Estes dias de silêncio e tranquilidade onde os nossos pensamentos sussurram por entre a brisa que dança entre as ramadas, a melodia dos ribeiros e o cantarolar dos pássaros, dão-nos a oportunidade de termos encontros especiais no meio dos bosques do Parque Nacional.
Caminhava tranquilamente pelo bosque e o meu olhar percorria os ramos ainda despidos das árvores na esperança de avistar algo que me alegrasse o dia logo pela manhã. Aqui e ali, o esvoaçar mais espevitado de um pássaro alimentava uma esperança, por vezes efémera, mas real, de que pudesse de facto avistar algo naquela tranquilidade. Se umas vezes mirava o alto, outras vezes perscrutava por entre as ramas das mais baixas e pelas paliçadas de troncos que se misturam na mata.
De repente, um pouco adiante, um restolhar repentino chamava a minha atenção! O pequeno corço vira-me primeiro do que eu o vira a ele, e por entre o susto de tal coisa que por ali caminhava, procurava afastar-se de mim. Continuei a caminhar enquanto ia tirando a mochila das costas para ir buscar a máquina fotográfica com movimentos lentos e silenciosos. Bastava-me uma fotografia e teria o dia «ganho». O pequeno corço subiu a encosta e dirigiu-se para o mesmo caminho por onde havia passado segundos antes. De repente, e para o meu espanto, começou também a caminhar na minha direcção, certamente distraído. Por esta altura já tinha a minha máquina fotográfica e tive então a oportunidade de uma única fotografia antes de o animal se aperceber de novo da minha presença. Depois da fotografia, o corço fugiu então, avisando o resto dos animais do bosque da minha presença. Eu poderia então regressar a casa, pois estava rico...
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
1 comentário:
Lindo lindo! Um dia ganho sem duvida.
Pedro Caldas
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