A caminhada que, vencendo os declives da Fraga do Sarilhão e da Fraga de Cima, nos leva pelas encostas do Redondelo, oferece-nos uma magnífica paisagem sobre o inundado Vale do Rio Homem entre a Serra Amarela e a Serra do Gerês.
A imensidão dos espaços vai aumentando há medida que o espelho de água se afunda na paisagem e a montanha vai ganhando fôlego perante nós. Entrando no Covelo, a Serra Amarela diminui-se no domínio da paisagem, desaparecendo ao passar o colo que nos abre para o Prado. Aqui, o velho abrigo pastoril está agora mais engalanado com as árvores «recentemente» plantadas que, num futuro longínquo para lá da escala dos homens, trarão a sombra que irá refrescar os corpos nos quentes dias do estio.
Caminhando na dureza do granito, segue-se na direcção do "farol da serra", o Pé de Cabril, que vai dominar as alturas durante alguns minutos. O Vale do Rio Gerês vai-se formando e ganha volume ao passar por Onde Cria a Pássara ao mesmo tempo que as paredes alcantiladas do ciclope se verticalizam num prumo obsceno. Aos pés do gigante atinge-se o ponto mais elevado da jornada, começando a descida para a Portela do Confurco ao aparecer no horizonte os recortes dos limites do Gerês com a Serra Amarela.
No velho portelo abaixo do Confurco surgem as memórias de Vilarinho da Furna alinhadas numa velha calçada portuguesa que vai resistindo à passagem dos anos. Chega-se ao velho caminho florestal e orienta-se na direcção da Mata de Albergaria onde se chega após 3 km de asfalto que rasga a mata por entre uma paisagem que se vai transmutando a cada dia, engalanando-se de Primavera.
Após uma paragem num canto recôndito perto do Curral de Albergaria, o caminho final pela Estrada da Geira e a chegada a casa.
Ficam algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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