sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Viver e morrer nas Minas dos Carris (II)

Carris, 6 de Setembro de 1952

Esta dia marca a ocorrência de outra situação trágica nas Minas dos Carris.

O desastre teve lugar no poço 3-A, entre o 1º e o 2º piso. Este poço tem 11 metros de altura. Ao dar o sinal de cessar o turno todo o pessoal se retira imediatamente sem aguardar outra ordem. E assim, a vítima que estava a trabalhar com Francisco Baltazar na carga e transporte de vagonetas até ao poço, oao ser dado o sinal foi ao topoda galeria buscar o gasómetro enquanto os outros iam subindo as escadas e o capataz ia a outra frente da mesma galeria carregar e picar o fogo.

Quando o capataz ia a retirar-se ao chegar às escadas viu um vulto no chão tendo dado de imediato o alarme e pedido para o ajudarem a transportar o ferido para o exterior. O transporte da vítima foi feita pelo capataz, Joaquim Rodrigues Angelino, e pelo mineiro João António Fernandes. Chegado ao exterior foi transportado para o Hospital de S. Marcos em Braga, onde viria a falecer a 9 de Setembro.

As causas do desastre são desconhecidas por falta de testemunhos. Porém, as conclusões do inquérito então levado a cabo apontam que a vítima ao atravessar uma passagem com cerca de 80 cm destinada ao pessoal sobre o poço e resguardada por um varal, se deve ter desiquilibrado acabando por se precipitar no poço, causando-lhe a morte.

António de Carvalho tinha 19, era solteiro e natural e residente em Morreira, Braga.

Fotografia © Rui C. Barbosa

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