Costume que, felizmente se vem perdendo, era o de as diferentes povoações serranas disputarem entre em a primazia em possuir o melhor exemplar do boi de cobrição, ou touro.
Curiosamente, entre as antigas vezeiras do Vilar da Veiga e de S. João do Campo, ambas com os seus currais em Leonte, havia o costume de quando ali se juntavam, lançarem os seus touros a turrar, obrigando-os à luta, actividade de aparentemente teria muitos admiradores.
Segundo Tude M. de Sousa, no seu "Gerez - Notas Etnográficas, Arqueológicas e Históricas", "por vezes os touros brigam valentemente e já tem sucedido ali ficar algum ferido de morte; como consequência, também não poucas vezes os homens de um e outro lado armam disputa, que nem sempre acaba à boa paz."
Ainda segundo o mesmo autor, "Está estabelecido que, se o juiz de Vilar resolver que não se consinte a tura, esta se não realizará; não havendo determinação especial, é ainda assim preciso que algum vezeiro a autoriza."
Sobre este assunto, com a devida antecipação para a vergonha das touradas que ainda se verificam no nosso país, refere ainda Tude de Sousa, "É muito atrasadora esta prática, feita unicamente e com o intuito de gozar o espectáculo, verdadeiramente digno de Nero, sem que ao menos aproveitem dêle o ensinamento das vantagens de uma especial selecção, reconhecendo para as funções de reprodução as qualidades de superioridade manifestadas na luta pelo triunfador. Há apenas o prazer de assistir a uma briga, em que os espectadores atestam uns restos que ainda lhes giram da tradição romana e em que o circo é transportado às alturas da serra do Gerez."
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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