domingo, 13 de junho de 2010

Visita a Paredes do Rio

Paredes do Rio, 13 de Junho de 2010

A visita a Paredes do Rio integrada no Programa de Eventos e Visitação nas Portas do PNPG promovido pela ADERE Peneda-Gerês, estava já programada antes da realização do Trilho do Rio no dia 12 de Junho.

Estes programas de eventos e de visitação foram iniciados em Maio e prolongam-se por Junho, decorrendo nas Portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e são um conjunto de eventos musicais e de actividades de visitação interpretada. Cada Porta tem um programa específico, realizado em datas distintas, e é preenchido por actividades vocacionadas para o conhecimento e interpretação dos valores culturais e naturais do PNPG. À noite, a animação completa-se com a realização de concertos de música nas Portas do PNPG.

Muitas vezes critíca-se o facto de não haver eventos deste tipo. Infelizmente, o exemplo que hoje tive a oportunidade de presenciar adapta-se perfeitamente ao "...morto por ter cão; morto por não ter", isto é quando as actividades são promovidas elas são quase ignoradas. Não deixa de ser triste mas no fundo não deixa de ser um reflexo da forma de estar de muita gente que grita, berra e estrebucha por não haver, e depois quando há assobia para o ar. (Por outro lado, faz-me lembrar uma vaga de protestos que ocorreram aí há uns meses atrás em que se gritava por tantas regras e por poucas taxas, e agora não se respeita uma coisa e ignora-se a luta por outra! Mas isso são outras cantigas...).

Vamos à visita a Paredes do Rio. O programa proposto para a manhã so dia 13 de Junho era a visita guiada à aldeia com interpretação do sistema de rega tradicional e único de Paredes do Rio.

Durante a visita teve-se a oportunidade de tomar conhecimento com pormenores que marcam a diferença na região do Barroso em todos os seus aspectos. Uma comunidade pertfeitamente adaptada ao meio onde vive através das suas casas, da sua forma de vida, das suas vivências, das suas relações e da maneira de estar entre o sagrado (religioso) e o profano.

Ao longo de duas horas de visita foi possível visitar a fantástica «colecção» de moínhos tradicionais recuperados e em estado de funcionamento, o seu fantástico sistema de regra e de aproveitamento de águas, as peculiaridades da sua arquitectura, os seus aspectos religiosos, e a forma como a aldeia tem lutado para não se deixar cair no destino de muitas aldeias da Peneda-Gerês em particular e do país em geral. Sobre isto, ficou retido um interessante pormenor referido pelo guia: "...todos os anos mantemos a tradição das Janeiras, mas este ano notamos que terminamos a tradição mais cedo. Este facto não deixou de nos surpreender pois as músicas eram as mesmas, eram os mesmos cantores, etc. De facto, o que notamos é que as nossas casas são cada vez menos!" Esta é uma triste realidade num território cada vez menos povoado e onde os incentivos à fixação são cada vez menos.

O limite de inscrições para esta visita era de 30 pessoas, eu fui o único a participar. Numa situação destas não gostava de estar no papel do meu guia que certamente, e apesar de ser residente na aldeia, terá perdido tempo a preparar a visita. Em termos pessoais fico extremamente grato ao José Carlos Moura pela forma como a conduziu e pelo seu conhecimento enciclopédico das tradições e costumes da sua aldeia, e constitui sem dúvida um exemplo daqueles que querem continuar a lutar pela sua terra e a lutar para se manter nas suas raízes apesar dos obstáculos que cada dia são mais difíceis de ultrapassar. Obrigado Zé!

Ficam algumas fotografias do dia e se sentirem curiosidade pela aldeia de Paredes do Rio só terão de contactar a ADERE Peneda-Gerês e solicitar o contacto do José Carlos Mouro que certamente teré todo o prazer em vos guiar pelas ruas de Paredes do Rio.








































Fotografias: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

Pedro Pereira disse...

Não participei em nenhuma várias actividades, mas tinha conhecimento das mesmas. E desde já deixo aqui o meu apoio a todas as iniciativas deste genero que poderão a vir a ser realizadas no futuro.