Caminhando pelo Vale do Rio de Fafião e chegando a Porto da Laje, por entre a neblina surge imponente, Porta Roibas, Serra do Gerês.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Caminhando pelo Vale do Rio de Fafião e chegando a Porto da Laje, por entre a neblina surge imponente, Porta Roibas, Serra do Gerês.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Esta foi uma curta caminhada pela magnífica Mata do Mezio que juntou partes do traçado de duas pequenas rotas ali existentes: o Trilho (Interpretativo) do Mezio e o Trilho da Floresta.
O Trilho (Interpretativo) do Mezio percorre parte da Mata do Mezio tendo início em frente da Porta do PNPG do Mezio. Infelizmente, a aberração que construiram naquele local com a colocação de uma vedação em torno de parte da mata corta o acesso a parte do percurso e a inexistência de sinalética faz com que se tenha de procurar uma outra opção para fazer o percurso e que passa por seguir pela estrada em direcção a Travanca e depois virar à direita até encontrar a sinalética do percurso.
O percurso apresenta-nos uma grande diversidade de espécies vegetais, fruto da intervenção dos Serviços Florestais, mas também é muito rico pelo seu património arqueológico, nomeadamente, diversos monumentos funerários pré-históricos, antas e mamoas, observando-se ainda elementos de uma ocupação humana mais recente ligada à economia agropastoril, nomeadamente, um curral e as ruínas de uma branda de gado.
O Trilho da Floresta tem o seu início no parque de estacionamento da Porta do Mezio e segue pela floresta por um carreiro paralelo à estrada que liga a Soajo, até chegar junto do Centro Hípico do Mezio. Aqui, o percurso cruza a estrada e inicia uma subida para encontrar um estradão florestal que liga ao Gião e segue-se o estradão em direção ao ponto de início, passando por um sítio de interesse arqueológico onde encontramos o Complexo de Arte Rupestre do Gião. Pelo caminho observa-se a abandonada Casa do Mezio, um complexo turístico financiado pela União Europeia com uma gestão ruinosa e que agora serve de abrigo para o gado que pasta nas redondezas.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Este foi um evento promovido por RB Hiking & Trekking que nos levou a percorrer os magníficos caminhos seculares da Vezeira de Fafião.
Aproveitando um texto já anteriormente publicado neste blogue...
Marca indelével na montanha e testemunho milenar da presença do Homem no território que hoje faz parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o traçado dos caminhos da Vezeira de Fafião leva-nos por longos vales onde a imensidão da Serra do Gerês nos assombra.
A 'vezeira' é um movimento de transumância característico na Serra do Gerês que usualmente decorre entre Maio e Setembro e no qual a guarda dos rebanhos e manadas é feita à vez, juntando todos os animais pertencentes a uma comunidade. Movimento com profundas raízes nos povos serranos, marcou a montanha, tirando partido dos currais e prados ali existentes, e criando-se uma rede de caminhos (carreiros, carris) que facilitam a deslocação entre estes locais.
Foi baseado nestes caminhos que há já vários anos a Vezeira de Fafião criou um percurso - o Trilho da Vezeira de Fafião - que permitia a visita a vários destes currais ao longo da área usualmente por ela utilizada para o apascento do gado. Assinalado apenas com mariolas, o percurso tem uma extensão de mais de 25 km e penetra profundamente nos vales geresianos, naquilo que os fafiotos designam como "Serra de Fafião".
A jornada deste dia teve como objectivo percorrer parte deste percurso, mas deixando de fora a passagem por Fechinhas, Rocalva e Vidoeirinho, fazendo a subindo do Vale do Rio Laço directamente para o Estreito.
O dia começou no estacionamento do Miradouro de Fafião (Portela do Monte) e depois seguimos pela estrada florestal que nos leva até ao abrigo do Vidoal passando pela Fonte do Galo. No abrigo do Vidoal, vamos tomar um carreiro mariolado que nos vai embrenhar no Vale do Rio Fafião.
Como quase em todos os caminhos, o início da jornada é sempre um pouco ingrato quanto mais não seja porque a parte inicial do percurso, que se faz por um manhoso estradão, não é meiga para a morrinha que ainda não se dissipara. Ao caminhar, deixamos para trás os parcos sons da aldeia que aos poucos desperta.
A terra batida vai-nos levar cada vez mais perto do vale e aos poucos fica para trás o pinhal que adorna a paisagem. Ali ao lado, abre-se como um rasgão na Terra, o vale por onde o Rio Fafião se entretém a esculpir pacientemente a paisagem. De facto, para quem já fez o percurso, esta parte não trará nada de novo, mas a ânsia de horizontes mais vastos e de avistar os píncaros que rasgam os céus, impele-nos a chegar ao ponto onde a água jorra da rocha e num ápice todo o cansaço inicial parece desvanecer, não fosse a forte batida do coração do peito e os pingos de suor que já insistem em escorrer pelo rosto. Aqui é a Fontela do Galo, e Fafião não passa já de um aglomerado de casas imbuído na paisagem.
O caminho continua e leva-nos a chegar ao Vidoal onde subitamente termina para dar lugar à verdadeira rudeza da serra. Num equilíbrio nem sempre favorável ao seu lado, a serra deixou-se adaptar às condições do Homem que nas suas entranhas esculpiu passagens para os prados e lugares onde amanharia o seu sustento. Mais adiante, o Trilho da Vezeira de Fafião vai-se dividir em dois; decidi fazer o denominado 'Caminho das Vacas', criado devido à dificuldade em ultrapassar alguns passos que se foram formando no carreiro mais em baixo. Este caminho não será muito aconselhável aos mais sensíveis devido às vertigens ou à incapacidade de lidar com espaços curtos.
Não há fotografia que consiga transmitir a sensação de se estar a entrar nas entranhas de algo maior do que nós. Se lá, no fundo, o rio corre intensamente barulhento, lá no alto os cumes parecem faróis que nos indicam o caminho a seguir. O carreiro serpenteia pela encosta marcado com as velhas mariolas. Em certas zonas a vegetação começa a tomar o seu lugar e as torrentes de água poderão em certas alturas do ano dificultar a passagem em alguns regatos, mas rapidamente nos aproximamos do velho Curral do Porto da Laje que foi destruído para a construção da barragem que por momentos aprisiona o Rio da Pigarreira e o Rio da Touça. As águas, imaculadamente transparentes, permitiam ver o leito da pequena albufeira e as marcas dos animais estão por todo o lado.
Assim, ao caminharmos por este vale vamos ser sempre, mas sempre, surpreendidos por aquilo que iremos ver, pois as paisagens que nos oferece vêm na linha do que Fafião já nos habituou. Em tempos disse que ninguém deve dizer que conhece a Serra do Gerês sem conhecer estes domínios, pois é aqui onde o Gerês flecte os seus músculos! O estreito carreiro pelas vertentes - num constante sobe e desce cuidadosamente traçado na encosta - intercala-se com a visão do Rio Fafião e as suas lagoas no fundo vale, com a imensidão de Porta Roibas que parece o fechar. Aqui, o azul do céu surge em tons só ali apreciados.
Passando a pequena represa que ali existe, ultrapassou-se sem grande problema os escassos metros do leito do rio em direcção ao Curral da Touça onde surgiu o nosso descanso. A seguir seguiríamos pelo Vale do Rio Laço, passando pelo curral de mesmo nome e trepando a encosta final até ao Estreito, tendo por detrás de nós uma das paisagens que nos corta a respiração. Esta parte constitui o verdadeiro desafio de toda a jornada, com o carreiro a esconder-se por entre a vegetação que conquista o seu lugar natural e todo o vale parece se fechar sobre nós em paredes que por vezes se vão alcantilar em vertentes pálidas de tons de granito. Incessantemente procuramos nos altos o vislumbre de uma cabra guardião, mas este dia não nos abençoou com tamanha visão.
A «pouca» distância do topo o carreiro empina-se e a passada deve-se tornar cadenciada e forte para vencer o declive. Os metros finais são quase uma luta com a vegetação para ir descobrindo o carreiro que se esconde no chão. No entanto, a chegada ao Estreito dá-nos o prémio merecido e permite-nos ver a Roca Negra, a Rocalva e a Roca das Pias, bem como a Arrocela, o colosso de Iteiro d'Ovos e o promontório granítico da Meda de Borrageiros «logo ao lado» de Porta Roibas. Tudo é grande! Tudo é imenso! Tudo, mas tudo, é medonho para a nossa pequenez!
Voltávamos assim ao «traçado» do Trilho da Vezeira de Fafião que havíamos abandonado no Curral da Touça e seguíamos em direcção ao Curral de Pradolã, continuando a descida para Pousada à vista dos Bicos Altos e do Vidoal, local de passagem pela manhã no outro lado do vale. Na sua interminável descida o carreiro embrenha-se por um pinhal que nos levaria às Chãs de Touro Trigo e ao Salgueiro, e depois ao traçado da Grande Rota da Peneda-Gerês.
O caminho levou-nos então para a parte final da Corga de Carnicente que se despenha para o Rio Fafião e nos leva a atravessar para a sua margem esquerda na Ponte de Matança. O caminho irá mais adiante juntar-se ao estradão inicial que nos levará ao nosso destino, Fafião.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
O Trilho da Águia do Sarilhão é um percurso de pequena rota que se desenvolve nas proximidades da aldeia de Campo do Gerês.
É um percurso circular que se inicia junto do Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, e "estende-se por terrenos aplanados de um vale alargado, por onde passa o Ribeiro de Rodas, entre o Núcleo Museológico e a margem esquerda da albufeira de Vilarinho da Furna. Percorre os aglomerados rurais deste antigo povoado e descortina, por entre os arruados estreitos, os espigueiros e habitações com as suas cruzes cimeiras e varandas com madeiramentos abertas ao logradouro" na aldeia do Campo do Gerês.
O percurso percorre parte da "estrada romana Via Nova XVIII (Geira), com passagem pelas milhas XXVIII e XXIX. Nas proximidades da milha XXIX avultam vestígios indeléveis da trincheira do Campo do Gerês e Casa das Peças que serviu de defesa da raia portuguesa nas invasões hostis.
Inserido numa importante área do Parque Nacional da Peneda Gerês, este trilho aproxima-se de outros locais de interesse, como a fraga do Sarilhão, a Mata da Albergaria (Reserva da Biosfera) e a extinta aldeia comunitária submersa de Vilarinho da Furna."
Mais informações sobre o percurso podem ser obtidas aqui e o ficheiro GPX do mesmo aqui.
Em termos pessoais destaco a paisagem sobre a albufeira que esconde Vilarinho da Furna e todo o panorama adjacente da Serra Amarela e da Serra do Gerês, a passagem pelo troço da Geira na Corga do Gavião, o vislumbre da Fraga do Sarilhão e o núcleo rural (Assento) da aldeia do Campo do Gerês.
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Eis o cartaz da edição de 2024 do Festival Aldeia de Lobos que terá lugar em Fafião.
Os trabalhos realizados na Serra do Gerês pelos Serviços Florestais em 1900-1901 limitaram-se a pequenas construções e reparações, para além das sementeiras e plantações...
Sementeiras
- Mijaceira..........................30 Hect.
Plantações (Encosta da Pereira)
- Quercus rubra...................700
- Betula alba........................600
- Juglans nigra.....................250
- Fagus sylvatica.................200
- Acácia dealbata................112 (Total, 1862)
Plantações (Escuredo)
- Fraxinus nigra...................250
Plantações (Vidoeiro)
- Ailantos.............................5
- Robinia pseudo-acacia......60
- Acácia dealbata.................6
- Castanea vulgaris..............7
- Melia azedarach................20 (Total, 98)
Plantações (Forno Novo)
- Fagus sylvatica..................300
- Castanea vulgaris..............150 (Total, 450)
Plantações (Capitão-mór)
- Acer pseudo.platanus.........25
- Sorbus aucuparia................4
- Acácia melanoxilon............15
- Acácia floribunda...............35
- Thuias.................................12
- Castanea vulgaris................10
- Essências japonesas............6
- Julgrans nigra......................3 (Total, 110)
Plantações (Galeana)
- Castanea vulgaris................315
Plantações (Albergaria)
- Castanea vulgaris................253
- Betula alba..........................20
- Acer pseudo-platanus..........14 (Total, 287)
Plantações (Caminho do observatório)
- Acer pseudo-platanus..........23
- Ailantos................................16 (Total, 39 TOTAL, 3411)
Texto adaptado de "Mata do Gerês - Subsídios para uma Monografia Florestal" (Tude Martins de Sousa, 1926)
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
A Nevosa é um maciço granítico que alberga os pontos mais elevados da Serra do Gerês, atingindo os 1.548 metros de altitude, sendo aqui fotografada a partir do marco geodésico dos Carris.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
O Trilho do Sobreiral da Ermida do Gerês (PR14 TBR) tem início no Miradouro da Ermida, uma aldeia serrana de vocação agro-pastoril, de onde se vislumbram os maciços da Serra do Gerês, a vida da aldeia, a paisagem rural e os elementos históricos e da arquitetura tradicional num panorama de prodigiosa beleza.
O percurso atravessa a Ponte do Arado, construída em 1936, que possibilita a passagem para o alto da serra, nas proximidades da Cascata do Arado. Ao longo do percurso é possível observar três currais: Malhadoura, Portos e Cortes, criados para a prática do pastoreio da vezeira (condução do gado para a serra alta, durante dias ou semanas, consoante o número de cabeças que possuem).
Além destes pontos, o trilho deve o seu nome, ao sobreiral de 200 hectares que se destaca na paisagem montanhosa, localizado numa encosta virada a sul, sobranceira ao Rio Arado e Fafião, entre as cotas 290 e 760 m de altitude.
Com igual ponto de partida, há a possibilidade de fazer um percurso alternativo de 6 km, com passagem pelo Miradouro da Fraga do Justo, Cascata da Rajada e Miradouro da Vela.
O folheto do PR14 pode ser descarregado aqui e o traçado em gpx pode ser obtido aqui.
A realização completa (ou quase) deste percurso dá-nos duas experiências bem distintas: a verdadeira aventura de percorrer o percurso 'Alternativo' é contrastada pela enfadonha caminhada pelos caminhos abertos pelos Serviços Florestais que acabam por ligar pontos de interesse ao longo do traçado.
Assim, iniciando o percurso junto do Miradouro da Ermida segui as marcações que me levaram a atravessar a pequena aldeia minhota e começando uma subida que me levou até junto da Poça de Entre Regadinhos e que depois ladeia o Alto da Vela, descendo para a Encosta do Recanto e passando perto da Pala das Relvas. Atravessando a Ribeira da Feixa da Escudela na Ponte das Relvas à vista da Quina da Guardunha, o caminho segue em direcção de Figueiredo, seguindo depois pela Encosta do Sobreiral e passando na Nascente de Fradelos, chegando então à estrada entre a Ermida e Fafião (em Fradelos). O percurso segue por umas centenas de metros o traçado da estrada até iniciar a subida pela Encosta de Fradelos, passando a Chã do Galhado e seguindo pelo Alto Pequeno de Galhado, Chã da Cabeça e Sesta de Galhado.
O traçado do PR14 leva-nos a passar perto do Curral das Cortes e segue depois para a Tribela, onde entronca com o traçado da GR50 Grande Rota da Peneda-Gerês. A paragem para um merecido descanso e almoço ocorreu no Curral dos Portos seguindo depois para a Malhadoura, Ponte do Rio Arado e seguindo depois à sombra da Roca para o Alto da Carvalhinha já a descer para a Ermida onde terminaria a jornada.
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A Corga dos Salgueiros da Amoreira surge no centro desta fotografia que nos mostra uma imensa paisagem da Serra do Gerês vista desde o alto dos Carris.
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A Mata do Beredo e as encostas sobranceiras a Pitões das Júnias escondem segredos dos tempos passados. Estes surgem em paisagens de horizontes próximos, pequenos muros, ruínas esquecidas e carreiros escondidos pelo passar dos dias. Foi por entre bosques e ribeiros que neste dia partiu-se à descoberta, daquelas descobertas que marcam caminhadas.
Seguindo o traçado da GR50 Grande Rota da Peneda-Gerês a partir de Pitões das Júnias, caminhou-se em direcção à ponte que nos faz ligar as duas margens do Ribeiro de Campesino. Aqui, fomos surpreendidos por um grupo que percorria a GR50 a cavalo, num cenário que nos fez lembrar tempos medievos.
O caminho segue pelo frondoso bosque da Mata do Beredo seguindo a margem esquerda do Ribeiro do Beredo até chegar à Portela da Fairra e passando ao lado do fojo de cabrita ali existente. Seguindo pela vertente Norte do Alto da Mulher Calça, o caminho vai descer e bifurcar-se mais adiante. Aqui, a GR50 segue em direcção a Parada de Outeiro, mas nós enveredamos pela margem direita do Ribeiro do Beredo, seguindo mais adiante pela base dos Cabeços da Fumarada ao longo de um carreiro que foi limpo de vegetação. Porém, este conforto terminou mais rapidamente do que esperamos e iniciamos em alguns troços uma verdadeira luta contra o mato, tentando seguir o antigo carreiro que eventualmente nos levaria até ao traçado do Trilho do Pastoreio e à Ponte do Pereira.
Infelizmente, com o gradual abandono das zonas rurais e dos bosques, os velhos caminhos e carreiros que faziam a ligação entre os lugares e aldeias através das florestas vão-se perdendo. Perde-se assim uma memória colectiva e as histórias que definem as comunidades que moldaram o território, agora definido como o Parque Nacional da Peneda-Gerês. E convém nunca esquecer que foram essas comunidades que criaram a paisagem e a razão de ser do nosso único Parque Nacional ao longo de milénios de vivência no território, ora num equilíbrio simbiótico, ora num desequilíbrio que é característico da presença humana marcada com os seus erros que a fez evoluir.
Seguindo o traçado o PR, chegávamos às imediações do Porto da Laje, local escolhido para um já mais do que merecido descanso. A parte final da jornada levou-nos pelas ruínas da aldeia velha do Juriz e do Castelo.
O Castelo é uma elevação que se encontra a pouca distância da aldeia de Pitões das Júnias e que exibe as marcas do que poderá ter sido uma fortificação que existiria há época da aldeia Medieval de Sancti Vincencii de Gerez, referida nas Inquirições Afonsinas de 1258, cuja ocupação se terá desenvolvido durante a Idade Média até inícios da Idade Moderna. A cerca de 1.000 metros para Sudoeste da aldeia de Pitões das Júnias e camuflado por um denso carvalhal encontra-se este povoado. Aqui conservam-se vestígios de cerca de 40 casas de planta quadrangular, construídas com blocos graníticos, alguns toscamente aparelhados. Os arruamentos entre as casas estão também bem conservados, sendo que ainda mantêm o lajeado. O espaçamento entre as casas é de cerca de 3/4 metros, algumas conservam pouco mais de um metro de parede, mas consegue-se imaginar, sem grandes esforços a arquitectura desta aldeia. Os carvalhos vão invadindo, pouco a pouco o interior de cada casa, conferindo a este sítio uma beleza rara. Situa-se na encosta do monte do Castelo, relativamente abrigada e rodeada de linhas de água. Relativamente ao abandono desta aldeia os motivos apontados, como a peste, não passam de meras especulações, pois não temos evidências que o possam comprovar. A poucos metros do povoado e junto à linha de água encontram-se abundantes restos de escória.
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Erguendo-se sobre a Mata do Beredo, o alto denominado "Castelo" guarda as marcas e as memórias da ocupação secular daquelas paragens, mantendo-se em vigia pelas silenciosas ruínas da aldeia medieval de Sancti Vincencii de Gerez.
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Local de passagem para quem demanda a Serra do Gerês nas grandes travessias iniciadas em Pitões das Júnias, a Fonte Entre Paredes é um belo exemplo do antigo património existente no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
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