quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Trilhos PNPG - Grande Rota da Peneda-Gerês (Etapa 5 e 6 - Do Miradouro de Tibo ao Soajo)

 


Durante três dias percorri a Grande Rota da Peneda-Gerês (GR50) ligando o Miradouro de Tibo a Germil.

O texto a seguir é retirado da página da Grande Rota da Peneda-Gerês, sendo editado quando necessário.

Tinha programado começar a jornada em Adrão, porém, decidi adicionar mais uns quilómetros e em vez disso, iniciei no Miradouro de Tibo. O dia havia nascido com chuva e, apesar de chover um pouco logo no início, a chuva só voltaria a ser intensa na passagem pelo Mezio...

O Miradouro de Tibo "proporciona uma vista fantástica sobre os vales dos rios Pomba e da Peneda, a Fraga das Pastorinhas e todo mosaico agroflorestal da Gavieira." Deixamos o miradouro para trás e encetamos então o caminho "seguindo a direção de Adrão, acompanhamos a EN 202 por mais 800 m até virarmos à direita por um caminho de pé posto, em zona de bosque, que nos permitirá descer até à Casa Florestal de Adrão, logo depois de atravessar novamente a EN202. Passada a referida Casa Florestal, entramos agora no caminho local que nos conduz diretamente à aldeia de Adrão. Passamos a ponte sobre o rio Adrão e atravessamos a aldeia, até encontrarmos o cemitério. Aqui, viramos à esquerda e continuamos pelo caminho de acesso à Capela do Senhor da Paz, ponto final da Etapa 4."


Após uma pequeníssima paragem, iniciamos então a Etapa 5 que liga Adrão ao Mezio numa distância de 8,50 km.

"Ao longo do trajeto convivemos com o ar das serras da Peneda e do Soajo, montanhas agrestes marcadas pela imponência do granito. O caminho revela-nos, porém, muito mais do que a paisagem granítica. Por entre vales e outeiros, sucedem os bosques bucólicos, a flora e fauna local, ribeiros de águas cristalinas, as velhas brandas de gado, caminhos de romeiros… enfim, revela-se o outro lado da montanha. Os tons da paisagem modificam-se em cada época, alternando entre o verde, o roxo e o amarelo nas estações mais quentes, o amarelo-avermelhado no outono e os tons castanho e cinza no inverno, muitas vezes encobertos pela neblina.



Deixando o painel informativo, no Sr. da Paz, e tomando o caminho nas traseiras da Capela, na direção Sul (direção “Mezio”), irá iniciar a descida até à Branda de Bordença (a cerca de 800 metros do início), uma antiga branda de gado, ainda com vestígios do pequeno núcleo de habitação que era ocupado durante os meses mais quentes do ano. O caminho leva-nos à ponte sobre a ribeira de Bordença, que nos dá passagem para a outra margem. A beleza natural do local e o enquadramento paisagístico do núcleo de Bordença prende-nos a atenção! Demore-se um pouco. Goze da harmonia e tranquilidade que o sítio proporciona.

Continuando, para sul, pelo velho caminho agrícola de serventia às zonas mais altas das brandas, chegaremos em breve às Ínsuas de Soajo (cerca de 2 km de Bordença), passando antes cerca da Branda de Murço. Ao longo do percurso evidenciam-se os contrastes da ruralidade dos locais, ora com marcas de abandono, ora mostrando sinais de vitalidade, com os campos tratados, muros mantidos, gado nas pastagens, habitações renovadas e até crianças em idade escolar.




Nas Ínsuas de Soajo podem ver-se magníficos exemplares dos antigos abrigos outrora utilizados para a pastorícia. Depois de passar as Ínsuas chegará a um cruzamento, com placa que indica a direção para o Mezio. Aí terá de virar à direita, subindo o arruamento até encontrar a Estrada Nacional 2020 (EN 202). Tomando a nossa esquerda, percorremos cerca de 100 metros pela EN202 e entraremos novamente num caminho agrícola, à direita. Trata-se de uma velha calçada, construída pelas populações para facilitar o acesso às zonas mais altas da serra do Soajo. Subimos a calçada ao longo de cerca de 800 metros, até chegarmos a um caminho florestal, mais largo, em terra batida. Cerca de 300 metros mais à frente, encontramos as ruínas dos edifícios da antiga Casa do Guarda Florestal de Entre Outeiros. Prossiga para Oeste, virando à direita logo depois de passar o acesso à casa, e avance pelo caminho do bosque de Chamaecyparis. Poucos metros mais à frente, cruzamos novamente a EN202, atravessando-a para entrar num caminho florestal. Prossiga, seguindo sempre as marcações que aí se encontram. A paisagem deixa ainda perceber a destruição causada pelo grande incêndio que, em 2006, devastou grande parte desta zona da serra do Soajo. Nesta zona observam-se os muros de pedra que delimitam os currais de montanha.

Depois de percorrer cerca de um quilómetro, voltamos a encontrar a EN 202. Seguimos pelo asfalto cerca de 500 metros até à placa que nos direciona para num caminho florestal, à direita, que nos levará à Porta do Mezio. Neste troço final atravessamos parte da mata do Mezio, também ela afetada pelo incêndio de 2006. Poderá passar por áreas que se encontram vedadas devido aos trabalhos de reflorestação da mata do Mezio."




Terminava aqui a Etapa 5 com a chuva a chegar de forma intensa e a obrigar a uma paragem um pouco mais prolongada na Porta do Mezio. Com umas pequenas tréguas na chuva, iniciamos a Etapa 6 que nos levaria até à vila do Soajo, no final de 6,8 km.

"A caminhada tem início na Porta do Mezio, percorrendo cerca de 6,8 quilómetros até chegar a Soajo. Depois de deixar o espaço da Porta, siga as indicações que o encaminham para o interior da Mata do Mezio. Depois de percorrer cerca de 800 metros, surgirá uma bifurcação. Siga pela direita em direção a Soajo. Vai passar nas traseiras do Centro Hípico do Mezio e 500 metros mais à frente encontrará a estrada municipal. Atravesse-a e siga em direção a Vilar de Suente, um lugar que pertence já à freguesia de Soajo. Poderá visitar a aldeia e apreciar as suas construções tradicionais, nomeadamente espigueiros e as habitações típicas da região. Deixando o lugar, tomamos a direção de Soajo, seguindo um antigo caminho agrícola, com pavimento em laje granítica, na sua maioria ladeado por muros. Ao longo do caminho apreciamos a veiga agrícola de vários lugares de Soajo. Passamos o ribeiro da Lapa e a sua bonita ponte, bem como alguns bosquetes de folhosas.



O percurso termina na Vila de Soajo, que não poderá deixar de visitar. Recomenda-se a visita ao núcleo de espigueiros (classificados como Imóvel de Interesse Público), construídos sobre uma gigantesca laje granítica, e que ainda são utilizados pela comunidade local para a secagem do milho. No centro histórico - Largo do Eiró – conheça a história do Pelourinho de Soajo, visite a Igreja Matriz e aprecie a arquitetura local e os arruamentos, com pavimento de lajes de granito, que preservam ainda parte da matriz medieval."

Neste dia percorremos um total de 20,3 km e com um D+ de 711 metros, totalizando 2.793,6 km percorridos em 2022 com um total de D+ 122.677 metros.





























Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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