terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Notas históricas (XXIII)

Carris, anos 50

As Minas dos Carris assistiram ao seu maior desenvolvimento com a entrada em cena da Sociedade das Minas do Gerês, Lda. em 1950. O pedido de transmissão da concessão para esta sociedade dá entrada no respectivo ministério a 5 de Fevereiro de 1950. A transição da concessão ocorre a 25 de Julho de 1950 (a pedido de uma Comissão Liquidatária da Sociedade de Minas dos Castelos, Lda.).

A autorização de transferência da concessão para a Sociedade das Minas do Gerês é dada a 2 de Novembro de 1950 e a certidão de transferência é passada pelo notário Francisco Mário de Sousa, do Porto, a 4 de Dezembro de 1950, sendo deferido o requerimento a 18 de Dezembro. O alvará de transmissão da concessão tem o número 4712 (referente à mina 2234 Salto do Lobo).

A fotografia que ilustra esta entrada mostra o início da construção do que viria a ser o edifício onde seriam colocados os geradores que iriam fornecer energia eléctrica às Minas dos Carris.

Fotografia: © José Rodrigues de Sousa

4 comentários:

Anónimo disse...

uma coisa que eu nunca percebi muito bem foram os acessos para uma estrutura tao importante. pelo menos para a altura. so existia mesmo aquele estradao? e depois para transferirem o minerio? eram so camioes? e depois ca em baixo iam para onde? e o caminho mesmo tendo em conta a erosao de 50 anos nao era um bocado rudimentar? porque vistas bem as coisa as fotos da altura parecem dar a entender um complexo mineiro moderno.. minas, lavagem,

Rui C. Barbosa disse...

Sim, por incrível que pareça só existia mesmo aquele estradão em terra batida e que foi melhorado no segundo semestre de 1943. O minério era levado para as caldas do Gerês e daí para os pontos de venda com melhores acessos até Braga e depois para o Porto. Entenda-se, é claro, que estes melhores acessos era as estradas em paralelo. Não sei como era o caminho na altura entre a Portela de Leonte e as Caldas do Gerês, mas posso dizer que entre Leonte e os Carris era tudo em terra batida!
O transporte era feito em camiões fortemente guardados por homens armados pois nunca se sabe quando poderia surgir uma emboscasa para roubar o minério (e muitas aconteceram na Serra do Gerês!).
Em relação ao caminho ser um pouco rudimentar, temos de entender as coisas de como era Portugal há 50 ou 60 anos atrás. Uma estrada em paralelo era já muito bom e se pensares que até há poucos anos (10/15?) muitas estradas que existiam no Gerês eram em terra batida, então já podes ter uma ideia da dificuldade de então.
Sim, a ideia de um dos sócios da Sociedade das Minas do Gerês (José Rodrigues de Sousa) era mesmo construir um complexo mineiro moderno com uma sociedade 'moderna' para a altura. O complexo era tecnologicamente avançado se comparado com outros na altura e mesmo comparado com o que existia antes nos Carris.

Anónimo disse...

A pavimentação da estrada Braga Caldas dos Gerês é muito mais recente do que a maioria das pessoas pensam. Até metade do secúlo 20 grande parte das estras interiores eram em maquedame. E as Caldas ainda benecifiaram de serem um local de Férias de ministros e de gente endinheirada. Arrisco dizer que Braga Gerês terá sido pavimentada que a estrada para Montalegre, ou mesmo Vieira do Minho. O meu pai trabalhou na Empresa Hoteleira do Gerês no início dos anos 60 e deverá saber-me informar de algumas destas datas. Depois escrevo aqui.

Rui C. Barbosa disse...

Isso seria muito interessante Louro, fico desde já agradecido!