domingo, 29 de novembro de 2020

300... Celebrando a montanha nas Minas dos Carris

 


Fiz a minha primeira visita às Minas dos Carris em Setembro de 1988 num dia muito parecido com este. Apesar de ser ainda Verão, foi um dia de nevoeiro e frio, e as ruínas do complexo mineiro surgiram por entre as nuvens baixas como algo misterioso, até fantasmagórico. O ambiente de mistério, com algum misticismo, instalara-se naquelas paragens tal como o fez neste dia 28 de Novembro.

Aquando da minha 100.ª visita àquele lugar perguntaram-me o porquê de tantas vezes lá ir? Na verdade, e para quem estudou e escreveu sobre as Minas dos Carris, não é lá que se encontram os dados históricos que nos anos 40, 50 e 70, marcaram diferentes fases da ocupação do território na Serra do Gerês. Mas a maioria dos que fazem a visita àquele local, principalmente a «longa» caminhada pelo único e peculiar Vale do Alto Homem, vêm imbuídos de uma sensação que é algo difícil de explicar; na verdade talvez a já batida frase "porque está lá" (não) seja o suficiente para explicar 300 visitas às Minas dos Carris.

Na verdade, a cada caminhada celebra-se a montanha e a amizade daqueles que compartem os momentos das horas passadas a calcorrear as serras e as montanhas de Portugal. Ao Parque Nacional em geral, e à Serra do Gerês em particular, dedico a maior parte das horas e dos dias passados em montanha. Como não há muito tempo disse, "Há quem coleccione montanhas, mas eu tenho uma montanha para coleccionar!"

2020 não é um ano bom, mas é 2020 que me traz a possibilidade de completar este pequeno, mas singelo, marco que assinala as 300 visitas às Minas dos Carris acompanhado de vários companheiros de jornadas de montanha e de um dos que, em Setembro de 1988, partilhou comigo o espírito da verdadeira descoberta de algo que, sem saber na altura, iria marcar a «minha carreira» de calcorreador de montanhas e serras. Um especial agradecimento a quem esteve presente neste dia e um agradecimento a todos os que em certa altura partilharam os momentos de outros dias que me ajudaram a completar este número. Estas 300 caminhadas são também vossas e sem vocês teria sido mais difícil chegar aqui!

Venha-se o futuro!
















































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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