domingo, 23 de março de 2008

Notas históricas (XXVIII)

Carris, anos 50

Já aqui vos mostrei a fantástica equipa de futebol constituída por trabalhadores das Minas dos Carris. Este é certamente um tema que espanta muitas das pessoas com as quais eu converso acerca daquelas minas e muitas me perguntam onde ficava o campo de futebol, pois hoje dificilmente se vislumbra algum lugar no qual a prática deste desporto fosse possível.

Na minha mais recente caminhada a Carris tive o cuidado de tentar obter várias fotografias a partir de dois locais que me permitissem a comparação com duas velhas fotografias que me foram cedidas por Carlos Rodrigues de Sousa e José Manuel de Sousa e que pertenceram a seu pai, José Rodrigues de Sousa, um dos sócios fundadores da Sociedade das Minas do Gerês, Lda.

O local que então foi ocupado pelo campo de futebol fica localizado no final e em linha com a Corga da Carvoeirinha logo após esta flectir para a esquerda dando lugar ao Salto do Lobo. É uma zona plana e está ao lado de uma turfeira em estudo há muitos anos pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Passados 50 anos desde esses grandes encontros nada existe lá que nos faça lembrar o que ali decorria, mas puxando pela imaginação por entre o silêncio da montanha pudemos imaginar a alegria de uma tarde bem passada nas serranias do Gerês!!!
Fotografia: © Rui C. Barbosa

Fotografia: © José Rodrigues de Sousa

Fotografia: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais uma vez parabéns pelo trabalho de recuperação da memória das Minas dos Carris. Falei ontem com um tio meu sobre a estrada Braga-Gerês. Ele percorreu-a muitas vezes e muitas delas de bicicleta (Gerês-Feira Nova/Amares). Disse-me que foi primeiro calcetada até Santa Maria de Bouro (depois da Guerra entre 48 e 50) mantendo-se em maquedame até ao Gerês. Depois só com as Barragens terá sido calcetada até às Caldas. Como a construção da barragem de Caniçada submergiu parte da antiga estrada e a antiga ponte de Vilar da Veiga pode ter sido uma forma de compensar. Das Caldas à Fronteira era território dos Serviços Florestais. A estrada era em maquedame e mais estreita que a actual. Não se recorda quando terá sido calcetada. Não deixa de ser interessante verificar que o período áureo do termalismo no Gerês ter praticamente terminado com a chegada da estrada. E se é claro que a estrada não foi a causa, também é claro que ela também não foi suficiente para travar o declínio. Não é engraçado como a história tem sempre lições para as quem quer ver?