São várias as explicações para a origem do topónimo 'Gerês'. Não é objectivo deste artigo disputar qual será a explicação mais plausível para o nome, mas sim oferecer uma possível explicação para a sua origem que, confesso, é a que mais me agrada. No entanto, caberá ao leitor avaliar outras explicações e daí tirar as suas conclusões.
O seguinte texto é uma transcrição (com a devida correcção ortográfica, mas não para o actual aberrante acordo ortográfico) de um texto existente na obra "Gerez - Notas Etnográficas, Arqueológicas e Históricas" de Tude M. de Sousa...
"O sr. Cónego, Dr. António Pires Dias de Freitas, da Casa do Passadiço, de Covide, crê, não só que os romanos usariam as águas termais, como mesmo, que seriam elas a darem o nome à serra. Para fundamentar este seu juízo, diz-nos, em referência a dúvidas e a correspondência nossas anteriores: «Não li em parte alguma que os romanos chamassem ao Gerez Mons Jureus, mas afirmo isso por dedução, bem ou mal fundada, pois os romanos, como homens investigadores e inteligentes que eram, sempre se esforçaram por descobrir todas as riquezas do solo ocupado. Daqui a descoberta necessária das termas. E, se eles deram nomes a diversos pontos da serra, mais o deviam dar à própria serra. Os nomes que davam importavam sempre uma característica predominante do lugar, sendo no caso sujeito as termas. Os nossos velhos diziam Jurês e, presumindo que esta palavra deriva do latim, não posso deixar de a filiar em Jureus - cálido, quente, caldo, água quente. E, como o adjectivo precisa de um substantivo, encontro naturalmente a palavra Mons. Portanto: Mons Jureus - monte de onde brota a água quente.
(...)"
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
1 comentário:
Confesso que não retive esta explicação no Tude de Sousa e gostei de a ler (ainda que no caso será mais reler). Serve-me para constatar como os nossos interesses influenciam como lemos, pois na altura que li o livro ainda não dava importância a estas a coisa do toponímia. Como não voltei a tropeçar nesta explicação nas vezes que o voltei a consultar e bom que alguém as sinalize. Como dizes é complicado estabelecer com rigor que é esta ou aquela, mas o consenso científico é que na origem estará uma divindade local chamada Ocaere. Assim a origem seria pré-romana de terão derivado os topónimos Gerês, Geira e Aquae Ocerenses, Aquae Originae ou Aquis Originis (estes 3 últimos atribuídos à mansione da via romana XVIII). É uma pena que o museu da Geira não tenha pelo menos uma réplica da ara votiva encontrada nas paredes da igreja de Campo do Gerês e que está na família do Manuel Braga da Cruz. Ainda que, considerada a sua importância para a explicação científica dos topónimos Gerês e Geira, assim como a explicação da posse, que o próprio Manuel Braga da Cruz publicou, no museu deveria estar era a original.
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