A informação que contém é extremamente importante na preservação da toponímia da Serra do Gerês, pois guarda velhos nomes (orónimos) que hoje caíram em desuso. Este mapa é importante porque é baseado em testemunhos antigos e foi desenhado com extrema precisão mesmo comparado com as actuais cartas militares que aparentemente serão uma representação fiável daquilo que vemos no terreno (...infelizmente, sabemos que isto não é verdade pois se as cartas de 1949 foram feitas com um certo rigor, as cartas militares mais recentes apresentam erros de localização e de toponímia).
Ora, em que aspecto é que este mapa nos ajuda na localização (ou talvez não) do topónimo Laspedo? Os testemunhos actuais colocam o Laspedo no ponto que hoje está assinalado como Junco e este por sua vez é localizado no ponto que é designado como Pé de Salgueiro (no mapa em cima). Esta localização teria algum sentido, pois o Curral do Junco está localizado um pouco acima do Curral do Camalhão e a pouca distância do Pé de Salgueiro.
Infelizmente, o mapa de Tude Sousa não refere a localização do Laspedo nem tão pouco este topónimo é referido esta obra. Porém, e em várias passagens, as localizações do Junco e do Pé de Salgueiro, bordando a Oeste o Vale de Teixeira, são bem referenciadas.
Assim, temos mais uns poucos elementos para nos ajudar na busca e na localização do Laspedo. As imagens seguintes foram obtidas a partir do Google Earth e ajudam-nos a referenciar a localização do Junco, do Pé de Salgueiro e do Curral do Junco.
Finalmente, a fotografia a seguir mostra o Vale de Teixeira visto do Norte. Do lado direito da imagem é reconhecida a característica forma do Pé de Salgueiro «mesmo em frente» do Curral de Camalhão (recordemo-nos da forma do Pé de Cabril para sabermos a origem do termo 'Pé'). «Atrás» do Pé de Salgueiro ficará o Junco, sendo estes dois picos que delimitam a imensa Corga da Figueira entre a Quelha Verde e o Arenado.
Assim, serve esta publicação mais como uma forma de tentar esclarecer a localização do Laspedo baseado em dados do princípio do século XX que nos ajudam a estabelecer uma relação com aquilo que hoje observamos no terreno em comparação com mapas de então e as actuais cartas topográficas. Não quer isto significar que a localização que hoje nos é transmitida de forma oral esteja errada, quer sim ajudar na localização e na preservação de topónimos que ajudam a enriquecer a Serra do Gerês.
Fotografia: © Rui C. Barbosa (extraída de "Serra do Gerez, Estudos - Aspectos - Paizagens" de Tude Martins de Sousa, 1909)
Fotografia: © Rui C. Barbosa
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