sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Trilhos seculares - A Costa de Bargiela

 


Percorrer a Costa de Bargiela (Varziela) é caminhar no passado das florestas nacionais, é caminhar pelos sons e cheiros do bosque, é caminhar com todos os sentidos em alerta na busca do restolhar de um animal por entre a folhagem.

A Costa de Bargiela eleva-se por entre o arvoredo da Mata de Albergaria, Serra do Gerês, e do seu alto leva-nos às paisagens das vertentes da Serra Amarela e da Serra do Gerês.

Há vários anos este percurso havia sido limpo por uma iniciativa de prevenção de silvicultura efetuada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Desde então, os carreiros vão desaparecendo por entre a vegetação que se vai tornando densa e em alguns locais, para o caminhante mais distraído e mesmo com a ajuda do GPS, pode-se tornar complicada a passagem.

O percurso inicia-se junto sobre a Ponte do Rio Maceira nos Viveiros das Trutas em Albergaria. O velho caminho florestal aberto no período dos Serviços Florestais, vai ganhando altitude dançando na vertente da encosta. Abandonando por momentos o arvoredo, o nosso horizonte vai-se expandir até às encostas de Calvos e aos altos da Louriça, Chã de Touro e Eiras - por um lado - levando-nos também às escarpas das Albas, Pé de Medela e Corneda.

Prosseguindo na direcção da Chã de Bargiela (Curral de Bargiela) com o seu abrigo pastoril alagado, temos a opção de baixar pela Encosta de Bemposta (Curral Velho e Colado Seco) até à estrada entre a Portela de Leonte e Portela do Homem, ou prosseguir o carreiro seguindo a velhas mariolas que nos levarão pelos terrenos do Mourinho (Manga do Mourinho, Cancelo) até chegar à Portela do Confurco e daqui baixar para a estrada quer seja pelo caminho florestal em direcção a Norte ou em direcção à Portela de Leonte, regressando depois pela estrada ao ponto de partida.

No regresso tive o primeiro vislumbre da magnífica transformação da Mata de Albergaria que se vai despindo das suas cores de Verão para vestir as quentes cores de Outono.
















Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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