terça-feira, 29 de março de 2022

Trilho seculares - A passagem dos Fitoiros Negros

 


Na minha última passagem pela Corga dos Fitoiros Negros, uma mariola solitária chamou-me a atenção. Sabia que lá por cima, por entre as paredes escarpadas das encostas e nos alcantilados de granito das pequenas corgas, havia uma outra mariola que indicava um caminho escondido pelo tempo e que se precipitava encosta abaixo. Neste dia, foi altura de se resolver o «mistério».

A caminhada começou no sopé do Miradouro das Rocas sabendo que a estrada florestal para o Arado já teve melhores dias. Pondo os pés a caminho, segui até à Ponte do Arado e dirigi-me então para o Miradouro do Arado, tomando depois o carreiro que me levaria a seguir pela margem esquerda da Ribeira de Giesteira e enveredar encosta acima pela Corga do Urso. O caminho, termina numa outra estrada florestal que dá acesso ao carreiro que nos leva ao Curral de Coriscada (Portelos) com o seu novo abrigo alagado e o velho em «melhores» condições.

Passando o curral, segui na direcção das encostas da Arrocela, passando pela portela que dá acesso aos caminhos que nos levam para o Vale do Cando ou para a Chã de Pinheiro, seguindo nesta direcção. Em breve chegava ao abrigo da Chã de Pinheiro após passar pela velha fonte e iniciava a descida para a Corga dos Fitoiros Negros.

O carreiro leva-nos à margem esquerda do ribeiro que corre corga abaixo, mas facilmente se cruza para a outra margem. A observação atenta da encosta em frente vai-nos mostrar duas ou três mariolas por entre a vegetação. O caminho está lá, escondido por anos de desuso e mato, mas ainda assente no chão. Sempre observando os recortes da paisagem próxima, as mariolas vão surgindo espaçadamente. À cota de 1.150 metros, flectimos à direita e inicia-se a subida impetuosa que nos levará aos 1.300 metros já numa chã plana onde se encontra uma solitária mariola que indica a descia na direcção contrária. Aqui a paisagem já nos permite ver os píncaros da Roca Negra, a profundidade do Vale do Cando e a suave curva da Meda de Rocalva.


O caminho prossegue até à Chã de Roca Negra, passando pelo velho forno pastoril alagado e continuando a subir, ladeando o início da Corga do Areeiro e mais adiante chegando ao cume de Borrageiro. Um vento impetuoso esperava-me no cume permitindo apenas registar os breves momentos e encetando de imediato a descida em direcção ao Arco do Borrageiro, Fonte da Borrageirinha e Chã da Fonte. Tendo como objectivo um merecido descanso no Curral do Cambalhão, desci então pela Pegada das Ruivas chegando à Garganta da Preza e entrando depois no Vale de Teixeira, chegando ao Curral do Cambalhão.

Depois do descanso, segui em direcção ao Curral de Teixeira, mas atravessei para a margem direita do Rio do Arado (ou Rio de Teixeira), subindo a encosta e dirigindo-me para o Curral da Lomba do Vidoeiro seguindo depois para o Curral da Carvalha das Éguas. Já no traçado da GR50 Grande Rota da Peneda-Gerês, segui pelo Vale de Salgueiros. Mais adiante, decidi abandonar a GR50 e seguir pelos velhos caminhos florestais, descendo então à Chã dos Uchos e seguindo algumas centenas de metros pela estrada entre a Pedra Bela e as Rocas, encetei então pela Encosta do Penedo Chão até chegar ao ponto de partida.

Ficam algumas fotografias do dia...



































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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