Permitam-me que inicie esta publicação em jeito de avaliação desta parte da Grande Rota GR 50. Se um dos troços mais empolgantes da Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês (GR 50) é a ligação entre a aldeia de Paradela do Rio e Pitões das Júnias, um dos troços menos interessantes é a ligação entre Germil e o Campo do Gerês. Deste percurso, salva-se a distância entre Germil e Brufe, pois a partir daqui vamos somente fazer quilómetros de nada de interesse até chegar ao Campo do Gerês, verdadeira lufada de ar fresco nesta Grande Rota!
Curiosamente, grande parte do traçado não percorre o Parque Nacional (onde somente voltamos a entrar já depois do Campo do Gerês) e na minha opinião, já que se tira em muitas zonas proveito de outras grandes rotas, poderia ter-se feito o mesmo nesta área. A Serra Amarela tem muito mais para oferecer do que a zona que é percorrida pela GR 50 entre Brufe e a Barragem de Vilarinho das Furnas sem introduzir um grau de dificuldade muito superior (ou em alguns casos, será mesmo inferior) às zonas que são percorridas neste troço deste "percurso principal para a visita" ao nosso único Parque Nacional.
Sendo esta uma opinião muito pessoal (haverá certamente quem penso o contrário) e compreendendo todas as condicionantes que terão levado à escolha destes traçado, penso que nesta área poder-se-ia ter feito um trabalho melhor. Ainda vão a tempo para alterar?
ATENÇÃO: Qualquer comentário sobre o facto de a GR 50 sair da área do PNPG, por favor enviar para geral@adere-pg.pt!
Tal como referi, esta Grande Rota vai em breve ser "percurso principal para a visita" ao nosso único Parque Nacional. O percurso liga a fronteira da Ameijoeira, em Castro Laboreiro, a Tourém, nas terras transmontanas, transpondo as quatro serranias que constituem o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).
Aqui o percurso entre Ameijoeira e a Sr.a da Peneda.
Aqui o percurso entre Campo do Gerês e Caldas do Gerês.
Aqui o percurso entre as Caldas do Gerês e Fafião.
Aqui o percurso entre Fafião e Xertelo.
Aqui o percurso entre Xertelo e Paradela do Rio.
Aqui o percurso entre Paradela do Rio e Pitões das Júnias.
Aqui o percurso entre Ameijoeira e a Sr.a da Peneda.
Aqui o percurso entre Campo do Gerês e Caldas do Gerês.
Aqui o percurso entre as Caldas do Gerês e Fafião.
Aqui o percurso entre Fafião e Xertelo.
Aqui o percurso entre Xertelo e Paradela do Rio.
Aqui o percurso entre Paradela do Rio e Pitões das Júnias.
Abandonando a aldeia de Germil seguimos por caminhos rurais acompanhando o traçado da GR 34 Grande Rota da Serra Amarela até chegarmos às imediações da pequena aldeia de Cutelo. O percurso leva-nos então a atravessar a aldeia e a visitar um belo conjunto de espigueiros ali existentes. Não esquecer os dois dedos de conversa matinais com algum dos residentes sempre dispostos a um sorriso e a uma exclamação ao saberem que dali ainda vão até ao Campo do Gerês!
Saindo de Cutelo, vamos percorrer os campos agrícolas em finais de Verão e em breve chegamos a Cortinhas para depois nos dirigirmos a Brufe sempre através de tranquilos caminhos onde os sons são o cantar dos pássaros e tilintar dos chocalhos do gado a pastar.
Chegamos então a Brufe! A Serra Amarela e a Serra do Gerês foram, e ainda são, local de habitat de lobos daí o facto de ser rica a convivência entre este animal e o homem ao longo da história, apesar de sempre em detrimento de um deles. Por toda a serra, tanto no Gerês como na Amarela, são vários os testemunhos desta «convivência» com os diversos fojos de lobo que hoje são (felizmente) apenas memórias de tempos idos... se bem que a convivência continua pouco pacífica muito à custa de uma cultura enraizada à custa de serões e muitos pregões.
Como muitos sabem, a origem dos povos serranos, nomeadamente da zona de Terras de Bouro, é por vezes apontada como sendo oriunda de terras germânicas, nomeadamente com os Búrios que em épocas longínquas se terão instalado naquelas paragens. Assim sendo, parece-me legítimo que muitas das aldeias e lugares da zona Oeste da Serra Amarela e da Serra do Gerês possam ter sido originados a partir de certas tribos que se tenham separado do grupo original.
Porém, onde em toda esta equação entram Brufe e os lobisomens? Na língua germânica 'wolf'' significa 'lobo'. Por outro lado, as terras do centro e do leste da Europa são ricas em lendas de lobisomens, vampiros e bruxas, e parte dessa cultura poderá ter sido certamente trazida pelos longínquos antepassados burienses para as paragens da Amarela e do Gerês. Ao longo dos tempos, o termo 'wolf' poderá ter-se alterado originando o termo 'Brufe', pois aqueles, ao chegarem a estas paragens, encontraram uma montanha onde o lobo dominava e onde as suas lendas e histórias seculares encontravam reflexo numa paisagem agreste onde o lobisomem começou a dominar as histórias e as lendas daqueles locais.
É hora de deixar Brufe, mas não sem antes descobrir um melhor ângulo para fotografar o seu belo relógio de Sol. Começamos então a longa descida que nos levará a atravessar o Rio Homem na Ponte Romana de Quintão. Depois, iniciamos uma subida até chegarmos a Quintão. Aqui, e nesta fase de implementação da GR 50, pode surgir alguma dúvida sobre qual a direcção a seguir, pois as marcações podem confundir os mais desatentos. O problema será certamente resolvido com a colocação da sinalização vertical. Assim, podemos escolher prosseguir a GR 50 sem passar pela aldeia de Carvalheira ou então fazer uma visita a este lugar. Neste caso, decidi prosseguir sem passar por Carvalheira.
O percurso vai-nos então levar a passar pelo Bom Jesus das Mós, passando depois ao lado da aldeia de Paredes e seguindo para o Vale do Rio Homem onde a paisagem da imponente Serra Amarela nos dá o alento de terminar a jornada passando ao lado da Barragem de Vilarinho das Furnas e subindo um pequeno bosque para o Campo do Gerês.
Ficam as fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Saindo de Cutelo, vamos percorrer os campos agrícolas em finais de Verão e em breve chegamos a Cortinhas para depois nos dirigirmos a Brufe sempre através de tranquilos caminhos onde os sons são o cantar dos pássaros e tilintar dos chocalhos do gado a pastar.
Chegamos então a Brufe! A Serra Amarela e a Serra do Gerês foram, e ainda são, local de habitat de lobos daí o facto de ser rica a convivência entre este animal e o homem ao longo da história, apesar de sempre em detrimento de um deles. Por toda a serra, tanto no Gerês como na Amarela, são vários os testemunhos desta «convivência» com os diversos fojos de lobo que hoje são (felizmente) apenas memórias de tempos idos... se bem que a convivência continua pouco pacífica muito à custa de uma cultura enraizada à custa de serões e muitos pregões.
Como muitos sabem, a origem dos povos serranos, nomeadamente da zona de Terras de Bouro, é por vezes apontada como sendo oriunda de terras germânicas, nomeadamente com os Búrios que em épocas longínquas se terão instalado naquelas paragens. Assim sendo, parece-me legítimo que muitas das aldeias e lugares da zona Oeste da Serra Amarela e da Serra do Gerês possam ter sido originados a partir de certas tribos que se tenham separado do grupo original.
Porém, onde em toda esta equação entram Brufe e os lobisomens? Na língua germânica 'wolf'' significa 'lobo'. Por outro lado, as terras do centro e do leste da Europa são ricas em lendas de lobisomens, vampiros e bruxas, e parte dessa cultura poderá ter sido certamente trazida pelos longínquos antepassados burienses para as paragens da Amarela e do Gerês. Ao longo dos tempos, o termo 'wolf' poderá ter-se alterado originando o termo 'Brufe', pois aqueles, ao chegarem a estas paragens, encontraram uma montanha onde o lobo dominava e onde as suas lendas e histórias seculares encontravam reflexo numa paisagem agreste onde o lobisomem começou a dominar as histórias e as lendas daqueles locais.
É hora de deixar Brufe, mas não sem antes descobrir um melhor ângulo para fotografar o seu belo relógio de Sol. Começamos então a longa descida que nos levará a atravessar o Rio Homem na Ponte Romana de Quintão. Depois, iniciamos uma subida até chegarmos a Quintão. Aqui, e nesta fase de implementação da GR 50, pode surgir alguma dúvida sobre qual a direcção a seguir, pois as marcações podem confundir os mais desatentos. O problema será certamente resolvido com a colocação da sinalização vertical. Assim, podemos escolher prosseguir a GR 50 sem passar pela aldeia de Carvalheira ou então fazer uma visita a este lugar. Neste caso, decidi prosseguir sem passar por Carvalheira.
O percurso vai-nos então levar a passar pelo Bom Jesus das Mós, passando depois ao lado da aldeia de Paredes e seguindo para o Vale do Rio Homem onde a paisagem da imponente Serra Amarela nos dá o alento de terminar a jornada passando ao lado da Barragem de Vilarinho das Furnas e subindo um pequeno bosque para o Campo do Gerês.
Ficam as fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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