segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A Mina Mercedes As Sombras

 


Sobre a mina Mercedes As Sombras, David Pérez López refere no seu artigo “Mineria e Carbón na Raia Seca“ (Revista ‘Arraianos’, n.º 5, Primavera de 2006, pág. 34 a 44.) que está "…localizada na vertente oeste do Maciço Sobreiro – Altar dos Cabrões, a uma altitude de 1.250 m, nas fontes do rio de Vilameá. 

A mina compõe-se de várias extracções superficiais e de uma boca mina que se penetra da terra, com várias galerias a nível que avançam seguindo o filão. Primeiramente, as perfurações fizeram-se de forma individual e livre, com martelo e picareta. Mas a partir do ano 40 a situação regulariza-se, com a concessão da exploração a uma família de peso na época, os Tejada. Criaram uma companhia que modernizou as Sombras pouco a pouco, chegando a levar luz eléctrica. Construíram barracões para dormirem os trabalhadores e substituíram o martelo e a broca de grandes dimensões dos picadores, por um compressor para perfurar, dotando-os também de lanternas de iluminação.

O volume de tout-venant extraído era depositado numa vagoneta que o transportava à sala de lavagem e selecção. Ali dispunha-se numa mesa que o batia de forma constante ao mesmo tempo que tinha água corrente que arrastava a areia, e o mineral, mais pesado, ficava, passando a ser armazenado em sacos.

O trabalho realizava-se em dois turnos de 8 horas de Segunda-feira a Sexta-feira, apesar de haver muitas denúncias de sobre exploração. Nos anos posteriores à Grande Guerra a mina deixou de ser rentável e foi abandonada.

Na actualidade, o complexo está em ruínas, com a casa das máquinas desfeita e a boca da mina fechada com um tabique de bloqueio, restos de ferros, vidros, vigas, e três grandes entulheiras. Deve-se pensar nas Sombras como uma exploração menor se comparada com a sua vizinha dos Carris.”

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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