quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Edifícios das Minas dos Carris (XVI)

Carris, 10 de Fevereiro de 2008

A História das Minas dos Carris desenvolveu-se ao longo dos anos passando por diversas fases. Se numa fase inicial a organização sócioeconómica da mina era rudimentar, com a chegada da Sociedade das Minas do Gerês surgiu a intenção de se criar um verdadeiro núcleo mineiro na Serra do Gerês onde se apostava na organização e na criação de um complexo tecnologicamente avançado.

Quando hoje percorremos as ruínas das Minas dos Carris e observamos a sua organização não imaginamos a sua complexidade para além do que os nossos olhos alcançam. Por outro lado, parecem existir peças que não encaixam no puzzle que são as ruínas dos Carris e somente com a feliz ajuda de antigos registos fotográficos podemos determinar que em certos locais existiam estruturas há muito desaparecidas da paisagem.

Quando cuidadosamente caminhamos naquela a que eu chamo a zona industrial das Minas dos Carris podemos observar várias zonas de colapso, isto é zonas onde seguramente se deu o colapso das galerias subterrâneas com evidentes efeitos à superfície. A zona industrial dos Carris é acessível através de uma rampa que tem início junto da antiga casa do pessoal superior da mina. No final desta rampa, mais precisamente no seu lado esquerdo, observamos a mais recente zona de colapso, uma indicação de que as galerias subterrâneas se estendiam até àquela distância e que não se encontram a uma profundidade muito grande. Um pouco mais à frente e do lado direito encontramos uma outra zona de colapso, mas esta bem mais antiga do que a anterior. Sempre vi este local assim e desde a primeira vez que me intrigou o porquê de se encontrar assim? Obtive a resposta a esta pergunta na minha mais recente ida às Minas dos Carris e através da comparação com a seguinte fotografia. É assim que se vai escrevendo a História dos Carris...
Fotografia: © Rui C. Barbosa

Fotografia: © José Rodrigues de Sousa

Fotografia: © Rui C. Barbosa

2 comentários:

Alexandre Nuno disse...

A ver a fotografia, a estrutura de madeira da mina, existia num plano mais elevado de solo; na foto actual esse plano está bem mais baixo. É isso que referes como o colapso da galeria?Interessante.Parece que a foto actual foi tirada um pouquinho mais distante do monte ao fundo do que a antiga, embora não faça grande diferença.É assim?Abraço e continuação de bom trabalho.

Rui C. Barbosa disse...

Realmente a estrutura em madeia está, na foto antiga, num plano mais alto do que na foto actual. Muito provavelmente, e comparando com uma antiga planta da mina do Salto do Lobo, neste local existiria um poço que foi entulhado em alguma altura e o passar dos anos encarregou-se de fazer o resto.

Ao obter a fotografia tentei colocar-me numa posição que me proporcionasse um fundo semelhante ao da fotografia mais antiga, mas facilmente constatei no local que não era possível, isto é a fotografia mais antiga foi obtida de uma posição que hoje é difícil de obter (e temos de ter em atenção o tipo de abertura utilizada nas diferentes câmaras).

Abraço!