segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O miradouro dos Carris


Há quem diga que só devemos apontar um cenário cor-de-rosa no nosso país tentando arrumar para debaixo do tapete a realidade cinzenta na qual vivemos. Estas são as pessoas que preferem ignorar os problemas que temas e gozar a vida vivendo numa realidade alternativa, de facto vivendo sobre o mote 'desde que eu esteja bem, que se lixe o resto!' Não gosto de viver assim e tento lutar todos os dias para que melhore aqui no qual posso ter alguma (pouca) influência. Que me desculpe alguém, mas as coisas são assim mesmo...

Ora, então vamos lá... Aquando da minha última visita às Minas dos Carris encontrei um casal já com aspecto cansado após horas de caminhada ao Sol abrasador e que me perguntou se aquele caminho levava a algum miradouro? Já me haviam perguntado muitas coisas naquele caminho, mas esta do miradouro (uma coisa tão específica) foi a primeira vez. Como resposta disse-lhes que de facto aquele caminho levava ao alto da serra o que por si só é um miradouro como nenhum outro no Parque Nacional, porém nada semelhante aos usuais miradouros (Pedra Bela, Boneca, Junceda, Tibo, etc.) que se encontra noutros locais. Expliquei então para onde o caminho ia e o que ainda faltaria caminhar para lá chegar, coisa suficiente para os demover de tal façanha!!!

A situação acabou por cair no esquecimento durante alguns dias até ao momento em que vi o mapa que é entregue no posto de turismo existente nas Caldas do Gerês. No mapa, e apesar de não estar indicado qualquer caminho para os Carris, vem indicada a existência de um miradouro naquela zona. Convém referir que no posto de turismo é dito que a caminhada até àquele local é condicionada e que para tal é necessária uma autorização que pode ser obtida no Vidoeiro ou então em Braga. Como seria de esperar, não é referido o valor a pagar pela tal autorização (ou melhor, pelo procedimento administrativo para obter tal autorização e que este pode demorar 40 dias... úteis!).

Que conclusões tirar disto? Bem, poder-se-ia dizer alguma coisa sobre as taxas, mas este é assunto ao qual voltarei brevemente. Assim, o que se pode dizer é que não existirá uma boa coordenação entre PNPG e Turismo até porque alguns dos trilhos indicados podem eles também carecer de autorização se forem percorridos em determinadas circunstâncias. Isto resulta de um plano de ordenamento que deveria ser revisto para evitar estas e outras situações que se levadas ao extremo de ser cumpridas pode trazer alguns dissabores a quem visita o nosso único parque nacional.

...mas para alguns a vida é cor-de-rosa e isto não interessa para nada!

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