segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Entre Leonte, Mourinho e Varziela, o mistério das paisagens com neve


E depois de uma pequena trégua neste verdadeiro Inverno, eis que a neve voltou a desenhar as paisagens familiares do Gerês.

Antecipando o dia, tinha a intenção de caminhar até às Minas dos Carris. Despertar tão temperano quanto possível (...), rumagem às Caldas do Gerês para uma curta paragem naquela vila cada vez mais deserta por estes dias. Seguindo em direcção à Portela de Leonte, os primeiros flocos de neve começaram a cair já à passagem do Vidoeiro, aumentando de intensidade à medida que ia ganhando altitude. Pela Preguiça a neve já se acumulava no pára-brisas e os rodados ficavam já marcados na estrada à passagem da Cascata de Leonte.

Na Portela de Leonte a neve já havia transfigurado a paisagem e caia intensamente. Prevenindo situações mais complicadas com o evoluir do dia, até porque a previsão previa uma intensa queda de neve para a tarde, alterei os planos e  Leonte passava a ser o ponto de início da jornada.


Decidi então enveredar pelo caminho que sai por detrás da Casa Florestal da Portela de Leonte. Passando ao lado do monumento a Artur Loureiro, é por aqui que muitos iniciam a jornada até ao Pé de Cabril, porém o meu objectivo seria visitar o Curral do Mourinho. Apesar de lá ter estado recentemente, a oportunidade de o visitar de forma distinta nesta dia constituiu razão mais do que suficiente. Em pouco tempo, e maravilhado com a paisagem que ia abrindo a cada passo dado pois a visibilidade a certo ponto permitiu ver os píncaros do Pé de Medela e de Carris de Maceira, chegava à Portela do Confurco, local de bifurcação dos caminhos para o Pé de Cabril e para a Varziela. Enveredei então em direcção à Varziela, passando então pelas Portelas da Quelha Direita e seguindo depois em direcção ao Cancelo.

Apesar da muita neve e do manto branco que cobria os terrenos do Mourinho, o carreiro pela serra era perfeitamente distinguível. Por vezes a visibilidade reduzia-se a meia dúzia de metros, mas outras permitia ter uma abrangência maior sobre a serra e ter uma ideia da intensidade do nevão que caíra sobre o Gerês.

Seguindo o meu caminho a neve ia caindo ora por vezes de forma calma, ora batida por um forte vento que somente num ponto ou outro traria a sensação de desconforto devido ao frio.


Chegava então à tranquilidade do Curral do Mourinho. Pintado de branco, aquele local é sempre um local de silêncio como que isolado do resto da serra que o rodeia. Neste dia, o silêncio era recortado pelo correr da água e por vezes pelo vento que em certas alturas insistia em fazer notar a sua presença. De volta ao carreiro, prossegui então em direcção ao Curral de Varziela passando pela Corga do Mourinho e depois subindo com cuidado as pequenas fragas que marcam algumas passagens. Apesar de não haver gelo, todo o cuidado era pouco e desnecessário qualquer resvalo.

A partir de certa altura a neve deu lugar à manhosa chuva que ia fazendo desaparecer a neve nas cotas mais baixas. Porém, tal não acontecia no Curral de Varziela com o seu velho e decrépito forno. A partir daqui, e descendo em direcção ao Mata de Albergaria mas para os lados de Leonte, a neve foi-se tornando mais escassa devido à chuva. Só voltaria a ser mais intensa na chegada ao ponto de partida.

Algumas imagens do dia...



























































Fotografias: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

TiXa, Xarah e Xavier disse...

Brutal!

Valeu bem a pena a molha de hoje!
Não vai ser fácil chegares lá amanhã, céu pouco nublado, que inveja, eheh!
Ainda disse ao meu chefe que amanhã ia estar gripado mas não pegou!

Abraço
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