costuma ir ou mesmo para quem lá vá uma única vez na vida. Em minha opinião pessoal, que vale o que vale, penso que foi mal feito e que não deveria ter sido feito. É um acto que só vem ajudar à contínua destruição daquele lugar...

As seguintes fotografias mostram a evolução da cantina nos últimos anos...

8 de Maio de 1994

27 de Fevereiro de 2005

6 de Agosto de 2006

19 de Julho de 2007

20 de Maio de 2008

Fotografias: © Rui C. Barbosa

Garranos em Carris... (II)

Carris, 20 de Maio de 2008

No silêncio das ruínas e num céu manchado de branco... com vista para a Lamalonga.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

Armadilha mortal?

Lagoa do Marinho, 20 de Maio de 2008

A quando da minha mais recente caminhada até às Minas dos Carris a partir da Lagoa do Marinho, deparei-me a certa altura com algo que me chocou bastante.

A certa altura num dos muitos pequenos trilhos que traçam aquele local, o cheiro a carne em decomposição era intenso. Ao remover algumas pedras deparei-me com o que as duas imagens mostram (são imagens de baixa resolução e terei todo o gosto em enviar as imagens de alta resolução a quem desejar).

Surgiu-me logo a ideia de que o que vemos na fotografias pode ser uma armadilha para o lobo que certamente deverá habitar naquelas serranias, o seu último refúgio. Toda aquela área é local de pastagens e todos nós que caminham na Serra do Gerês já nos cruzamos com os rebanhos que pachorramente calcorreiam a montanha. Por outro lado, já tive também a experiência de me cruzar com caçadores no interior do parque nacional que mesmo depois de surgir um pequeno fogo florestal e que na altura se sentaram numas pedras e de forma divertida nos olhavam (a mim e ao grupo de escuteiros) a tentar apagar o fogo.

Gostava de dizer que me custa acreditar na existência desta e de outras armadilhas espalhadas pela serra. O lobo acaba sempre por ser o elo mais fraco na lista ignóbil a acusar pela matança de cabeças de gado que possa acontecer na serra. É sempre incrível como a hipótese dos cães abandonados na serra nunca é de forma geral aceitada para tentar explicar esta matança?

Aqui ficam as duas fotografias para vocês ajuizarem. As duas imagens foram obtidas na zona onde há tempos surgiu a a estupidez das mariolas azuis, por isso aquele seve ser um local propício à ocorrência de factos estranhos... Eu gostava de acreditar.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

119!

Carris, 20 de Maio de 2008

Um regresso a Carris para cumprir um último desejo e para preparar a segunda parte do registo dos abrigos de montanha existentes na área. As condições atmosféricas estiveram óptimas para a caminhada entre as Lagoas do Marinho e as Minas dos Carris passando pelos Cocões do Concelinho, uma de muitas paisagens de cortar a respiração.

Ao se analisar a área do futuro trabalho constatou-se mais uma vez a riqueza do local e a grande quantidade de diferentes abrigos ainda para catalogar.

Aqui ficam as fotografias...

Fotografias: © Rui C. Barbosa