sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Carris, a História (V)

Carris, ...anos 70?
O trilho ultrapassa a cota dos 1000 metros de altitude a poucos metros de entrarmos numa fase do caminho onde vamos superar vários metros de altitude em pouca distância, ultrapassando assim um bom declive. O trilho flecte para a direita e em pouca distância subimos 30 metros em altitude antes de flectir para a nossa esquerda. Nesta parte do caminho podemos ter uma imagem do Vale do Homem só superada pela paisagem que nos aguarda poucos metros após a passagem da Ribeira do Madorno. Poucos metros mais à frente entramos numa parte do caminho que é ladeado à direita por uma parede sólida de granito e à esquerda por uma queda de 50 metros que terminaria no Rio Homem. O declive aqui é acentuado e notório, mas o esforço para chegar à meia distância merece a pena.

Somos chegados a meio do caminho e o descanso na Ponte do Madorno é merecido. A água da ribeira é sempre fresca e corrente, mesmo no Verão. Ao entrar neste pequeno vale temos a visão de uma pequena queda de água por debaixo da ponte e são poucos os que resistem a uma fotografia. Situados na ponte em direcção ao final do vale, por onde vemos o Rio Homem, temos à nossa direita o imponente Cabeço do Madorno, uma escarpa granítica que atinge os 1317 metros de altitude (CT-31 / 1996). Conheci todas as pontes até ao Madorno já em cimento, mas o meu fascínio por este vale e por Carris começou a ser despertado pelas velhas pontes de madeira que antigamente permitiam a passagem célere e um tanto ou quanto aventureira.

É sempre bom descansar e retemperar forças junto do Cabeço do Madorno, mas é hora de prosseguirmos pois logo ali à frente temos uma surpresa à nossa espera. Prossigamos então a nossa caminhada. Logo após abandonar a Ponte do Madorno e seguindo o nosso trilho vamos encontrar uma das mais fantásticas paisagens que a Serra do Gerês tem para nos oferecer. É com deslumbre que observamos o Vale do Alto Homem e a forma como este se projecta no céu. O seu delimitar pelos picos das serras leva-nos a imaginar, sonhar um mundo antigo. Atenção ao vocabulário, pois é aqui que nos começam a faltar as palavras... Ao longe vemos a Serra Amarela e com bom tempo facilmente se vislumbram as antenas do Muro localizadas em Louriça. Saindo do pequeno vale da Ribeira do Cagarouço entramos novamente no vale do Alto Homem e logo ali à nossa frente observamos uma estreita queda de água com uma altura de mais de 110 metros.

Fotografia © Antonio Ribeiro / Rui C. Barbosa

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