A paciência terá o seu limite. Não com as pessoas que pretendem visitar o mosso único parque nacional de uma forma harmoniosa e de encontro com a Natureza, mas com com uma entidade que há já muito tempo não sabe preservar um território que há 45 anos lhe está atribuído.
É muito bonito brincar às autorizações principalmente com aqueles visitantes de longa data que até tem a paciência de querer brincar a este jogo, mesmo naquelas alturas em que se tem a perfeita consciência de que não passa de uma brincadeira, ou melhor, uma roleta russa.
Toda a gente sabe que o Parque Nacional da Peneda-Gerês não tem os meios humanos para encetar a vigilância do seu território. Ela só é feita onde os veículos todo-terreno chegam! Há já muitos anos que o corpo de Vigilantes da Natureza nesta área protegida não recebe sangue novo e os anos começam a pesar naqueles que há já muitos anos se dedicam a «proteger» o território. Esta é uma profissão que requer muito dos seus profissionais tanto a nível físico como psicológico e para muitos dos profissionais que trabalham na Peneda-Gerês é já difícil encetar longas caminhadas pelas serranias. Porém, o Estado malfeitor não renova estes profissionais, no entanto impõe regras que na realidade não podem ser verificadas no terreno ou então acaba por, de certa forma, penalizar quem aceita entrar no seu jogo de autorizaçõesinhas.
Por outro lado, a vigilância é também feita pelos guardas do SEPNA que em muitos casos têm a sensibilidade de um tijolo para as questões que devem tratar. Muitos destes profissionais fazem verdadeiras esperar no final dos trilhos para fazer o controlo daqueles que deambulam pelas serras do Parque Nacional. Por outro lado, o conhecimento que estes guardas têm do plano de ordenamento e das regras de visitação do PNPG, é muito limitado.
Ora, fotografia em cima mostra um igloo descontraidamente montado a cerca de 50 metros do início do percurso pelo Vale do Alto Homem em direcção às Minas dos Carris. Isto mais uma vez prova que a vigilância e o controlo do PNPG é feita é feita na base de objectivos de secretaria e que na realidade a vigilância no terreno (ao contrário da vigilância no facebook) não é feita de forma activa.
Mais uma vez a paciência tem limites e é já altura de as coisas começarem a mudar no PNPG, doa a quem doer.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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