domingo, 21 de setembro de 2025

Um ataque cobarde à Reserva da Biosfera Transfronteiriça

 


A madrugada do dia 21 de Setembro de 2025 ficou marcada por um cobarde ataque à Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, com o aparecimento de dois focos de incêndio no Parque Natural de Baixa Limia-Serra do Xurés e com a tentativa de incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

Dois focos de incêndio distanciados algumas centenas de metros foram accionados não muito longe da mutatio de Mourouas. Sendo accionados em cada vertente do vale que sobe para a Portela do Homem, o intuito parece óbvio, isto é, complicar a intervenção dos meios de combate a incêndio que contaram com a ajuda de operacionais e de um meio aéreo português. Estes dois focos de incêndio resultaram num total de 3,5 hectares de área florestal ardida.

No mesmo período temporal, foi lançado fogo junto do carreiro de acesso à Encosta do Sol, Serra do Gerês, numa tentativa de destruição de uma das áreas mais importantes do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Certamente que esta situação não resultou em maior danos porque o dia 20 de Setembro foi um dia chuvoso e a zona já tem um índice de humidade elevado, impedindo a evolução do incêndio.

Olhando para estas duas ocorrências, na minha opinião parece ser um ataque concertado e cobarde numa tentativa de provocar os maiores danos possíveis às duas áreas protegidas contíguas e como tal à Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés.

A vigilância do PNPG deve ser contínua e não estar dependente de sazonalidades. O investimento na protecção do PNPG deve ser reforçado, bem como o seu corpo de Vigilantes Florestais. Da mesma forma, é imperativa a criação de um destacamento de Guarda Florestal para esta área protegida e com presença permanente nos concelhos abrangidos pela área do PNPG. Já chega de brincadeira e de apagar fogos com raminhos para pura propaganda fascista!

O texto seguinte publicado na página AXUGE exprime bem o sentimento de revolta contra estas situações cada vez mais recorrentes: "É difícil de crer, pero cada vez máis evidente: este ano semella que hai quen quere arrasar con todos os espazos naturais de Galicia. O incendio no Xurés é só unha mostra do que está a acontecer nos nosos montes. Dous focos de lume separados, iniciados con clara intención de causar o máximo dano posible. Non é casualidade. É sabotaxe contra a nosa terra.

Non podemos quedar calados mentres destrúen o noso patrimonio natural, a nosa biodiversidade, a nosa memoria. Cada hectárea queimada é un golpe ao corazón de Galicia. Cada animal que morre, cada árbore que cae, cada río que se contamina, é unha ferida aberta que tardará décadas en pechar.

 Reclamamos protección real para os nosos montes.

 Esiximos investigacións serias e castigos exemplares para os culpables.

 Queremos políticas forestais que defendan a vida, non os intereses especulativos.

Galicia é verde porque a coidamos. Porque a sentimos nosa. Porque non imos permitir que a destrúan impunemente.

Basta xa de incendios provocados. Basta xa de mirar cara outro lado. Galicia arde, e con ela arde a nosa dignidade..."

Fotografia © MeteoLobios Estación Meteorológica

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