Uma das características históricas da Serra do Gerês foi a intensa actividade de contrabando que por ali ocorreu durante muitos anos do século XX.
Vários são os percursos que nos levam a percorrer essas rotas, mas muitas vezes, e tal como acontece com a vivência nas Minas dos Carris, é necessário o testemunho pessoal para nos levar a esses dias.
O livro "Para que a memória não se apague", da autoria de António Fernando Guimarães - editado em Dezembro de 2013, relata-nos na primeira pessoas várias dessas histórias. O autor do livro pode ser contactado através de correio electrónico.
"Estava enraizado no pensamento das pessoas que os carabineiros e a guarda civil atiravam sobre os contrabandistas para matar, se tentassem fugir. Um jovem da freguesia de São Lourenço de Cabril foi morto pela Guardia Civil em Torneiros, no ano de 1942, com um tiro nas costas. Nos depoimentos recolhidos, relatam que as autoridades espanholas se limitavam a colocar uma placa em madeira, junto ao corpo, onde se podia ler 'morto pela Guardia Civil ou Carabineiros.' Trazer o cadáver para Portugal era impensável, pela burocracia e despesa. Este jovem foi sepultado em Padrando. Os que eram presos passavam por várias cadeias, muito maltratados e depois entregues às autoridades portuguesas em Chaves."
Retirado de "Para que a memória não se apague", de António Fernando Guimarães - Dezembro de 2013.
Ver também O abrigo do contrabando na Serra do Gerês.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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