quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Novidades sobre a Portaria 1245 - A insustentável leveza do ridículo

Para quem pensa que o funcionalismo ICNB está cheio de boas intenções quando nos diz que a Portaria 1245/2009 irá ser revista, penso que bastará ler a carta que foi endereçada a um agrupamento de escuteiros de Braga em resposta a um pedido de autorização para a realização de actividades escutistas dentro da área do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Antes de lerem a carta convém lembrar que existe uma obrigatoriedade no pedido de autorização para a realização destas actividades e que no passado grupos de escuteiros já foram autuados por não terem feito tal pedido e não terem em consequência a autorização...

Confesso que ao escrever esta entrada no blogue encontro uma certa dificuldade para classificar esta missiva de tão profundamente... ridícula.

Como analisar esta carta? Comecemos pelo teor com a qual a mesma é escrita. É notável o seu tom ameaçador e intimidatório para com uma associação sem fins lucrativos e com objectivos bem definidos e reconhecidos a nível internacional. Desta forma se vê a pura perversidade de toda uma portaria que não olha a meios e a todos afecta. Por outro lado, é exemplificativo do tipo de atitude autoritária e ditatorial com que os organismos públicos querem submeter toda a sociedade, isto é na base da pura ameaça judicial e com tons que este país certamente já havia esquecido. É notório o recesso cheiro a Estado Novo neste escritos.

Ameaçar uma associação, independentemente de ser uma associação escutista, com um processo judicial pela falta de pagamento quando esta tem pela primeira vez um contacto oficial com as novas regras impostas pelo ICNB, é no mínimo uma falta de decoro irresponsável, e uma falta de ética e de respeito nunca vista em Portugal. Isto é o simples "...ou pagas, ou comes!" bem típico de uma atitude mafiosa à qual não estamos habituados.

Por outro lado, esta carta vem demonstrar a forma diferencial como o ICNB trata diferentes entidades; avisando umas de que se realmente desejar o parecer terá de pagar a taxa imposta, e a outras fazendo primeiro o serviço e apresentando a conta depois sob uma ameaça inexplicável. Como é que isto é possível?

Para aquelas pessoas que pensam que uma manifestação com sete «palhaços», como já alguém fez notar, no dia 12 de Dezembro será uma demonstração de estamos verdadeiramente descontentes com o andar deste processo, enganam-se redondamente. A fraca adesão a esta marcha irá mostrar a estes senhores que na realidade têm razão e ficar-se-ão a rir.

Esta é a altura para nos unirmos e deixar de parte as nossas preferências associativas e as nossas mesquinhices. Temos acima de tudo de ser cidadãos descontentes com este rumo e exigir a revogação pura e simples desta Portaria que não olha a meios de conseguir um financiamento para tapar os erros feitos por gestores e políticos medíocres que se renegam de olhar para lá dos gabinetes e sentir o que se passa para lá das paredes pálidas.

Ousar Lutar! Ousar Vencer!

30 comentários:

ONDA VERDE disse...

concordo na totalidade com este texto.
Não dão a hipotese se quer da instituição, já não querer fazer a actividade ? e por isso não pagar ?
Esta Portaria foi feita por algum estagiário incompetente, igualar Montanhismo a actividades motorizadas, a pirotecnia e competições desportivas...é de rir ou chorar...tal é o absurdo.
A pro´pria lei 142/09 tem tantas contradições,e paragrafos absurdos que parece que ninguém a leu a não ser quem a fez.
Serafim Silva

MEDRONHO disse...

com esta carta, espero que os ESCUTEIROS tb se unam a esta causa, e apareçam no dia 12 em Braga.


a UNIÃO faz a força!


p.s.: presumo que seria boa ideia (re)enviar esta carta ao centro de escutismo de Portugal...e quiça internacional para verem o que se passa por aqui...

Tiago disse...

Completamente rídiculo... N há m palavras.... Espero mesmo que isto volte atrás.

MEDRONHO disse...

surpresa!?!?

http://apgvn.blogspot.com/2009/12/montanhistas-do-geres-protestam-contra.html

Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza

DuK disse...

O Rui tem muita razão quando se esforça para esta manifestação tenha impacto. De qualquer forma, há uma questão muito importante que gostaria aqui de colocar:
Vamos nos manifestar todos com o mesmo objectivo?

Eu explico: Eu não concordo com a abertura anarquica do parque, não concordo com taxas, mas concordo que se faça controlo sobre quem lá caminha e onde caminha e quantos caminham. Já sei que se coloca a quastão da fiscalização e quem controla isso, etc. É facil, controlam os mesmos que vão controlar quem lá anda sem autorização e os mesmos que andarão com o livrinho de multas...
A liberalização de caminhadas no PNPG só vai favorecer as empresas de turismo, essas sim deveriam pagar uma taxa por terem lucros num espaço que pertence a todos!

A minha participação nessa marcha, assim como do grupo onde estou inserido, está pendente desse esclarecimento, o que vamos protestar no dia 12/12 em Braga?

Se vamos protestar para termos um PNPG aberto anarquicamente aos autores de pinturas rupestres, aos "paraquedistas" dos piqueniques, aos maratonistas de montanha e aos que exploram monetariamente quem os acompanha, eu não estou disponivel e critico essa marcha!!

Como opinião pessoal, dentro da zona de proteção total, defendo que se deva controlar quem lá vai, quando vai e quantos vão. Isto porque infelizmente não existe uma cultura social proxima à Natureza, que se chama-se educação! Por isso mesmo não podemos equiparar a situação do PNPG aos outros parques europeus onde não é preciso criar determinadas regras pois as pessoas já as têm, normalmente apelidado de civismo.
Cá não há, desculpem que eu gosto muito do meu pais, mas não há! E como não há tem de haver regras!

Regras essas que têm obrigatoriamente de proteger fauna, flora, gentes locais, etc

Jorge Nogueira disse...

Olá Rui,

Estou como o Serafim, concordo em absoluto com o que escreves neste post.

Abraço

Anónimo disse...

concordo em não se ter que pagar esta taxa ridicula e absurda! mas sinceramente não entendo onde na carta se encontra um tom ameaçador e intimidatorio!!

é uma carta a informar os procedimentos e as consequências se tal não for feito!!nada mais!

numa linguagem tecnica e profissional, provavelmente será um texto automatico e já pre formatado!

provavelmente toda gente que pedir esta autorização irá receber este texto!!

Rui C. Barbosa disse...

Caro Duk,

A ideia da marcha surgiu para protestar contra a Portaria 1245/2009. Como deves compreender não está no meu poder, e nem deve estar, controlar as diversas razões pelas quais as pessoas podem comparecer e protestar. Sublinho que a marcha foi convocada para protestar contra a portaria referida.

Dou-te porém a minha opinião pessoal em relação à questão que colocar, o que não deve ser novidade para ti. O PNPG não deve ser anarquicamente aberto a todos e sem dúvida que deve existir um controlo sobre quem lá, quando lá vai e como lá vai. Sempre foi essa a minha opinião quanto mais não seja por uma simples questão de segurança das próprias pessoas que lá se deslocam. Obviamente que um parque nacional aberto de forma anarquica só tem uma saída e essa saída é o seu fim, puro e simples.

A leitura deste blogue dá uma ideia da opinião do seu autor ao longo dos últimos três anos (que é a mesma que teve desde sempre). Essa opinião não mudou e penso que isso responde aos teus receios, agora não coloquem nas minhas costas a responsabilidade sobre a opinião que outras pessoas ou outros grupos possam ter necessariamente distinta da minha.

Assim, espero encontrar-te em Braga no dia 12 pois cada vez mais é necessário ousar lutar e acima de tudo ousar vencer!

Um abraço!

Rui C. Barbosa disse...

O facto de ser um texto técnico e profissional não lhe vem em nada retirar o tom intimidatório com o qual está escrito.

Anónimo disse...

continuo a dizer que não concordo nem nunca vou concordar com esta portaria!!

mas a carta simplesmente explica as consequências se os procedimentos não forem cumpridos!!nada mais!!

é como a alertar para o que pode vir a acontecer!!é informativo!!não intimidatorio!!

mas esta é a minha opinião....

Nuno Pimenta

Anónimo disse...

agora a parte de ainda acrescer aos 200 euros as horas dispendidas e km percorridos para a elaboração dessa autorização...isto sim é de uma ridicularidade imensa...!!

200 euros mais extras do processo de autorização?! devem ter um macaco a lançar estas portarias!

será que estamos num pais de gente so rica e capitalistas? que toda a gente tem dinheiro para pagar estas taxas ridiculas e que não cabem na cabeça de ninguem!!

os capitalistas vao com os seus iates para o alto mar... não ão para o geres fazer caminhadas e etc..

Sherpa disse...

Boas tardes,

Eu, se não houver impedimentos de ultima hora, participarei na "manifestação" ... mas por falar em manifestação, foi pedida autorização para tal ao Governo Civil? Acho que não é difícil e nem deve ter problemas em ser deferido o pedido... não sei é se ainda vai a tempo, ... caso não tenha já sido feito o pedido.

Não concordo com a portaria, não concordo com o "abrir" o parque .... mas não são os montanhistas, que põe em causa o equilíbrio natural do mesmo.

(para tudo há limites, mas também deverá haver limites para os limites;-) )

Jorge Cunha

Rui C. Barbosa disse...

A questão da autorização do G. Civil está a ser tratada.

Um abraço!

DuK disse...

Caro Rui, de forma alguma o meu comentario quis "carregar" nas tuas costas a responsabilidade das opiniões de outros e é evidente que sei qual a tua opinião que em pouco deve diferir da minha.

A minha pergunta só pretende ver esclarecidadas algumas coisas:
Não será esta marcha precipitada? Pois a protestar, deveria-se protestar não só contra a portaria mas contra todo o rumo que o PNPG está a levar. Não seria de todo perda de tempo que esta malta falasse antes de agir, até porque há muitas condicionantes e muitas propostas a fazer. Defendo que ao efectuar a manifestação, a mesma deva ser acompanhada de um documento em que se explica o que se pretende e neste momento o que se pode escrever nesse documento? Não queremos taxas no Geres...? Isso não basta e desvaloriza o protesto alem que pode condicionar e descredibilizar acçoes futuras...
Não vamos estar todos do mesmo lado nessa manifestção, é apenas isso que quero dizer.

Na minha humilde opinião, o protesto deveria ser mais abrangente do que protestar contra as taxas, mas para isso temos de estar todos do mesmo lado e defender as mesmas coisas.

Não quero com isto responsabilizar o Rui seja do que for, queria so que se meditasse sobre isso...

Será que mais vale um protesto mais objectivo e fundamentado nem que para isso seja necessario adiar a manifestação? Em alternativa temos uma marcha que é pouco objectiva e que pode estragar planos futuros...

Mais uma vez realço que não estou a criticar a atitude do Rui, que desde já louvo como um dos poucos, senão mesmo o unico que teve ate agora capacidade de levantar problemas concretos e de se fazer ouvir além da blogosfera.

Concluindo: Estou contigo, mas infelizmente se calhar só contigo...

Jorge disse...

Meus caros, é com muita pena minha que não posso estar presente...

Concordo com o aqui exposto, visto que eu próprio sou um caminhante por natureza, a minha foto de perfil é no Gerês, nos penhascos perto das minas abandonadas do Borrageiro.

A portaria em questão é uma amalgama de incoerências, só um mentecapto pode ter produzido tal documento que foi assinado pela responsável sem o ter lido... como acontece muito, infelizmente, neste nosso cantinho.

Na minha ultima expedição, juntei 24 elementos que dividi em 2 Grupos, e para os quais obtive, GRATUITAMENTE a respectiva licença junto dos serviços do INCB, mesmo assim o meu grupo foi abordado por 2 elementos do corpo de guardas da natureza... quem acha que eles não andam lá, desenganem-se, andam mesmo. Estava-mos devidamente licenciados, falamos um pouco com os Srs e seguimos o nosso caminho.

Gerês Livre, mas com regras, é o que defendo, para isso, apoio incondicionalmente esta marcha bem como a petição que segue on-line.

Um bem aja ao Rui Barbosa pelo seu esforço contra este atentado ao Gerês.

Jorge Ferreira

Anónimo disse...

Ministra suspende portaria

http://www.publico.clix.pt/Sociedade/ministra-suspende-aumento-das-taxas-cobradas-pelo-instituto-da-conservacao-da-natureza_1412498?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29

Sherpa disse...

http://www.publico.clix.pt/Sociedade/ministra-suspende-aumento-das-taxas-cobradas-pelo-instituto-da-conservacao-da-natureza_1412498?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29


Boas noticias .. por enquanto (?)

Anónimo disse...

isto quer dizer que pelo menos durante os proximos 90 dias não nos temos de preocupar com nada se formos para o geres praticar o que tanto gostamos?

Sapador disse...

Boa tarde

A propósito da carta do ICNB, da portaria e da marcha, deixo aqui algumas achegas:

Em relação à carta, esta é de facto uma carta a informar os procedimentos e as consequências se tal não for feito, numa linguagem técnica e profissional mas sem deixar aberta a possibilidade da não realização da actividade, devido aos custos de associados.

Ou melhor, a portaria entrou em vigor em 13 de Outubro deste ano e seria aceitável o não conhecimento da mesma. O ICNB, como serviço público que é, deveria primeiro informar da mesma e seus custos associados, assim como dar um prazo para a entidade poder escolher pela realização ou não da actividade,

Esta falta de “chá”, por parte de um instituto público como o ICNB, é que é de facto intimidatória e ditatorial. Não deixam opção! Imaginemos que os escuteiros por falta de poder financeiro para o dito pagamento não realizam a actividade em questão, a taxa já ninguém lhes tira (segundo a carta), pois após os 10 dias entra em execução fiscal.

Agora, em relação a aplicação da portaria: acham que a GNR vai andar de bloco de multas na mão, nos dias de verão, nas zonas das lagoas do rio Homem a passar multas por falta de autorização para a prática de actividades de turismo, visitação e desporto às centenas de Zé-povinho que lá se vão encontrar?? E ainda a passar outra multa para aqueles que deliberadamente deixam a zona cheia de lixo dos seus picnic’s?!?…….

Será que vai haver o mesmo peso e a mesma medida entre os que respeitam a montanha e realizam actividades como pedestrianismo, montanhismo, canyoning, entre outras, e aqueles que simplesmente vão ao Geres como vão a um parque da cidade fazer um picnic ou a um shopping quando está a chover só para saírem de casa???

Quanto à marcha espero que tenha uma adesão significativa. Sem poder, neste momento, confirmar a minha presença, estou a tentar organizar-me profissionalmente mas só nas vésperas poderei confirmar.

Saudações Montanheiras

André Monteiro

Rui C. Barbosa disse...

Vamos lá entender uma coisa... Esta portaria estabelece as taxas a pagar pelos serviços prestados pelo ICNB. As taxas não pagavam as autorizações, isto é não é o simples facto de se fazer um pagamento que dava direito a uma autorização para fazer a caminhada.

O que a lei diz é que se deve pedir autorização a quem gere as áreas protegidas para serem levadas a cabo as diferentes actividades. São coisas distintas.

A suspensão da portaria não implica que agora se pode caminhar livremente pelo parque nacional ou por qualquer outra área protegida, pois dependendo das zonas são sempre necessárias as respectivas autorizações.

Anónimo disse...

Rui!vamos la ver uma coisa!

antes desta poraria entrar em vigor quantas vezes pediste autorização para fazer caminhadas no geres?

Rui C. Barbosa disse...

Com essa tua pergunta vejo que nunca fizeste uma caminhada comigo, pois quem caminha comigo sabe que eu peço sempre autorização para realizar as caminhadas no PNPG. Não é que me sinta obrigado a tal, mas vem ter comigo antes da marcha do dia 12 de Dezembro e terei todo o gosto em te mostrar alguns dos pedidos e as respectivas autorizações por parte do ICNB.

Aliás, uma visita a entradas anteriores neste blogue mostram que as actividades são sempre autorizadas pelo ICNB.

Um abraço!

Anónimo disse...

Rui!

foi uma pergunta, não uma afirmação nem nehum tipo de acusação! até porque dizendo que pedes eu não duvido

mas mesmo quando vais sozinho ou com poucas pessoas pedes autorização?sei que quando organizas certas actividades com bastantes participantes ex: a limpeza em carris etc... pedes autorização!

é que eu muito sinceramente nunca pedi, talvez pelo facto que ou vou sozinho ou acompanhado de outra pessoa!

será que até em trilhos amologados é preciso pedir a dita autorização?é que se ele esta sinalizado como trilho parti do principio que ja estaria dada a tal "autorização"

ja agora!qual o processo que costumas fazer para pedir a dita autorização?

Rui C. Barbosa disse...

Por norma, e por forma a obter a autorização, nunca organizo actividades com mais de 10 pessoas. É este o meu número limite. As minhas caminhadas são sempre programadas e como tal peço sempre autorização. As vezes que vou sozinho inserem-se nos trabalhos de investigação sobre a exploração mineira na Serra do Gerês em continuação dos trabalhos iniciados neste blogue e não só.

Para os trilhos homologados não é necessária a autorização, se bem que no início desta polémica haveria indicações de que até mesmo estes teriam de ser taxados!

O pedido de autorização é muito simples. Deve ser enviado para o PNPG (caso a actividade seja lá) e deve-se indicar a data da actividade, hora de início, número de pessoas e trajecto a percorrer. Vejo isto mais como uma salvaguarda da segurança de quem perticipa e para dizer a quem gere que há pessoas naquelas zonas o que pode ser uma grande ajuda para o caso de ocorrência de algum acidente.

MEDRONHO disse...

....e continuo a não entender o terno "regular" quem entra no PNPG
(ou melhor...entendo, mas achava melhor mts dos que vão pro gerês fossem "caminhar" para espanha, frança, suiça, marrocos.....E viam o que por lá se faz), enfim!

"nós" mt gostamos de "regras" e de alguém que nos oriente. sina!??!


VIVA a LIBERDADE!

p.s.: azar meu(?!?!) raramente encontro caminheiros no PNPG. para quê criar fantasmas?!?!

DuK disse...

Pois tenho de discordar caro Medronho e passo a citar passagens da legislação espanhola referente ao parque dos Picos de Europa já que um dos exemplos citados é ESpanha, mas há muitos mais:

"Posibilitar que una amplia porción del parque nacional pueda ser libremente visitada.
· Adecuar el número de visitantes a la capacidad de acogida en cada área y época.
· Ordenar aquellas áreas de uso especialmente intensivo por parte de los visitantes.
· Establecer una red de centros de visitantes como lugar referente desde donde iniciar
una visita.
· Complementar la red de centros con un conjunto de puntos informativos de atención
directa al público.
· Organizar una red de senderos autoguiados así como un servicio estival de guías en
los mismos.
· Minimizar la libre circulación en vehículos particulares incentivando el transporte
público.
."

O parque também se reserva ao direito de permitir caminhadas em certos sitios desde que o caminhante não abandone o caminho.

Esta citação serve também para mostrar como se "regula" a entrada das pessoas no parque sendo que se dimuniu as entradas criando portas informativas e que permitem o inicio da visita, onde se pede aos visitantes que informem para onde vão e quantos vão e no caso de ser uma zona já muito preenchida os mesmo são aconselhados a procurar outros percursos.

Não é necessario proibir, é apenas necessario fazer cumprir, direccionar, educar e aconselhar os visitantes.

Isto é o normal em qualquer parque nacional espalhado pelo mundo e se em muitos locais não é cumprido é porque as populações já tem um bom sentido civico, agora que as regras existem, não há duvidas!

Muito aqui se tem falado de permissões para caminhar e fazer montanhismo, etc mas o verdadeiro problema é a falta de informação que as pessoas tem quando o visitam e danificam aquilo que não sabem sequer o que é, muitas vezes so por puro desconhecimento. Imagino uma qualquer familia a fazer um piquenique e a ver um Lirio do Geres e leva-lo para casa para pôr na jarra... muito importante é saber o que isso é, saber que é uma coisa rara e valiosa,se as pessoas tivessem essa informação, pensavam duas vezes. Infelizmente muitos dos "assiduos" das caminhadas do Geres não sabem o que calcam e para isso não e preciso ser biologo, basta saber quais são as grandes virtudes de fauna e flora que o PNPG tem, há fotos na net, é basico!

Por isso esta discussão é muito mais ampla do que liberdade para caminhar ou regras.

Relativamente aos poucos caminheiros que são vistos no Geres, até acredito, mas não acredito que o Medronho deixe de reparar nos papeis de chocolates Nestle, ou mesmo nos papeis das barras energeticas da Decathlon que se vão encontrando ao longo dos trilhos...

Se o PNPG for aberto indiscriminadamente, com taxas ou sem taxas, podem ter a certeza que daqui a 10 anos aquilo não passa de um grande aglomerado de granito e lixo!! É aí que querem caminhar??

Preto disse...

"Se o PNPG for aberto indiscriminadamente, com taxas ou sem taxas, podem ter a certeza que daqui a 10 anos aquilo não passa de um grande aglomerado de granito e lixo!! É aí que querem caminhar??”

O Parque está aberto indiscriminadamente desde que existe e não é por isso que (salvo as excepções 'veraneantes') é um aglomerado de lixo. A verdade é que, quer o pedido de autorização quer o pagamento da taxa, não resolvem nada. Não é pelo facto de a actividade ser autorizada que os imbecis do costume vão deixar de pintar mariolas e paredes, deixar chiclets puriscas e plásticos, arrancar flores, etc., etc.
Aliás, provavelmente alguns até se sentirão, depois de pagar a taxa, legitimados para deixar lixo já que pagaram e vão querer exigir direitos (como o direito de alguém limpar o lixo deles)... Ah, deixem-me também dizer que não aceito/compreendo o argumento dos biólogos relativamente às ZPT's. Quando falamos de grupos controlados de pessoas (a questão da carga) não vejo em que é que caminhar em trilhos que já existem (os caminhos de pé posto estão lá!) possa prejudicar fauna ou flora. Haja bom-senso.
Devo ainda dizer que me deixa algo triste a posição dos habitantes do Parque (pnpgcomgente) relativamente a estas matérias. Parece-me existir uma atitude demasiado hostil para com os praticantes de montanha que são vistos e referidos como ‘turistas’ e ‘forasteiros’ como se fossem a fonte de todo o mal…
Preferiria, sempre, um parque livre e aberto! Mas já todos vimos que ano após ano se repetem algumas barbaridades por parte de algumas bestas. Assim, vejo como possível, uma de duas soluções:
1- na óptica de financiamento do ICBN e do PNPG, criar um sistema de registo dos caminhantes/caminhadas com pagamento de uma taxa simbólica (moderadora?). Isto permitiria controlar a ‘carga’ em determinados percursos e garantir também a segurança de quem caminha pois, em caso de alguma fatalidade, saber-se-ia quem anda por onde. As estruturas já existem (Portas do parque). A dificuldade seria garantir horários de funcionamento compatíveis com os horários de chegada dos praticantes ao Parque…
2- a segunda hipótese, a mais lógica em minha opinião, seria criar um sistema de ‘acreditação’ de caminhantes no PNPG. Seria diferente da carta de montanheiro e específica ao PNPG (porque não sendo o único Parque Nacional?). Aí sim o pagamento de uma taxa maior e a obrigatoriedade de frequência de aulas/sessões onde fossem abordadas questões específicas que permitissem o conhecimento do ecossistema do Parque que pudessem garantir (minimamente) atitudes de preservação.
Esta ‘licença’ teria uma validade ampla (3anos?) e os seus detentores poderiam caminhar livremente no Parque.
Não me parece que esta solução agrade ao ICBN pois esgotaria rapidamente a fonte de rendimentos depois de emitidas licenças a algumas dezenas de montanheiros.


Abraço

Rui Martins

MEDRONHO disse...

O civismo passa por cada um demonstrar. no UPB há "regras" (não imposta, claro!) comportamentais em relação ao lixo. E até posso salientar que por várias vezes fizemos recolha de lixo, ex: castro laboreiro, gerês, xurés.... (podem ver as fotos)
Há lixo no Conho?!?! há. quem é que pra lá leva!?!? os picniqueiros?!? hummm não acredito. os montanheiros?!? humm não acredito.
Este ano o UPB fez parte da "limpeza" de um PNPG mais limpo, e limpamos a zona da Pedra Bela até ao Arado...vê (no blogue) a quantidade de lixo que apanhamos. E garanto-te que não foram os montanheiros. O mesmo se passou junto às cascatas da Portela do Homem. são esses os sítios de maior afluência de gente nos meses de Verão. Para não falar nas bermas da estrada até à Pedra Bela, uma lastima. Passam de carro e atiram TODO o lixo pro chão - falta de civismo (colectivo).
Pagar para atravessar a Mata da Albergaria nos meses de Junho a Setembro!?? sou contra. Não resolve o problema das enchentes, nem do lixo; E é a portagem mais cara do país (para andar só 6km, e sem alternativa para chegar a Espanha).
A ideia de que temos que PAGAR tudo, e temos que ser orientados não é no meu ponto de vista um bom principio... Não é com imposições, muito menos com taxas que vamos a algum lado. Quero ter liberdade de movimentação, quer seja na serra, quer no parque da cidade do Porto.

NOTA: Picos da Europa. sempre que lá vou nunca vi entraves para caminhar, até pelo contrário (postos de turismo - até oferecem guias grátis em certas localidades). Quem for percorrer o trilho do Cares, vê que anda por lá mtª, mtª gente...mas não é proíbido. Para não falar no teleférico da Fonte Dé, e no funicular de Bulnes....
Agora o que aconselham, e mt bem, são nos dias de Inverno (e quiça todo o ano). Há zonas mt perigosas...
Saliento que todos os anos há mortes e mts resgates nos Picos da Europa (Pirinéus, Alpes), e no entanto nunca fecharam o Parque.
Agora vejam a atitude de mts do que aconteceu no ano passado na Nevosa...
(culturas comportamentais de montanha mt diferentes. é a vida)



abraço

"as montanhas são de TODOS, e não são de ninguém"
(vai ser o banner do UPB para o dia 12)

MEDRONHO disse...

100% de acordo com o Rui Martins

Dar formação a (futuros) guias de associações/clubes e a grupos anónimos com certificação acho boa ideia. Além de que tb faziam o papel de vigilantes do PNPG (ou outro...)

Acho que devíamos sugerir esta (boa) iniciativa.

DuK disse...

Caro Sr. Preto (desculpe que não sei a quem me refiro),
Quando diz:

"O Parque está aberto indiscriminadamente desde que existe e não é por isso que (salvo as excepções 'veraneantes') é um aglomerado de lixo." é uma grande verdade mas quem lhe contrapõem esta afirmação é a alcateia de lobos que raramente atravessa a fronteira, são so corços que habitualmente se passeavam no curral de S. João e agora ninguém os vê, a propria mata de Albergaria também lhe pode explicar a quantidade de "habitantes" que perdeu e este mesmo blog onde escrevemos com as suas acções de limpeza (pelos vistos encheram sacos e sacos de lixo).

Relativamente as seus pontos 1 e 2 qualquer um deles seria ouro sobre azul exceptuando as taxas pois eu já as pago todos os anos nos meus impostos e penso que o meu caro também fará o mesmo!

Caro Medronho, quando dizes "Há lixo no Conho?!?! há. quem é que pra lá leva!?!? os picniqueiros?!? hummm não acredito. os montanheiros?!? humm não acredito." Então como foi ele lá parar? Fui eu? Posso garantir que não! Foi o Medronho? Também acho que posso garantir que não! Então quem foi? E o lixo dos Carris que vcs apanharam? Não foi o vento de certeza.
O Medronho parece que se defende no seu comentario, coisa que não percebo pois não foste acusado de nada nem o grupo que representas.

Relativamente ao desfiladeiro de Cares, há que pôr as coisas no seu lugar, o mesmo não se encontra na zona de proteção total dos Picos e quanto mais não seja pelas suas caracteristicas impares (desfiladeiro com escarpas a pique e com um caminho recortado nas mesmas) não me parece um bom exemplo pois não é habitualmente zona de fauna e a flora não cresce na pedra.

E ninguem falou em proibir, mas sim condicionar. E se as vezes é necessario proibir por haver mais altos valores que se levantam, pois assim seja! É o que acontece na estrada, eu também gostava de cruzar as auto-estradas a 180 km/h mas não posso! E se o PNPG me proibir de caminhar em determinado trilho porque isso poderá significar que daqui a 20 anos os meus filhos podem faze-lo num espaço natural impar e inigualavel, pois serei o primeiro a deixar de lá pôr os pés!

Mas não é isso que defendo, a proibição, mas sim o controlo, o aconselhamento, a informação e até a propria segurança!

Espero no proximo dia 12 poder "discutir" estas ideias contigo de forma a que percebas o que defendo e que também percebas que o nosso sacrificio poder-se-á tornar na benece de outros daqui a uns anos.

1 Abraço

PS: Relativamente as portagens na mata, não as defendo, mas relembro como era antes de existirem, uma longa fila de carros estacionados desde a portela de Leonte até a portela do Homem. Com ou sem portagens, isto é que não se pode tornar a ser uma realidade.