A Mata de Albergaria é um dos maiores tesouros naturais que existe no PNPG, sendo classificada como reserva biogenética pelo Conselho da Europa em 1988. Embora existam outras manchas de carvalhal importantes no Parque Nacional – Castro Laboreiro, Mata do Cabril, Beredo e rio Mau – a Mata de Albergaria distingue-se pela sua extensão e por ser única em Portugal, uma dos mais bem conservadas da Península Ibérica. Ocupa uma área de 1.371,3 ha na Serra do Gerês, ao longo do vale do Rio Homem e dos seus tributários. A Mata é em si um bosque climácico dominado pelo carvalho-alvarinho, mas onde surge também o carvalho-negral bem como outras espécies características dos carvalhais galaico-portugueses que constituíam a vegetação primitiva da grande parte do noroeste português.
A caminhada "Segredos da Albergaria" teve início na Portela do Homem. Aquilo que hoje vemos na Portela do Homem está muito longe do cenário de há pouco mais de 100 anos. O topo do Vale de S. Miguel foi aterrado, sendo aí construído os edifícios fronteiriços. Já nada resta das construções anteriores e alguns dos marcos miliários ali existentes podem ter sido trazidos de outros lugares (pois as numerações de milhas não correspondem àquele lugar) ou sendo ali mesmo uma zona de fabrico desses mesmos marcos.
Seguindo o que terá sido parte do traçado da Geira Romana, enveredamos pela frondosa mata, percorrendo inicialmente o Vale de S. Miguel e passando no Curral de S. Miguel (da vezeira de Vilarinho da Furna). Mais adiante, vemos as miseráveis ruínas das antigas casas da Guarda Fiscal e um pouco mais adiante os restos do lajeado da estrada romana. Adentrámo-nos mais no bosque e chegamos às margens do Rio Homem já perto da (nova) Ponte de S. Miguel onde ainda se vislumbram os restos da antiga ponte romana.
O caminho vai-nos levar há Milha XXXIII na Ponte Feia, passando ao lado das tristes ruínas do Abrigo de Montanha do Académico F. Clube. Aqui, vale a pena a visita à Ponte Feia com vista para o poço do mesmo nome.
Prosseguindo no traçado da Geira Romana, chegamos aos Viveiros da Albergaria e aos restos de duas outras pontes romanas sobre o Rio do Forno e Rio de Maceira. Devido à chuva que caía agora mais intensamente, seguimos pelo Curral de Albergaria, chegando ao carvalho secular na berma da estrada. Após uma breve visita ao Curral do Forno, prosseguimos pela Casamata da Albergaria e seguimos parte do percurso já anteriormente feito em sentido contrário até chegarmos ao Curral de S. Miguel, fazendo o resto do percurso pela estrada.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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