sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Nas Minas dos Carris, um silêncio quase profundo...


Nos anos 50, e durante quase a maior parte do seu período de laboração, as Minas dos Carris eram um local onde o silêncio seria quase inexistente. De um local isolado e ermo, Carris tornara-se numa pequena aldeia mineira fervilhante de vida.

A trabalhar em dois turnos intercalados com intervalos para se poder «fazer fogo» nas galerias, o burburinho dos homens deveria preencher os espaços por entre as penedias e tornar a noite num constante ribombar surdo de máquinas, geradores e trabalhos mineiros. Ao fim e ao cabo, a mina tinha de dar o seu lucro a todo o custo...

Porém, haveria certamente aqueles momentos de silêncio, um silêncio quase profundo onde até se pode escutar o vento nas noites de Verão mais calmas e amenas. Seria uma sensação única verdadeiramente sentir aquele silêncio. Seria como sair para um alpendre e olhar para as estrelas depois de uma tempestade.

Fotografia: © José Afonso Duarte

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