Contígua à Mata de Albergaria, Serra do Gerês, a Mata de Palheiros é um bosque climácico dominado pelo carvalho-alvarinho, mas onde surge também o carvalho-negral bem como outras espécies características dos carvalhais galaico-portugueses que constituíam a vegetação primitiva da grande parte do Noroeste português.
A sua importância é atestada pela classificação como reserva biogenética pelo Conselho da Europa em 1988. Embora existam outras manchas de carvalhal importantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês – tais como em Castro Laboreiro, Mata do Cabril, Beredo e Rio Mau – a Mata de Albergaria/Palheiros distingue-se pela sua extensão e por ser única em Portugal, uma dos mais bem conservadas da Península Ibérica. Ocupa uma área de 1.371,3 ha na serra do Gerês, ao longo do vale do rio Homem e dos seus pequenos afluentes.
Nos tempos dos Serviços Florestais, a Mata de Palheiros era «guardada» por uma casa florestal da qual apenas restam pedras amontoadas após um incêndio que a destruiu em principios dos anos 70 e posterior demolição possivelmente já nos anos 80. Local ermo, isolado e pedido nas profundezas de um bosque, foi cenário de histórias bizarras e possivelmente local de reunião da contra-revolução que no quente Verão de 75 tentava fazer voltar Portugal para uma idade das trevas das quais ficaram sombras que hoje nos assombram.
Com o afogamento de Vilarinho da Furna, aquelas paragens ficaram ainda mais sozinhas e a Natureza veio reclamar a posse do que é seu por direito. Hoje, é uma importante área de reserva e preservação do Parque Nacional da Peneda-Gerês, estando integrada numa zona de protecção total.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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