sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Vida e morte no Parque Nacional da Peneda-Gerês

 


A subida foi-se fazendo pausadamente e o descanso estava a poucos minutos de distância. A distância não havia sido muita, mas a pendente acentuada fez com que a entusiástica conversa dos primeiros passos fosse diminuindo há medida que o altímetro ia ganhando pêlos.

Nestas subidas muitas vezes passamos muitos minutos a olhar para o chão. A paisagem é vista num vislumbre em frente ou então numa paragem um pouco mais longa para registar o momento. Foi num destes vislumbres que, num instante, vi a primeira ave a levantar voo. O companheiro de caminhada estava um pouco atrás e também ele ia contemplando a beleza da textura do chão.

Como faço nestas situações, quando avisto algum animal selvagem, parei e, voltando-me para trás, comecei a fazer sinal de que algo estava ali à nossa frente. Entretanto, outra ave levantava voo. Na «emoção» do momento, pareceu-me ver um grifo - o que estranhei de imediato, pois a migração já os deveria ter levado para paragens mais aconchegantes nesta altura do ano. E de repente, uma terceira ave levanta voo e o seu bater de asas faz mover a vegetação em volta do animal caído no chão do qual começava a ter os primeiros vislumbres.


As aves afastaram-se e nós fomo-nos aproximando do cadáver de um cavalo já esventrado na sua parte posterior esquerda... Algumas fotografias, avisado o ICNF da localização do achado macabro, prosseguimos a nossa marcha.

São os aspectos da vida e morte no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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