quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Trilhos seculares: Biduiça - Outeiro de Cervas - Negras - Castanheiro

Castanheiro, 27 de Agosto de 2009

Há muitas caminhadas que valem por uma ou duas paisagens; esta valeu por todas.

O dia começou quase a prometer chuva com nuvens negras sobre Braga. Porém, à medida que me ia aproximando da Serra do Gerês ficava cada vez mais evidente que seria um dia quente e sem nuvens. Depois de aguardar pelo Zé Moreira nas Cerdeirinhas prosseguimos em direcção à Barragem da Paradela e ao início do trilho que iríamos percorrer.

Demoramos alguns minutos a encontrar o início do trilho no vale da Ribeira da Abelheira dissimulado por debaixo do aqueduto. Percorremos o vale até ao seu topo parando aqui e ali para olhar para trás para a paisagem que se ia formando lentamente com o ganhar de altitude. Porém, no topo do vale formando uma pequena portela esperava-nos o esplender da paisagem única e selvage da Serra do Gerês. Após a necessária paragem para absorver todo o esplendor que nos abarcava, prosseguimos descendo para o Ribeiro de Biduiça. Atravessando o pequeno curral e o ribeiro chegamos ao Alto de Bezerral segundo depois em direcção ao Cordo das Lamas do Compadre e passando ao lado do Outeiro de Cervas. Ladeamos o Compadre pela sua face Norte até atingir o topo do Corgo de Lamelas e prosseguimos em direcção ao início do Ribeiro de Biduiça chegando depois aos Prados das Negras.

A partir dos Prados das Negras o objectivo era atingir o Castanheiro. Seguimos as margens da Ribeira das Negras usando um antigo trilho que se perde junto de uma esterira passagem que dá acesso ao longo vale guarnecido pela Matança. Após baixar de novo à Ribeira das Negras seguimos o velho trilho em direcção ao Castanheiro cuja subida se inicia junto pouco depois do Alto do Moreira.

A paisagem que se vê do Castanheiro já era minha conhecida mas é sempre deslumbrante ver a Serra do Gerês coroada com um céu azul. A nossa visão abarca a Terra Brava, os Chamiçais e o Borrageiro com as suas minas. Por detrás deste, a cortar o horizonte, está a Roca Negra, a Rocalva e os Ovos. É visível a Sesta de Lamalonga, o topo dos Cocões do Concelinho, o Penedo da Saudade já nas Minas dos Carris e o traço geométrico da sua represa característica. Vemos o Altar de Cabrões, o Pico da Nevosa, o alto de Lamelas e os Cornos da Fronte Fria em eterna guarda às terras seculares de Pitões das Júnias. São paisagens que por muitas palavras escritas jamais serei capaz de exprimir as sensações que provocam.

Era chegada a hora de regressar e colocaram-se dua opções: a primeira seria seguir o trilho em direcção à Lage dos Bois e depois ao Espigão da Lama de Pau, entrando depois no estradão até atingir o ponto final; a segunda opção, e a mais curta, era a de prosseguir pelo Alto das Eiras e baixar ao vale da Ribeira da Abelheira. Escolhemos a segunda opção mesmo sabendo que a descida do vale seria difícil. Foram quase 20 km com as mais fantásticas paisagens que a Serra do Gerês nos pode oferecer!

Ficam algumas fotografias.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

Verônica Camerini disse...

Olá, visitei seu blog.
Gostei muito!
Grande abraço"
http://academiacameriniag.blogspot.com/