Lugar de lendas e histórias, permanece como um dos lugares místicos de Portugal e é o tema deste postal editado pelo Bazar Soares, Porto, tendo por base uma fotografia da Foto Marques (Braga). O postal deverá datar da primeira metade do Século XX.
Do sítio do Guia da Cidade Montalegre, extraí o seguinte texto:
A bonita Ponte da Misarela situa-se sobre o cristalino rio
Rabagão, em pleno Gerês, perto da Barragem da Venda Nova, mais propriamente no
lugar da Misarela, freguesia de Ferral, no concelho de Montalegre.
Esta estrutura data provavelmente da época medieval, ou pelo
menos de tradição arquitectónica medieval, enquadrada de forma espectacular na
paisagem de densa vegetação.
A ponte está associada a uma já famosa lenda, onde o
protagonista é o Diabo, daí que muitas vezes esta seja apelidada de “ponte do
Diabo”. Reza a lenda que certo dia um criminoso ao fugir da justiça vê-se
encurralado nos penhascos sobranceiros ao rio Rabagão. Em desespero, apelou, à
ajuda do diabo, que acedeu, pedindo em troca a sua alma. O diabo fez então aparecer uma Ponte ligando as margens do
rio, passando então o criminoso, mas de seguida fazendo-a desaparecer, travando
assim as autoridades. O criminoso, arrependido, decide procurar um frade para ter
a sua alma de volta. Obedecendo ao plano do frade, o criminoso volta ao lugar a
pedir o auxilio do Diabo para a travessia, fazendo reaparecer a ponte. O frade
benze então com água benta a Ponte, o penitente recupera a alma perdida e o
diabo perde a mais uma batalha do bem contra o mal.
A ponte ficou então com um carácter sagrado, e ainda hoje se
diz que se algo vai mal numa gravidez, deve a mulher pernoitar debaixo da
ponte, e a primeira pessoa que pela manhã passar pela ponte deverá ser o
padrinho ou madrinha da criança, que deverá receber o nome de Gervásio ou
Senhorinha.
De facto, regularmente vários Gervásios e Senhorinhas aqui
se reúnem desde há tempos remotos, para celebrar esta lenda, que talvez lhes
tenha salvo a vida!
Há quem diga que a Ponte é também apelidada de “Ponte do
Diabo” ou “do inferno” por “lembrar apenas ao diabo” uma construção a esta
altura e com estas configurações.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
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