Desejo um 2010 cheio de prosperidade e sucesso a todos os leitores e amigos deste blogue.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Notas Históricas (CXXXI)
Carris, 30 de Dezembro de 1986
Depois de em Setembro de 1978 a Sociedade das Minas do Gerês Lda. ter reiniciado a reparação da estrada entre a Portela do Homem e o complexo mineiro dos Carris procedendo, segundo os dados escritos à reparação do complexo mineiro e à realização de diversos trabalhos de geologia mineira, nesta data era solicitado o pedido de suspensão da lavra para o ano de 1987 para a concessão mineira do Salto do Lobo pois não estavam previstas a execução de novos investimentos devido à baixa cotação dos minérios de volfrâmio.
Fotografia © Rui C. Barbosa
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Notas Históricas (CXXX)
Carris, 7 de Março de 1957
Este é o relatório dos trabalhos realizados em 1956 na mina do 'Salto do Lobo'.
"Os resultados da exploração durante o ano de 1956 traduziram-se na produção de 121,296 ton. de volframite, 10,945 ton. de mistos com molibdénio, 109,700 ton. de resíduos com volframite e 12,625 ton. de lamas com volframite.
Os trabalhos de lavra decorreram sensivelmente no mesmo ritmo dos do ano anterior: um piso em preparação, um em acabamento e outro em desmonte.
Há, porém, um facto a assinalar: enquanto nos anos anteriores se verificava um certo retraimento no avanço para Norte, em 1956 passou a caminhar-se neste sentido com decisão. Efectivamente, já em 1955, no 4º piso se desenhara um avanço sensível para Norte que não continuou por ser necessário aguardar o andamento da preparação do 5º piso.
Esta nova orientação resultou de uma melhoria considerável na mineralização dos filões naquele sentido, ao contrário do que se havia verificado nos pisos superiores: no 1.º, 2.º e 3.º.
O processo de enchimento tem continuado a efectuar-se na medida das possibilidades que se vão oferecendo.
A mina vai a crescer em profundidade; o 7.º piso está já a 150 m. abaixo da superfície. Impunha-se, por consequência, a necessidade de melhorar a extracção. Estava indicado, para diminuir os transportes, localizar a extracção o mais próximo possível da travessa em flanco da encosta que põe o segundo piso em comunicação com o exterior ao nível da lavaria.
Desta forma, o nível do 2.º piso e a poente do filão, em frente da dita travessa, iniciou-se a prefuração de um poço que já atingiu o 6.º piso. Neste poço vai instalar-se um elevador.
(...)
Junto do Poço Zero, ao nível do 4.º piso, iniciou-se uma travessa de pesquisa para oeste que tem actualmente cerca de 50 metros. Pouco se pode dizer ainda sobre os resultados obtidos, visto que, dada a natureza do jazigo, quase só formado por filetes, se impõe a abertura de um trabalho semelhante noutro local para se poder tirar conclusões.
O sistema de ventiladores nos pisos inferiores tem resolvido satisfatoriamente o problema da ventilação.
A mineralização tem-se mantido em profundidadeem condições satisfatórias.
A concessionária tem continuado a melhorar as suas instalações mineiras, nomeadamente as de força motriz, e as instalações de caracter social a quem tem dedicado sempre a maior atenção.
Eis alguns elementos de caracter estatístico reletivos a eficiências obtidos durante os trabalhos executados em 1956:
Tonelada extraída / homem ....................... 1,12
Furação / marteleiro e por turno .................. 30,63 m.
Metro cúbico avançado por m. de furação ........ 0,201
Metro cúbico avançado / mateleiro / turno ...... 6,170
Explosivos gastos / ton. de tout-venant .......... 0,625 kgs.
Custo de explosivos / ton. de tout-venant ....... 9$99
Furação por barrena ................................ 234 m.
Sobre este último dado covém notar que as barrenas utilizadas são nacionais e suecas (Coromant).
Gerez, 7 de Março de 1957
Director Técnico - Eurico Guilherme Lopez da Silva"
Fotografia © José Rodrigues de Sousa / Rui C. Barbosa
Porta do Campo do Gerês e Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna
Uma sugestão para o primeiro fim de semana de 2010 é a visita à Porta do Campo do Gerês do Parque Nacional da Peneda-Gerês e ao Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna.
A Porta do Campo do Gerês permite-nos conhecer em pormenor os aspectos mais importantes da área do parque nacional incluída no concelho de Terras de Bouro. Está dividida em sete salas temáticas: "História da Terra I", "História da Terra II", "História da Chuva", "História do Bosque", "Território Museu de Montanha", "Sala da Geira" e "Sala Didáctico-Pedagógica". Uma boa sugestão para iniciar 2010.
Por seu lado a 3ª Exposição Etnográfica no Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna permite-nos conhecer melhor a aldeia mártir iundada na Serra do Gerês.
Vilarinho da Furna situava-se entre a Serra Amarela e a Serra do Gerês, perto da confluência do Ribeiro das Furnas com o Rio Homem, rodeado de campos agrículas e hortal. A construção de uma barragem, inaugurada em 14 de Maio de 1972, submergiu a aldeia e quase toda a área agrícula, impondo aos seus habitantes a dispersão para outras localidades, extinguindo-se, assim, um dos últimos núcleos comunitários do país.
A exposição está dividida em seis secções: "Comunitarismo pastoril e agrícula", "Actividades complementares", "A casa de Vilarinho", "Quarto do tear", "Quarto de dormir" e "O fim de Vilarinho da Furna". Uma outra boa sugestão para iniciar 2010.
Fotografias © Câmara Municipal de Terras de Bouro
Postais do Gerês (XXXIII) - Interior da gruta e vista do lago - Parque das Thermas
O antigo Parque das Thermas, actual Parque Tude de Sousa, pretendia proporcionar ao visitante das Caldas do Gerês um contacto com uma Natureza que apesar de estar ali perto, era para muitos uma aventura demasiado arriscada num Portugal onde os desportos de montanha eram uma novidade conhecida de muito poucos.
O Parque das Thermas estava composto de diversões onde os termalistas e turistas do Gerês podiam passar os seus momentos de lazer.
Este postal de princípios do Século XX foi editado pela Union Postale Universelle.
Fotografia © Rui C. Barbosa
Postais do Gerês (XXXII) - Sobre o Pedra Bella (alt. 876 m)
A Pedra Bela é um dos locais mais visitados em toda a Serra do Gerês e motivo ilustrativo para muitos dos postais clássicos de finais do Século XIX e princípios do Século XX. Este exemplar, da Union Postale Universelle, é um belo exemplo disso mesmo. Outros postais mostrando a Pedra Bela foram editados mostrando a paisagem sem a actual protecção existente e com a presença dos naturais e turistas.
Fotografia © Rui C. Barbosa
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Notas Históricas (CXXIX)
Carris, 29 de Dezembro de 1965
A 29 de Dezembro de 1965 a Sociedade das Minas do Gerês Lda. preparava a nomeação de um novo Director Técnico para as suas concessões mineiras após a saída de José Sá Fernandes. Nesta data Virgílio de Brito Murta assinava os termos de responsabilidade para a sua nomeação como Director Técnico das concessões mineiras.
Fotografia © Rui C. Barbosa
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Uma luta que continua...
Está prevista para o próximo dia 23 de Janeiro uma acção de protesto em Braga por parte das gentes do Parque Nacional da Peneda-Gerês em relação ao Plano de Ordenamento do Parque nacional da Peneda-Gerês. Esta acção tem por objectivo chamar "... a atenção do Governo para os erros graves que está a cometer na Peneda Gerês e sobre os seus habitantes, ao desvalorizar e atacar injustamente a acção das gentes que criaram o rico património natural que lhe permitiu a sua classificação como parque nacional em 1971, mas que as sucessivas direcções do PNPG teimam em delapidar."
Por achar que é uma luta da qual todos não se devem por de parte, eu estarei presente nesta acção em apoio àquelas gentes tão prejudicadas nos últimos anos.
O programa e o local da acção ainda está por designar, mas podem saber mais sobre esta acção no blogue do Peneda-Gerês Com Gente.
Dias e Noites de Inverno (III)
S. João do Campo, 28 de Dezembro de 2009
Costuma-se dizer que "...perante factos, não há argumentos" e a noite passada assim o comprovou. Esperava-se uma noite de chuva e vento intensos, e assim foi ao ponto de me pôr a pensar de a minha tenda aguentaria a fúria dos elementos apliada pelo clamor da serra.
Com a possibilidade de acordar a meio da noite no meio de um pequeno charco de água, o sono acabou por ser leve e mal dormido, tendo sempre presente o forte bater da chuva na tenda e o intenso rumor do vento e do riacho que ali passava perto.
A manhã veio com o que parecia ser uma acalmia, mais acabou por ser de pouca duração pois a chuva estava sempre presente.
Perante factos daqueles não havia argumento que valesse para fazer o Trilho da Águia do Sarilhão e a rumagem a Braga foi inevitável.
São assim os dias e as noites de Inverno.
Costuma-se dizer que "...perante factos, não há argumentos" e a noite passada assim o comprovou. Esperava-se uma noite de chuva e vento intensos, e assim foi ao ponto de me pôr a pensar de a minha tenda aguentaria a fúria dos elementos apliada pelo clamor da serra.
Com a possibilidade de acordar a meio da noite no meio de um pequeno charco de água, o sono acabou por ser leve e mal dormido, tendo sempre presente o forte bater da chuva na tenda e o intenso rumor do vento e do riacho que ali passava perto.
A manhã veio com o que parecia ser uma acalmia, mais acabou por ser de pouca duração pois a chuva estava sempre presente.
Perante factos daqueles não havia argumento que valesse para fazer o Trilho da Águia do Sarilhão e a rumagem a Braga foi inevitável.
São assim os dias e as noites de Inverno.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Dias e Noites de Inverno (II)
S. João do Campo, 27 de Dezembro de 2009
As esperanças de conseguirmos fazer o Trilho da Cumeada desvaneceram-se quase por completo depois de aceder a dois sítios de meteorologia (convém sempre confirmar e nunca fiar!!). Apesar de se prever uma manhã sem chuva as previsões para a tarde fizeram com que já ontem tivesse de alterar os planos e decidir-me pelo Trilho das Sombras, o Trilho da Cumeada terá de esperar dias melhores.
Como era de esperar a noite atingiu mínimos de -5,0ºC bem visíveis no exterior das tendas às primeiras luzes da manhã. Para mim o choque de sair do conforto relativo do saco-cama para o exterior não foi muito violento, porém para outros foi um pouco complicado mesmo depois de uma noite mal dormida devido ao frio intenso. A geada nos carros e na paisagem envolvente dava o cenário para o dia que começava.
Atrasados uma hora em relação ao plano inicial, um atraso que por um lado viria a ser benéfico horas mais tarde, rumamos em direcção à Ermida da N.a Sra do Xurés onde já nos esperava o Zé Moreira. Passando na Geira Romana qual não foi o nosso espanto de ver partes da albufeira de Vilarinho das Furnas com gelo, uma indicação das temperaturas baixas que se fizeram sentir na noite anterior. Conduzindo na geira cheia de pequenas crateras, a progressão era necessariamente cuidadosa, bem como no resto do trajecto.
Chegamos então ao local do início da nossa jornada a pé e rumamos em direcção às Sombras. A caminhada, penosa para alguns, demorou pouco mais de 2h30 até às minas. Foi então decidido prosseguir até à Amoreira e aqui tomar-se a decisão de se prosseguir até às Minas dos Carris. Chegados à Amoreira, e com o estado do tempo a piorar a cada minuto que passava, o nosso atraso da manhã pesou na decisão de se regressar. A montanha assim o aconselhava e ela não vai fugir dali, pois outras oportunidades surgirão no novo ano que brevemente começa.
Regressados às Sombras depois de superar as barreiras impostas no trilho pelo gelo que se acumulava, tomamos o nosso almoço e pouco tempo depois eramos surpreendidos por um nevão que certamente transformou novamente a paisagem então encoberta pelas pesadas nuvens que iam descendo.
Iniciamos então o regresso ao ponto de partida e depressa chegavamos aos carros, regressando de seguida a S. João do Campo onde a chuva alterara a paisagem que deixaramos de manhã.
Agora chove intensamente e apesar de não estar tanto frio como na noite anterior, este mantém-se.
São assim, os dias e as noites de Inverno.
As esperanças de conseguirmos fazer o Trilho da Cumeada desvaneceram-se quase por completo depois de aceder a dois sítios de meteorologia (convém sempre confirmar e nunca fiar!!). Apesar de se prever uma manhã sem chuva as previsões para a tarde fizeram com que já ontem tivesse de alterar os planos e decidir-me pelo Trilho das Sombras, o Trilho da Cumeada terá de esperar dias melhores.
Como era de esperar a noite atingiu mínimos de -5,0ºC bem visíveis no exterior das tendas às primeiras luzes da manhã. Para mim o choque de sair do conforto relativo do saco-cama para o exterior não foi muito violento, porém para outros foi um pouco complicado mesmo depois de uma noite mal dormida devido ao frio intenso. A geada nos carros e na paisagem envolvente dava o cenário para o dia que começava.
Atrasados uma hora em relação ao plano inicial, um atraso que por um lado viria a ser benéfico horas mais tarde, rumamos em direcção à Ermida da N.a Sra do Xurés onde já nos esperava o Zé Moreira. Passando na Geira Romana qual não foi o nosso espanto de ver partes da albufeira de Vilarinho das Furnas com gelo, uma indicação das temperaturas baixas que se fizeram sentir na noite anterior. Conduzindo na geira cheia de pequenas crateras, a progressão era necessariamente cuidadosa, bem como no resto do trajecto.
Chegamos então ao local do início da nossa jornada a pé e rumamos em direcção às Sombras. A caminhada, penosa para alguns, demorou pouco mais de 2h30 até às minas. Foi então decidido prosseguir até à Amoreira e aqui tomar-se a decisão de se prosseguir até às Minas dos Carris. Chegados à Amoreira, e com o estado do tempo a piorar a cada minuto que passava, o nosso atraso da manhã pesou na decisão de se regressar. A montanha assim o aconselhava e ela não vai fugir dali, pois outras oportunidades surgirão no novo ano que brevemente começa.
Regressados às Sombras depois de superar as barreiras impostas no trilho pelo gelo que se acumulava, tomamos o nosso almoço e pouco tempo depois eramos surpreendidos por um nevão que certamente transformou novamente a paisagem então encoberta pelas pesadas nuvens que iam descendo.
Iniciamos então o regresso ao ponto de partida e depressa chegavamos aos carros, regressando de seguida a S. João do Campo onde a chuva alterara a paisagem que deixaramos de manhã.
Agora chove intensamente e apesar de não estar tanto frio como na noite anterior, este mantém-se.
São assim, os dias e as noites de Inverno.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Dias e noites de Inverno (I)
S. João do Campo, 26 de Dezembro de 2009
A ver o termómetro a descer até aos 0,8ºC com os últimos raios de Sol faz-nos ter a ânsia de ver a noite fria chegar.
Pode parecer estranho a muitos, mas passar uma noite acampado em pleno Inverno numa das zonas mais frias e húmidas do Parque Nacional da Peneda-Gerês é algo que é quase indiscritível e sem dúvida uma experiência que se recomenda.
A tarde de hoje foi passada a visitar a aldeia de S. João do Campo, o Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas e a Porta do Parque que lhe fica anexa.
O museu que nos recorda as memórias da aldeia mártir de Vilarinho das Furnas é um espaço que nos faz pensar e dá-nos a oportunidade de reflectir entre as pedras que outrora pertenceram à velha aldeia sacrificada sem respeito em nome do progresso. Por outro lado, a Porta do Parque dá-nos a conhecer alguns aspectos da área cercana do PNPG. Por entre painéis informativos e algumas paisagens que nos fazem imaginar na sua presença, é uma exposição simples mas que nos mostra o essencial.
Para amanhã está lançado o grande desafio. O objectivo é percorrer o denominado Trilho da Cumeada que nos levará por alguns dos píncaros raianos do Gerês com a única paisagem do Vale do Alto Homem. Iniciando a caminhada junto do Prado de S. Miguel, iremos passar horas mais tarde pela Amoreira a caminho das galegas Minas das Sombras. Uma caminhada que se iniciará bem cedo e que somente será concretizada se as condições atmosféricas o permitirem, havendo sempre outras alternativas.
A ver o termómetro a descer até aos 0,8ºC com os últimos raios de Sol faz-nos ter a ânsia de ver a noite fria chegar.
Pode parecer estranho a muitos, mas passar uma noite acampado em pleno Inverno numa das zonas mais frias e húmidas do Parque Nacional da Peneda-Gerês é algo que é quase indiscritível e sem dúvida uma experiência que se recomenda.
A tarde de hoje foi passada a visitar a aldeia de S. João do Campo, o Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas e a Porta do Parque que lhe fica anexa.
O museu que nos recorda as memórias da aldeia mártir de Vilarinho das Furnas é um espaço que nos faz pensar e dá-nos a oportunidade de reflectir entre as pedras que outrora pertenceram à velha aldeia sacrificada sem respeito em nome do progresso. Por outro lado, a Porta do Parque dá-nos a conhecer alguns aspectos da área cercana do PNPG. Por entre painéis informativos e algumas paisagens que nos fazem imaginar na sua presença, é uma exposição simples mas que nos mostra o essencial.
Para amanhã está lançado o grande desafio. O objectivo é percorrer o denominado Trilho da Cumeada que nos levará por alguns dos píncaros raianos do Gerês com a única paisagem do Vale do Alto Homem. Iniciando a caminhada junto do Prado de S. Miguel, iremos passar horas mais tarde pela Amoreira a caminho das galegas Minas das Sombras. Uma caminhada que se iniciará bem cedo e que somente será concretizada se as condições atmosféricas o permitirem, havendo sempre outras alternativas.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Carris antigo e a cores...
Carris, anos 70
De facto não sei datar com extrema precisão esta fotografia, mas sabendo que Alexander Andreas Schneider Scherbina, representante da International Mining Corporation, começou a trabalhar nas Minas dos Carris por volta de 1970, facilmente se terá uma noção do importância documental e histórica desta fotografia onde vemos o próprio Scherbina (à direita) e uma outra pessoa não identificada que numa primeira fase pensei tratar-se do guarda 'Serrinha' que permaneceu por mais de vinte anos nas Minas dos Carris, tendo somente abandonado o complexo por volta de 1984 / 1985.
Este é a única fotografia que eu conheço a cores do interior da concessão do Salto do Lobo das Minas dos Carris e provavelmente poderá tratar-se de uma zona inicialmente explorada nos anos 40 do século passado.
E é assim esta a minha prenda de Natal para os leitores do blogue Carris; Boas Festas!!
Fotografia © Eng. Adriano Barros / Rui C. Barbosa
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Festas Felizes e Próspero 2010
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Outros lugares de Carris (CX)
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
O MAI visita o blogue Carris
Carris, analógico - 17 de Outubro de 2009
Carris, 17 de Outubro de 2009
Uma série de fotografias obtidas com uma velha máquina fotográfica analógica com um rolo de vários anos no qual estavam escondidas algumas fotografias não só das Minas dos Carris, mas também de outros locais da Serra do Gerês.
Aqui fica um olhar analógico nas Minas dos Carris...
Fotografias © Rui C. Barbosa
Postais do Gerês (XXXI) - GEREZ - Bica e poços demolidos em 1897
A bica e os poços termais originais das Caldas do Gerês estão retratados neste postal do início do Século XX numa edição da Union Postale Universelle.
Actualmente nas Caldas do Gerês não haverá qualquer vestígio destas construções que na altura eram rudimentares e muito pobres.
Fotografia © Rui C. Barbosa
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Tiros no pé... tiros na nossa paciência
Serra Amarela, 20 de Dezembro de 2009
Quem me conhece saber que faço tudo por jogar com as regras dos jogos que por minha iniciativa participo. É com este princípio que, sabendo o Parque Nacional da Peneda-Gerês regulamentado por um Plano de Ordenamento, peço autorizações para as actividades que realizo no âmbito deste blogue. Tem sido assim nos últimos anos e assim será no futuro... se não me impuserem as famosas taxas, mas esta é outra história...
No entanto, e esta é uma ideia que assombra somente que está por dentro da regras do jogo, fico com a impressão de que por vezes me tomam por uma espécie de palhaço (quase me lembrando da fantástica crónica de Mário Crespo no Jornal de Notícias) ou de um parolo que anda aqui. Pois bem, não gosto de palhaços e quanto ao ser parolo isso depende da forma como cada um nos vê.
Vem isto tudo a propósito de mais uma situação, sim mais uma, que presenciei no dia 20 de Dezembro do ano santo de 2009 a caminho da Louriça na Serra Amarela e em plena Área de Ambiente Natural do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). Como é usual, para a realização desta caminhada enviei o meu pedido ao PNPG indicando a data, trajecto e número de pessoas que iriam participar na caminhada. Em minha opinião, o pedido foi enviado com a devida antecedência (não é que haja um 'prazo legal' para a solicitação destas autorizações) e a carta com a autorização chegou.. hoje. A este assunto voltarei já de seguida...
Estando a caminhar pelo estradão em direcção à Louriça, escutamos o ruído de um motor que se aproximava. Qual não foi o nosso espanto, ou melhor surpresa, ou melhor terá sido mais uma sensação de 'já tardava'... quando passou por nós uma viatura transportando umas quatro ou cinco pessoas, presumivelmente pai, mãe, filhos e filhas, todos contentes e confortáveis no calor do carro em média velocidade em direcção às antenas do Muro. Vamos tentar ver a perspectiva desta família ao fazer aquele trajecto. No início da estrada em direcção ao Muro, pois é assim que a placa indica, encontra-se um sinal de trânsito proibido, logo o simples facto de a viatura já se encontrar naquele lugar implica uma violação grave do código da estrada. Um pouco mais à frente do sinal que referi e já depois de passar pela abandonada pousada da EDP (paga com o dinheiro dos contribuintes à muitos anos e agora em ruínas), encontra-se uma placa do PNPG que indica a entrada na Área de Ambiente Natural onde o trânsito automóvel dos não residentes e não moradores, não é permitido, logo uma segunda violação: mais uma vez ao código da estrada e às regras de um jogo que aquela família inconscientemente não sabia estar a jogar a partir do momento em que transpõe um limite imaginário imposto por aquela placa.
Conseguindo-me colocar na pessoa daquele casal, a minha intenção é visitar uma área protegida e mostrá-la aos seus filhos, no fundo também é para isso que ela existe. Porém, ao fazer isto e de forma consciente sabem que violam regras... ou pelo menos assim o espero.
Entretanto, continuamos a nossa caminhada e comentamos sobre o assunto. Sabemos que se aquilo se passasse do lado espanhol provavelmente seriam interceptados por uma patrulha da Guardia Civil e consequentemente autuados por terem violado várias regras. Do nosso lado, nada aconteceu: durante o dia todo não vimos uma viatura do PNPG, não vimos uma viatura da GNR / SEPNA, não vimos qualquer viatura que nos levasse a crer tratar-se de uma autoridade que pudesse impor as regras do jogo que ali estávamos a 'jogar'.
Posto isto, facilmente se conclui que quem é minimamente sabedor das regras é «punido» pelo palhaço tão bem retratado por Mário Crespo, e quem é ignorante vive feliz e contente pois não faz ideia das palhaçadas feitas por quem governa este Portugal.
Situações destas são verdadeiros «tiros no pé» para o PNPG e tiros na nossa paciência, e esta, ao contrário do que se possa pensar, não tem limites, bem antes pelo contrário!!! Por outro lado, quem dirige o PNPG quem de ter consciência de que não é com o envio dos Guardas da Natureza ou do SEPNA que pode ameaçar quem quer visitar o PNPG. Assim, Ex.mo Sr. Director não nos trate como palhaços...
Para finalizar, deixem-me voltar ao pedido de autorização para esta última caminhada. Como referi anteriormente, enviei o pedido via correio electrónico para esta actividade de forma atempada, isto é no dia 13 de Dezembro. A 18 de Dezembro, e não obtendo resposta até esta data, enviei um novo correio electrónico a perguntar sobre o andamento do mesmo. A resposta a este último email chegou no mesmo dia:
"Já seguiram os ofícios de resposta a ambos os pedidos (a 15 de Dez.).
Noto também que este tipo de pedidos segue um conjunto de procedimentos internos e por isso deverão ser feitos com alguma antecedência. O pedido do dia 20, por exemplo, veio praticamente com apenas uma semana de antecedência.
Os vossos pedidos de autorização não são os únicos, para além de que temos muitos outros assuntos em mão e nem sempre é possível responder de imediato a tudo."
Noto também que este tipo de pedidos segue um conjunto de procedimentos internos e por isso deverão ser feitos com alguma antecedência. O pedido do dia 20, por exemplo, veio praticamente com apenas uma semana de antecedência.
Os vossos pedidos de autorização não são os únicos, para além de que temos muitos outros assuntos em mão e nem sempre é possível responder de imediato a tudo."
Ora bem; certamente que não são os funcionários do PNPG (espero eu!!!) responsáveis pelo '...conjunto de procedimentos internos...' que foram referidos e que certamente levarão o seu tempo, mas esse conjunto de procedimentos, isto é mera porcaria burocrática (para não dizer por outras palavras), não pode servir de justificação ao longo período de tempo necessário à concessão ou não de autorizações para as actividades a serem levadas a cabo no PNPG. E muito menos quando, se baseados no num conjunto de regras, é necessária essa mesma autorização para a realização das actividades em questão.
Assumindo que '...o conjunto de procedimentos internos...' demoram pelo menos dois dias a levar a cabo, depreende-se que as autorizações solicitadas para actividades a realizar num espaço de tempo mais curto, isto é em caso de horas, possam não ser atendidas, o que certamente coloca numa posição incómoda quem as pretende realizar. Levanta-se então a questão do que se passará numa situação em que duas pessoas chegadas às Caldas do Gerês (por ser o exemplo mais fácil) queiram levar a cabo um passeio por uma zona de protecção especial?
Como é óbvio não quero nesta altura julgar o trabalho que é feito pelos funcionários do PNPG, no entanto quem segue as regras do jogo não pode de forma alguma ser prejudicado pela burocracia instalada nos serviços do PNPG. Assim, mais vale fazer como a maioria e pura e simplesmente ignorar as quatro linhas e passar por detrás das balizas, realizando-se as actividades como se o parque nacional não existisse. Porém, e felizmente, não é essa a minha maneira de ser nem de actuar.
Certamente que os pedidos de autorização deste blogue não serão os únicos (mais uma vez, espero eu...) e certamente que terão muitos outros assuntos muito mais importantes para tratar. Mas se se quer ter um serviço de excelência e um exemplo de excelente gestão tão apregoada pela entrada e certificação da Pan Parks, não se pode certamente demorar mais de algumas horas em analisar e conceder, ou não, um simples pedido de autorização para uma simples caminhada por um estradão.
Fotografias © Rui C. Barbosa
Notas Históricas (CXXVIII)
Carris, 21 de Dezembro de 1965
Nesta data José de Sá Fernandes apresentava a sua demissão como Director Técnico das concessões mineiras do Salto do Lobo, Lamalonga n.º 1, Corga das Negras I e Castanheiro, todas pertencentes à Sociedade das Minas do Gerês, Lda.
José de Sá Fernandes envia também uma carta à Sociedade das MInas do Gerês, Lda. na qual solicita o pagamento dos seus honorários em atraso desde Junho de 1963, totalizando 15.500$00.
Fotografias © Rui C. Barbosa
Notas Históricas (CXXVII)
Carris, 19 de Dezembro de 1950
Nesta data é dado o parecer favorável ao pedido de homologação da transmissão da mina do Salto do Lobo entre a Sociedade Mineira dos Castelos Lda. e a Sociedade das Minas do Gerês Lda.
A 17 de Dezembro de 1953 é emitido o despacho ministerial que aprova os edifícios mineiros da mina do Salto do Lobo, alguns dos quais já estava construídos. A aprovação das instalações mineiras é feita a 19 de Dezembro de 1953.
Fotografia © Rui C. Barbosa
domingo, 20 de dezembro de 2009
Serra Amarela - Louriça / Muro
Louriça / Muro, 20 de Dezembro de 2009
Que melhor forma de nos despedirmos do Outono senão fazendo uma caminhada no Parque Nacional da Peneda-Gerês com uma boa companhia?
A ideia era simples: seguir o estradão entre o Lindoso e as antenas dos retransmissões do Muro que estão na Louriça. Um dia marcado pelo muito frio e pela forte geada na estrada que tornava a condução mais cautelosa do que o costume. Assim, e mais uma vez com a devida autorização por parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês pois a caminhada ia entrar em Área de Ambiente natural, fomos chegados ao Lindoso e a primeira tarefa foi a de tentar encontrar um café aberto para uma bebina quente aquecer a alma. Depois, começamos a nossa jornada passando pela aldeia do Lindoso em procura que um caminho que nos levasse ao estradão. Por entre algumas voltas, algumas passagens por cancelas que ficaram fechadas e por saltar velhas vedações, acabamos por atingir o estradão já muito perto da antiga e miseravelmente abandonada Pousada de Juventude do Lindoso em Porto Chão, posteriormente ocupada pela Quercus (penso eu). Agora, é utilizada como estábulo e o seu estado é ruinosamente lastimável.
O estradão prossegue ao lado da Cumieira e em direcção a Travanquinha depois de passar por um bem conservado abrigo de montanha. Passando ao lado a Fulgueirinha e da Mijaceira, com uma paisagem soberba sobre o Vale do Lima, seguimos em direcção da Lomda da Casa e depois da Frieira, parando no entanto várias vezes para apreciar a selvagem Mata do Cabril, o Porto de Insua e a Costa de Casal Covo. O estradão desce ligeiramente quando passa ao lado do Alto do Corisco e da Louriça 1º, antigo posto de vigia em ruínas. Depois de vencer o topo da Mata Redonda e da Chã da Fonte, passando ao lado da Sonhe, somos finalmente chegados à Louriça.
A paisagem era magnífica com o olhar a abarcar as alturas da Serra do Gerês e a imponência do vale glaciar do Homem. A vista varria os picos serranos parando aqui e ali para uma silênciosa contemplação; Nevosa, Borrageira, Pé de Cabril.
Depois de um reconfortante almoço e de uma curta sessão fotográfica, regressamos ao Lindoso. pelo caminho observamos o triste espectáculo da caça em plano Parque Nacional.
Fotografia © Rui C. Barbosa
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