"Vê lá o que é que publicas!"

Conheço alguns agentes da autoridade; uns amigos de infância, outros que fui conhecendo ao longo dos últimos anos. A todos eles lhes reconheço competência e preparação para exercer a profissão que decidiram seguir. Acima de tudo respeito a autoridade que eles representam, mesmo sem a farda.

Quando vi a reportagem da SIC sobre os confrontos e as agressões policiais a que foram sujeitos os manifestantes perto do recinto da vergonhosa tourada em Viana do Castelo, nem quis acreditar no que acabava de ver e principalmente de perceber dito pelo agente da autoridade que a fotografia mostra.

"Vê lá o que é que publicas!"

A crise no nosso país não é de agora, ela arrasta-se há já muitos anos. Esta crise leva a que muita gente vá procurar um lugar em funções para as quais não está preparado. Puxar ferro num ginásio não faz de muitos homens e mulheres bons agentes da autoridade. Também, para ser agente da autoridade há que haver um elemento essencial nessa pessoa... chama-se 'cérebro'. Infelizmente muitos não parecem ter... Ou melhor, se calhar têm no entanto o QI está ao nível de uma cebola.

Ser agente da autoridade implica ser capaz de suportar as mais variadas situações de stress e em consequência ser capaz de manter a calma nas mais variadas situações. É-se agente da autoridade para se proteger o cidadão, não para o ameaçar.

"Vê lá o que é que publicas!"

Se há uns tempos atrás tivemos um algoz da GNR a pontapear um porco nem plena auto-estrada e a ser supostamente punido por isso, o que deverá acontecer a um «polícia» que ameaça um jornalista durante o exercício da sua profissão? O que pode a sociedade civil fazer perante tamanha ofensa à liberdade que foi protagonizada em tão poucos segundos por esta pessoa?

Nos últimos anos são inúmeros os casos de violência policial desnecessária sobre os cidadãos. Se por um lado revela que os polícias não estão aptos para exercer as suas funções, por outro revela que neste país se caminha para uma situação explosiva que aos poucos vai aumentado a verdadeira panela de pressão na qual a sociedade portuguesa se transformou...

"Vê lá o que é que publicas!"